Ae olhou curioso - mesmo que conhecesse aquela criança desde pequeno e sabia que tanto sobre ele quanto dos outros seis meninos que foram entregues ao Can para cuidar e que agora décadas depois eram seus regentes e líderes da GB e tinham coisas sobrenaturais ao redor deles – Vir para Can e se ajoelhar com um joelho no chão como se estivesse de frente a um líder máximo, ainda assim era aos seus olhos, no mínimo curioso. Na verdade, Ae sabia que para toda a Guarda Branca e não somente a eles, Can era uma espécie de santo ou algo do tipo, mas raramente via os membros da Ordem do marido interagindo com ele daquela forma e sempre ficava curioso e surpreso com as ações deles, ainda mais agora que Can era um garotinho vestido em um pijama grande e sentado na beira da cama imensa balançando os pés porque não alcançava o chão com eles.
Aquele que veio imediatamente pelo espelho enquanto ele ajudava o Seok no banheiro, era o líder supremo, Jahan, a pessoa diretamente abaixo de Can na hierarquia deles e quem até onde sabia, estava em algum lugar da África fazendo um trabalho do qual não fazia ideia do que se tratava há muitos dias.
Nenhum deles tinham saído do quarto e aparentemente, como esperava, os maridos já estavam em ação sobre a situação:
— Sua Graça, desculpe minha demora.
Ele abaixou a cabeça e Can deu um risinho todo fofo e pulou da cama dando tapinhas do ombro do homem alto e imponente:
— Se levante, Jahan, é completamente estranho você se curvar para mim nesse estado, aliás... Jili te...?
— Claro, aqui.
E ele se ergueu, colocou a mão no bolso da roupa típica da ordem deles que era um misto de batina com roupa de freira cheia de compartimentos secretos, cor branca gelo e que externamente mal parecia ter duas camadas, e logo entregou ao Can um pacotinho que parecia ser... Salgadinhos?
— Can!
— Ai, Pete, são só uns petiscos de Uganda, são uma delícia e eu estou com fome, poxinha!
Can respondeu piscando com cara de coitadinho e Ae teve de segurar o riso porque Pete cruzou os braços, contudo por ele ser agora um garoto todo fofo, de rostinho corado e olhos suaves e infantis, não colocava o mesmo receio que antes, em absolutamente ninguém. Tin, contudo pareceu dar importância zero aquilo e foi até o líder supremo da GB e demandou frio:
— Você nasceu em um planeta que agora é uma fornalha, mas tinha magia, explique isso.
— Não tenho explicações no momento, majestade, mas tenho uma teoria, estou esperando Dann chegar com as informações que pedi.
Jahan se voltou para o Tin e curvou a cabeça respeitoso.
Ae sabia que os meninos sempre consideraram o Tin como um pai para eles ainda que não estivesse muito presente, contudo, Tin, sempre a sombra, cuidava de todos eles, assim como fazia com as 'suricatos' e as demais crianças. A parte sobrenatural da sua família reconhecia um poder protetor nele muito forte e quem lhe disse isso certa vez foi o próprio Jahan, mas para Tin, que não se via do jeito certo, ele nunca tinha feito nada, entretanto só por ele chamar aqueles sete meninos de 'esquisitinhos do Can' já era uma forma dele se importar.
Quando Tin gostava de alguém, ele apelidava de forma carinhosa.
Se ele odiasse, então os apelidos eram ofensa pura com grande complexidade de xingamento e no caso dos 'esquisitinhos do Can', desde que chegaram a eles, Tin tinha feito questão se estavam se alimentando direito e coisas assim.
Ae sempre achara aquele jeito dele de cuidar dos outros bem louco no começo, e fofo depois, claro que nunca disse isso a ele porque o coração daquele homem era tão grande quanto o ego e sua reputação de 'cruel'.
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De repente, dez!
FantasyQuarenta anos de casado não é uma marca fácil de bater, mas ninguém esperava que ao chegar daquele dia, outra coisa aconteceria: O tempo voltando cinquenta anos nos corpos do casal em bodas e que uma confusão imensa desencadearia justamente no dia d...