A perdição de se Apaixonar

*Aviso legal: essa história não se passa na linha original do anime, então pode lidar com ela como se fosse um filler. Boa leitura!*

— Sasuke, você não sente raiva do Kakashi por essa situação ridícula? — Resmungou Naruto, mais uma vez se desconcentrando de sua única missão: patrulhar a parte de fora da vila.

O time sete e oito foram designados para inspecionar e patrulhar, em duplas, a região exterior da vila, por nenhum motivo visível. Ao que se notava, Tsunade só queria manter eles ocupados e longe de sua área de trabalho.

Sasuke deu de ombros, nem um pouco interessado em discutir qualquer coisa com Naruto. Mas o loiro não concordava com essa decisão do moreno, e tornou a insistir.

— Sasukeeee, falo sério! O Kakashi fica igual a um bobão toda vez que vê, fala ou pensa na Shizune, isso é ridículo. Puff.

O moreno se sente traído pela própria mente, pois concordava e muito. Desde que Shizune havia voltado para Konoha, e inevitavelmente reencontrado Kakashi — porque, aparentemente, eles já haviam convivido na infância— os dois agiam como bobos.

— Agem como um casal apaixonado. Tipo dois jovens pombinhos. Kakashi parece perder a razão quando está perto dela. — Naruto suspira, inconformado — Honestamente, não quero me apaixonar nunca, se não vou ficar igual um idiota.

O Uchiha, parece ter travado por um momento, e rebateu:

— Mas você não está apaixonado pela Sakura?

O coração de Sasuke sapateava sem sua permissão, enquanto esperava a demorada resposta de Naruto. O que durou duas horas eram, na verdade, poucos segundos, até que Naruto finalmente abrisse a boca.

— Com ela é diferente. Não é bem como eu imagino estar apaixonado, é mais para uma sensação que me obriga a protege-lá. O ero-sennin também me disse que eu não estava, mas não sei se é verdade mesmo. Só não conte a ela, sim?

Sem que Sasuke perceba, algo em seu âmago se acalma. Algo que o incomodava silenciosamente a muito tempo, havia finalmente evaporado. Como se um medo sutil que sempre desaparecia entre as cobertas, finalmente fosse derrotado.

Naruto, enfim, terminou sua reflexão.

— Se apaixonar deve ser horrível, Dattebayo!

E o silêncio recaiu sobre eles, e só depois de quase dez minutos Sasuke teve coragem o suficiente para opinar:

— Se apaixonar não deve ser tão ruim. Você apenas tem que se apaixonar pela pessoa certa... — Disse, já sem muito certeza em suas palavras. — ... eu acho.

Naruto revirou os olhos, como se aquilo fosse ridículo, e só após breves momentos que se deu conta do que Sasuke havia dito.

Essas palavras poderiam vir da boca de muita gente, mas vindas do moreno, aquilo era o cúmulo do absurdo. Naruto não conseguiu conter a vontade de provocá-lo.

— Por que está falando isso, teme? Por acaso se tornou um guru do amor depois de se apaixonar por alguém?! Quem é, quem é, quem é?

Primeiramente, Sasuke ficou desconcertado, como se tivesse pego no flagra de algo muito vergonhoso.

Logo em seguida, sentiu-se com raiva. Quem Naruto achava que era para acusar ou até mesmo achar uma coisa dessas?! Era mesmo um dobe.

Olhou para Naruto com o Sharingan faiscando em escarlate. Porém, o loiro apenas riu histericamente apontando para seu amigo.

— Você realmente caiu nessa! — Gargalhou tanto que teve de colocar suas mãos na barriga, para tentar fazer parar de doer — Você devia ter visto sua cara de idiota, teme! Dattebayo.

Começou a limpar lágrimas imaginárias, e Sasuke não poderia estar mais irritado. Estava na beirada de seu auto-controle, entre fingir não ter se afetado, e pular no pescoço de Naruto, o esganando.

Ele escolheu, por muito pouco, a primeira opção.

Mas os planos de fingir não estar afetado não saíram conforme o planejado. Já que Naruto, não satisfeito com suas provocações anteriores, começou a pergunta-lo dezenas de vezes quem havia descongelado seu coração de pedra.

Então Sasuke fechou a cara e não aguentou simplesmente ignorar, cruzando-nos braços e emburrando como uma criança de seis anos.

E claro que Naruto não podia deixar de rir mais uma vez, já que nunca viu em toda a sua vida, Sasuke agir dessa forma. Aquele era um assunto sensível e o loiro não se deixaria esquecer tão fácil dessa nova e preciosa informação.

Nem mesmo as ameaças acompanhadas do Sharingan de três tomões do Uchiha foram o suficiente para intimidar Naruto, que simplesmente passou mais de meia hora rindo e provocando Sasuke, até que a tortura enfim, fosse cortada pela chegada de Sakura e Kakashi, anunciando o fim da missão.

Naruto estava certo afinal.

E o sol se pôs, selando o fim do dia.