— Certamente. — Tom respondeu ágil, se preocupando em guardar a arma transpassada pelo seu corpo e se aproximando de mim. Sua respiração ofegante quase me fez acreditar que ele realmente se importava. Será que, no fundo, ele se importava? — Por sorte minha mira não é das melhores, foi apenas de raspão, não vai lhe causar maiores danos, apenas alguns dias de tratamento.
— Por sorte? Por azar que sua mira não é das melhores, você poderia ter me matado! — Exclamei ainda sentindo minha perna direita queimar.
— Ora não seja dramática! E além do mais, o que você fazia aqui, por que se enfiou no meio da minha caçada? Foi irresponsável, quero falar com seu marido. Não pode andar por aí sozinha. — Disse me pegando em seu colo. Fiquei confusa, pela dor, pelas suas palavras, pelo fato em si e porque ele era realmente bonito, o que era desconcertante para qualquer mulher que se preze.
— Está me irritando. Eu vivo aqui, sua propriedade, senhor capitalismo, termina na última árvore. E não é da sua conta o que eu fazia na minha propriedade, meu marido também não deve ligar, não é da conta dele! — Menti. Eu sabia que ele não era o proprietário de fato, então poderia me safar desta inventando que as terras eram minhas.
O que? As terras eram de minha mãe — que Deus a tenha — quando estes homens chegaram com tochas como se estivessem no século passado, alegando que o banco havia lhes vendido, obrigamo-nos a viver na floresta, ou iríamos para a rua de vez.
E tudo estava indo ótimo até este imundo, dinheirista, arrogante e prepotente aparecer.
— Além disso, a coelha é minha. Você queria matar e pior, comer a Srta. Hugbins! — Completei.
— Uma coelha de estimação? Onde já se viu! — Soltou, incrédulo. — Irei falar com seu marido de qualquer forma. — Disse entre os passos, parecendo muito irritado. — Posso ao menos saber o nome da garota infame?
Resolvi que era melhor não discutir, apenas completei a mentira: — Ele não está em casa, está trabalhando na vila, vai trazer dinheiro, estamos querendo aumentar a casa. E meu nome é Catherine. Catherine Hill, para você apenas senhora Hill.
— Então você é casada com um capitalista como eu, senhora Hill. — Falou satisfeito. Arfei e ele riu.
Que sorriso, me senti péssima e odiada por mim mesma por pensar isto.
— Vire à esquerda na próxima tâmisa. — Indiquei com a mão. Ele assim o fez e já podíamos, então, avistar minha pequena cabana surgindo entre as árvores, alguns galhos chegavam a grudar no telhado, a madeira era de um marrom bem escuro e a pequena porta fez com que Tom tivesse que se abaixar para passar por ela.
É óbvio que seu olhar era de nojo.
— Então, você vive aqui? — Perguntou o óbvio enquanto analisava a casa por dentro, não era muito, mas eu vivia muito bem, obrigada. A cozinha era minúscula, apenas com um fogo de chão e algumas panelas, ao lado podia ver uma cama que eu fazia de meu quarto completo.
— Vivo. — Falei sem emoção, vez ou outra ele me deixava sem ar, nas outras me deixava com tédio — Agora, me ponha na cama, por favor.
E me colocou, com certo cuidado, que até fiquei brevemente encantada.
— Se seu marido está fora, quem vai cuidar de seu ferimento? — Falou puxando minha saia, de uma forma que, surpreendentemente, não fiquei desconfortável. Ele estava apenas analisando o machucado, estava feio, mas era apenas de raspão, não sei o quanto de estrago aquela arma poderia fazer se tivesse atingido minha perna em cheio.
— Eu posso me cuidar sozinha. — Falei firme. — Agora, pegue aquele pote de barro em cima da pia e coloque um pouco de água no fogo. — Indiquei com a mão.
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CHAOS - Tom Hiddleston (EM PAUSA)
Любовные романыTom e Diana, um casal amaldiçoado pelo dinheiro e pelo casamento arranjado há dez anos, se vêem em um universo de magia e terror quando Tom descobre que, na floresta que contorna sua casa, vive uma suposta bruxa que fará de tudo para conquistar Tom...