Stay With Me

"Atsumu-senpai"

"O que eu estava pensando quando decidi vir até aqui?!" Esta frase ecoava em sua mente neste momento. Nunca havia feito isto com ninguém, sequer havia passado por uma situação parecida mais cedo naquele dia. Talvez, no fundo, sentia vergonha de admitir que ainda era virgem, até para si mesmo.

Seu corpo se mexeu involuntariamente, afastando-se do mais baixo, olhando-o nos olhos acastanhados. Tinha a certeza de que seu rosto estava mais vermelho do que um tomate, visto o calor excessivo que sentia em suas bochechas. Miya estava confuso, mas logo compreendeu um pouco a situação, sentando ao seu lado.

— Omi-kun, o quê houve? Eu fiz algo de errado? – segurou sua mão de leve, preocupado em ter feito algo que pudesse magoá-lo.

— Não é nada, Atsumu. É só que... Sendo bem sincero, eu não sei porquê eu vim até aqui hoje, você só queria... transar, não é? Eu nunca fiz isso, aquilo tudo de hoje de manhã foi no calor do momento, eu 'tava meio nervoso e deixei levar, não sei o que aconteceu. Mas de verdade, eu nunca fiz isso com ninguém, desculpa se minha reação te assustou, mas não era nada... – fora pego de surpresa com um beijo rápido de Atsumu, que tinha um sorriso adornando seus lábios após isso.

— Você fala demais, Omi-kun, credo. – colocara as mãos no rosto do moreno, depositando alguns selinhos em seus lábios com todo o carinho do mundo. — Não julgo você de não ter entendido, até porque eu acabei nem explicando...

— Ah, mas você é um bocó mesmo, hein?

— Não me chama de bocó, seu bocó.

Após este breve momento nada maduro da parte dos dois, seus corações antes desregulados, puderam se acalmar pelo menos um pouco. Passaram alguns segundos em silêncio, tentando criar coragem para falar o que jazia guardado há tempos.

— 'Tá, talvez eu seja um pouco bocó, por ter enrolado para falar que eu gosto de você mas, é isso. Eu não queria ter começado tudo desse jeito, sabe? Fui sem noção a ponto de só te chamar para transar, e olha onde estamos? Eu tô aqui só de cueca me declarando pro cara que eu gosto de verdade. Aliás, já te disse alguma vez que eu amo quando você sorri, Omi-kun? – fora um tanto desajeitado em suas palavras, portanto, aquilo sequer importava.

— E como eu posso ter certeza de que você não 'tá simplesmente me enganando; me fazendo de trouxa? – mesmo envergonhado, brincou, com um ar de desconfiança pairando em sua volta.

— Confia em mim, Omi-kun? – perguntara, sua mão repousava na bochecha cálida do outro, acariciando-a, enquanto o viu menear a cabeça em resposta, afirmando. — Então, fica comigo? Não só ficar, sabe? Namorar e tudo o mais... – desesperou-se um pouco, temendo que fosse mal interpretado.

— Você é um bocó mesmo, Atsumu, idiota. – o Miya conseguira observar um sorriso adornar os lábios que sempre desejara, antes que fosse atacado pelo seu dono, ficando por cima de si e o beijando de imediato.

Os lábios se encontravam numa perfeita sincronia, como se de alguma forma, o universo dissesse que foram feitos um para o outro. As mãos do loiro encontravam-se nas costas alheias, alternando para a cintura e adentrando as suas vestes, para então sentir a maciez e o calor daquela pele. Pouco tempo depois, o ósculo terminara e ambos se encaravam alegres.

— Agora, será que você poderia me chamar daquele jeito de novo? Só para eu testar uma coisa... – sorria descarado ao ver a expressão de falsa descrença tomando conta da face de Kiyoomi, entrementes, dito e feito.

— Atsumu-senpai... – o sentiu sussurrar baixo em seu ouvido, claramente numa provocação – que, por sinal, funcionara perfeitamente –. Sem nem pensar duas vezes, o virou na cama com certa brutalidade, ficando acima de si e atacando seu pescoço, ora beijando, ora mordiscando a pele exposta ali.

Entre algumas risadas e gemidos, puderam se entender da melhor forma possível para os dois e, suas inseguranças que antes os feriam internamente, puderam se dissipar completamente, abrindo espaço para somente se amarem como bem entendiam.