Minha Vingança

Capítulo 3

Sextou e vim trazer mais um pouquinho de Evy e Enzo, será que hoje esse beijo sai?  

Evy

Abri a foto da minha mãe biológica. Ela era tão linda. Eu tenho os olhos iguais aos dela. Um tom de verde incomum, esmeralda. Era esse o nome que ela me deu por conta dos meus olhos. Émeraude Evelyn Yasser. Deixei de me chamar assim quando fui adotada legalmente. Então passei a chamar Evy Tascher Maillard. Não lembrava realmente da minha mãe, mas sabia tudo sobre ela, tinha algumas fotografias que guardava com carinho. Ela era mexicana, se chamava Any Laura Yasser, era tão linda que se tornou uma modelo famosa, casou-se com meu pai Hibraim Yasser, magnata do petróleo. Minha mãe foi sequestrada e brutalmente assassinada por uma quadrilha de traficantes de pessoas que meu pai estava tentando destruir. Meu pai foi preso e condenado por crimes que não cometeu. A única coisa que ele queria era ajudar pessoas, esse foi seu crime, confiar no seu sócio, um homem mal que colocou toda sua maldade na conta do meu pai.

Fui treinada a minha vida toda esperando o momento que eu me vingaria por tudo que fizeram com a minha família.

Eu não sabia quem eram essas pessoas, mas sei que por causa deles eu cresci sem amor de mãe, sem saber o que era ter um lar de verdade. Meus pais adotivos, na verdade, são pessoas contratadas para me proteger, vigiar os meus passos e ensinar tudo que sei hoje. Muitas vezes, tive dúvida se o dia da vingança realmente chegaria. Desde muito pequena vivia para isso e por isso. Por diversas vezes quis desistir de tudo, parecia que estava tão longe, mas nunca foi como naquele momento. Eu enfim tinha um motivo para deixar tudo para trás. Depois que conheci o Enzo muita coisa mudou dentro de mim. Uma vontade imensa de viver coisas que nunca pensei em viver antes. Só de me imaginar com ele, meu coração disparava, minhas mãos ficavam geladas e o resto do meu corpo ficava quente. Isso tudo com tão pouco tempo. Eu não parei de pensar nele desde o momento que ele me salvou naquele beco. E isso fazia apenas duas semanas.

No dia seguinte ao nosso encontro na boate, ele apareceu de surpresa, fez o café da manhã, mas não veio novamente durante o dia para ver como eu estava, como eu havia pensado que faria. A espera de que ele viesse me deixou ansiosa, eufórica. Ele apenas ligou e quando ouvi sua voz senti coisas estranhas, o coração batendo acelerado, um frio na boca do estômago e calor, muito calor pelo resto do corpo.

— Boa noite, Evy, como vai? — O som rouco de sua voz, mesmo que ao telefone, me causou um arrepio gostoso.

— Oi, Enzo. Eu estou bem. E você?

— Ocupado. Queria ter passado para te ver, mas não foi possível.

— Não se preocupe, estou bem. Meu pé já nem dói mais.

— Que pena.

— Como? — perguntei sem entender direito o que ele quis dizer.

— Uma pena, pois gostaria que você estivesse precisando de uma massagem, um analgésico, um banho... Seria uma ótima desculpa para passar em sua casa, mesmo que tão tarde da noite.

Abri um sorriso bobo, eu sabia que deveria desligar na sua cara, mas algo me impedia e me impelia a continuar.

— Enzo...

— Boa noite, Evy, a gente se vê.

Ele desligou o telefone me deixando sonhadora com a ideia de uma massagem feita por aquelas mãos. Sem contar no banho...

— Evy, pelo amor de Deus.

Segui para meu quarto, deitei-me em minha cama e fiquei lembrando daquele sorriso doce e ao mesmo tempo sensual. Acabei adormecendo e sonhando com aqueles lábios ao invés de ter os costumeiros pesadelos que me atormentavam.