Capítulo cinco

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Catra

23/08/2012
Segunda-feira.

Hoje Adora tocou meu ombro no corredor e eu levei um susto. Ela me entregou algo e depois correu, apesar de eu ter sorrido, esperando que ela dissesse algo.

Abri a mão e percebi que era a carta que eu escrevi pra ela — com o envelope completamente amassado.

Segurei a carta e senti vontade de chorar, por que Adora destruiu a carta? Ela não precisava ter feito isso e ainda ter me entregado depois.

Corri na direção oposta e coloquei a carta na lixeira mais próxima. Eu não queria abrir e ver o que tinha dentro, talvez me magoasse mais do que o exterior.

Fui até o pátio e sentei atrás da arquibancada, onde não havia ninguém. Eu tinha perdido a amizade da Adora por causa de um boneco idiota do homem de ferro.

Eu deixaria ela quebrar outro boneco meu. Eu deixaria ela quebrar milhares de outros bonecos, deixaria ela me quebrar todinha se isso fizesse o tempo voltar pra eu não ser uma idiota e não gritar com ela.

O sinal tocou, mas eu não me movi. Meus lábios estavam formigando e minhas mãos também.

Isso acontece sempre que eu fico muito nervosa, sempre parece que eu vou desmaiar. Coloco meus braços cruzados sob meus joelhos e encosto a cabeça neles, fechando os olhos.

Será que se Adora soubesse que amassando a carta estaria amassando meu coração ela ainda faria isso?

um pedido de desculpas; catradoraOnde histórias criam vida. Descubra agora