um pedido de desculpas; catradora

Capítulo sete

Catra

23/07/2012
Segunda-feira

— O que você tá fazendo aqui? — pergunto, preocupada que ela veja algum sinal de choro no meu rosto.

— Você não leu a carta que eu escrevi? Eu disse que viria te encontrar aqui.

— Carta? Você escreveu uma?

— Eu te entreguei mais cedo. Você não leu? — ela parecia tão confusa quanto eu.

— A carta estava naquele envelope amassado?

— É, isso mesmo.

— Droga, eu pensei que você tinha amassado a minha carta e me entregado de volta.

— Catra, isso nem faz sentido. Por que eu faria isso com você?

— Eu não sei, minha mente não me deixou pensar. — respondo, me sentindo culpada.

Joguei fora a carta de Adora pensando que ela havia rejeitado minhas desculpas e acabou que fui eu quem rejeitei as palavras dela, mesmo sem saber. Por que minha mente nunca me deixa pensar direito? Esse formigamento sempre toma minhas decisões por mim.

Adora sentou ao meu lado e me abraçou.

— Está tudo bem, Catra. Eu não devia ter usado o envelope amassado. Meus livros amassaram ele inteiro quando você jogou a carta dentro da minha mochila, mas mesmo amassado eu achei ele tão bonito que quis usar também, só que eu não sabia fazer. — as coisas começaram a fazer sentido na minha cabeça e eu comecei a me sentir pior.

— Desculpa, Adora. Desculpa por ter ficado tão brava e por ter gritado e por não ter aberto a carta e por...— Adora colocou os dedos nos meus lábios, me silenciando.

— Tá tudo bem, é sério. Nós somos melhores amigas, Catra. Olha, eu trouxe uma coisa pra você. — disse, tirando um embrulho da mochila.

Abro o pacote delicadamente — dessa vez, me certificando que saberei exatamente o que está dentro antes de surtar — e retiro o que há dentro.

Adora sorri.

É um boneco do homem de ferro.