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Eu tenho paciência o suficiente para lidar com situações de conflito

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Eu tenho paciência o suficiente para lidar com situações de conflito.

Repito esse mantra incontáveis vezes enquanto encho uma tigela com petiscos. Em todas as cenas que a minha cabeça criou de reencontros com o Alex, nenhuma foi no bendito domingo em família. De acordo com uma fonte de fofoca bastante confiável, Alex só viria na próxima semana, para o aniversário da nossa família, e por pouco tempo.

Agora, ele está aqui, na casa da minha mãe (que por sinal, é péssima para disfarçar quando lhe convém). Na casa da minha mãe.

Não estou enfatizando isso por um motivo qualquer. Minha mãe sempre gostou do Alex. Na verdade, todo mundo sempre gostou do Alex. Ele sempre teve essa coisa de fazer as pessoas rirem, se sentirem bem. Essa foi uma das coisas que mais gostei nele; além dos cachos. Alex tinha cabelos cacheados que sempre foram o meu ponto fraco. Por algum motivo, os cachos perderam um pouco as ondas, mas os fios ainda são tão fartos quanto eu me lembro.

Então, sim, a minha mãe sempre foi fã de Alex Watts e nunca negou isso. Assim como todas as pessoas que passam por seu caminho. Quando terminamos, ela tomou minhas dores para si e quase enlouqueceu quando soube que eu estava grávida. Afinal, seria a história se repetindo e ninguém queria que isso acontecesse, certo?

— Então, eu fiquei muito feliz por te conhecer. Enfim! — Lily me dá um abraço novamente, rindo escandalosamente. — Você é bem alta, não é?

Dou uma risada, porque esse é um comentário que ouço bastante, especialmente de mulheres. Diferente da minha mãe, que tem pouco mais de um e sessenta (assim como Lily), eu tenho um metro e setenta e seis. A altura veio da família da minha mãe, já que boa parte das mulheres Lefebvre são (ou foram) modelos de passarela.

— Você já pensou em modelar? — Lily pergunta, tomando um gole do seu suco. — Sério, você é uma gata. A Paige fala tanto de você, que sinto que somos amigas há anos.

Dou uma risada, porque Paige também fala muito de Lily e do quanto nos daríamos bem. De certa forma, também sinto que nos conhecemos há mais tempo. Lily é filha de Austin, enteada de Paige, que é uma grande amiga da minha mãe e minha madrinha de consideração. Os pombinhos vivem em Paris, mas nos visitam ao menos duas vezes por ano. Austin teve três filhos com a primeira esposa, que é falecida, e um casal com Paige.

— Nunca pensei muito nisso, mas meu pai insiste em me fotografar, às vezes. — admito, observando Alex e Lua, que estão no santuário de insetos que meus pais criaram no jardim para a minha filha. Nojento, mas o meu pai fez questão de criar esse lugar para Lua, já que nosso apartamento não é dos maiores. — Você e o Alex são amigos há muito tempo?

Lily arqueia uma sobrancelha e olha na direção que eu estava encarando segundos atrás, umedecendo os lábios.

— Sim. Há nove anos, eu acho. — responde com falsa casualidade. A vantagem de estar sempre entrevistando as pessoas, é que aprendemos a captar pequenos sinais. Cruzo as pernas, inclinando a cabeça. — Então, qual o lance entre vocês?

Novamente, nós (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora