05 | Em chamas

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Jimin continuou treinando por todas as tardes, mas ainda não havia uma faísca sequer que emanasse de uma das nove caldas que compõe seu outro lado

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Jimin continuou treinando por todas as tardes, mas ainda não havia uma faísca sequer que emanasse de uma das nove caldas que compõe seu outro lado. E foi numa dessas tardes, quase noite, que Jungkook resolveu aparecer. O Park sentiu seu cheiro de longe, mesmo estando dentro da casinha.

Jeon tinha passos vagarosos e havia se passado apenas alguns dias que não ia até o Flume. Seu coração parecia implorar para que voltasse a vê-lo. Por isso, e só por isso, havia feito todo esse caminho para encontrá-lo. Seus olhos percorreram o casebre que fora citado na carta, mas que não tivera tempo de conhecer desde a última visita. Uma saudade intrusa corroía seu peito de uma forma inimaginável, algo que seria impossível colocar em palavras. Seu corpo queria urgentemente tocar o de Jimin e o motivo era questionável:

Desde o seu quase beijo com ele, alguns sonhos tomavam conta das suas noites e constrangedoramente acordava suado e... daquele jeito. Afinal, as raposas também não conseguiam entrar em sonhos?

A cabana era feita completamente de madeira, ficava bem escondida entre as árvores altas e o seu telhado estava coberto pelas folhas que caiam quando o vento soprava. Uma luz amarelada e quente emanava da janela de vidro, como se fosse as cores de um pôr do sol próximo ao mar, além de uma brisa fraca bagunçar seus cabelos escuros por completo, nada que o faça sentir frio, já que estava abafado como a previsão do tempo disse que ficaria no fim da tarde.

Jungkook temia fazer alguma idiotice quando encontrasse o ruivo, por isso, assim que sua mão tremula encostou na maçaneta, um suspiro deixou seus lábios. Contudo, antes que pudesse pensar e repensar no que exatamente estava se metendo, a porta foi aberta pelo lado de dentro com uma força brusca que o fez dar passos para frente, quase se colando ao corpo um pouco menor que o seu, parado, o observando com algo além de gana no brilho dos lumes.

Seus olhos encontraram os do homem mais velho. Jungkook era tão transparente que o Park foi capaz de perceber todo o desejo oblíquo escondido por detrás daqueles cílios, além da ótima audição do seu lado animal ter escutado as batidas daquele coração aumentarem gradativamente ao que levou sua mão pequena para a cintura do moreno alto.

— Por que demorou tanto? — Proferiu a pergunta num tom de voz específico para desarmá-lo. Park Jimin era um grande dissimulado. Raposas podem mesmo serem traiçoeiras, mas ele não era mal.

— Não é tão perto da cidade quanto parece — murmurou sentindo as bochechas esquentarem. Não conseguia barrar os pensamentos sobre ser apenas um garoto de dezenove anos com experiência em nada mais que beijos e algumas mãos aqui e ali, mas Jimin provavelmente já havia feito muitas coisas, e tudo o que Jeon tinha no momento (ou desde o dia que o viu nadar), eram vontades. — Tive que andar bastante para chegar aqui.

— Eu sei. — Puxou sua cintura para dentro da cabana pequena, quase poderia ser apelidada de minúscula. Fechou a porta assim que os dois se encontravam alguns poucos passos de distância do lado de fora. — Me referi a porta, você demorou tanto ali na frente sem fazer nada... — Ah. Então foi por isso que o ruivo a abriu, não havia aguentado esperar mais. — Pensei em você durante todo o tempo — revelou.

Em Chamas | JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora