02 | O desfiladeiro Flume

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BOA NOITE GENTE E BOA LEITURA TAMBÉM

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02 | O desfiladeiro Flume

Quando a manhã chegou, Jimin vestia apenas uma calça larga e cinza enquanto comia o café da manhã em cima da rocha grande, na clareira do Flume. Era de praxe que nem ele nem sua família — e Seokjin, que era um feiticeiro — não comessem dentro de casa; sair para aproveitar a luz do sol, logo no início da manhã, deixava o resto do dia muito mais gostoso.

Não via a hora de terminar as torradas que o amigo tinha feito para se enfiar no rio. Provavelmente a água não estaria lá muito quente, mas nada que ele mesmo não pudesse suprir com o calor corporal que tinha em excesso. Também aproveitaria que a mãe e a irmã haviam ido para a cidade fazer algo e demorariam bastante.

Já Jungkook saía do metrô apressado e suado. Dentro daquela lata de sardinha estava cheio de gente e, ainda por cima, o menino escolhera uma camiseta preta para usar, mas tudo bem. Agora só teria que andar mais um pouco até chegar no Flume Gorge e escolher um bom lugar para sentar-se; de preferência, com uma boa sombra.

— Oi, vó. — Atendeu o telefone, enquanto caminhava para fora da estação. — O quê? É, eu esqueci de avisar o Taehyung que ia sair, mas pede para ele voltar mais tarde, pode ser? — Fez um bico. — Esse preguiçoso não faz nada, é claro que ele pode voltar de tarde! — acusou o amigo, ouvindo um riso do outro lado da linha, que provavelmente era dele. — Diga que, se ele não aparecer, eu... — A ligação havia sido desligada. — Não sou mais respeitado nessa vida — murmurou, dramatizando com um suspiro.

Logo pôs-se a caminhar mais rápido, queria chegar o quanto antes. A mochila nas costas não pesava nada já que só havia o livro, a garrafa de água e o lanche que tinha feito antes de sair de casa.

O caminho até o Flume não era tão longo, mas ainda assim cansativo. Os pés do garoto já doíam dentro dos tênis quando finalmente chegou ao Franconia Notch State Park, passando pelos portões gigantes como um raio.

Já não se aguentava de curiosidade, queria voltar a ler o tão precioso livro. Foi por isso que chegou numa velocidade impressionante ao lugar permitido. Havia várias mesas de pedra e madeira, além de muitas famílias espalhadas pelo lugar, mas não era ali que Jungkook queria ficar.

O menino encarou por segundos o local inteiro, conferindo se não tinha algum tipo de guarda esperando alguém cometer uma gracinha para expulsarem a pessoa à pontapés. Dirigiu seu corpo até uma cerca minúscula bem longe de onde estava. Na madeira estava escrito um "acesso restrito" em letras garranchadas, mas não se importou.

Passou as pernas por cima da cerca e andou rápido na trilha de pedrinhas para sumir logo e ninguém o ver. O lugar era completamente cercado de árvores como uma grande floresta e, mais à frente, conseguia observar o desfiladeiro tão bonito. Uma ponte de madeira se estendia até o outro lado do Monte Liberdade, praticamente grudada nas pedras do "penhasco", a cachoeira fazendo o barulho típico da água caindo e acertando o rio que corria bem ao seu lado.

Em Chamas | JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora