CHAOS - Tom Hiddleston (EM PAUSA)

1. UMA NOVA CHANCE

Se pudesse descrever o seu casamento, Tom diria que é uma junção de capital com dinheiro.

O quê? Você realmente achou que tinha algo a ver com outra coisa que não fosse financeira?

Não. Tom Hiddleston era um jovem de vinte anos incapaz de amar. Incapaz. Seu ego era maior que qualquer coisa, nada superava o que ele sentia por si mesmo, ele passava por tudo e qualquer coisa que cruzasse seu caminho entre ele e o dinheiro.

Dinheiro era o que Diana com apenas dezenove anos tinha de sobra em sua família, então juntar o capital de sua família com a da família Melle parecia justo para Tom, proprietários das indústrias Hiddleston de tecidos quando os pais de ambos fizeram a proposta de um casamento.

Já Diana, queria viver um sonho. O sonho de princesa, aquele conto de fadas que sonhamos. Ou não. Mas, para ela, este sonho era a única coisa que poderia viver, a única coisa a se almejar. Casar-se com um dos homens mais cobiçados da cidade era o primeiro passo para realizar-se por completo.

E então, foi assim. Sem meias conversas, sem muitos paparicos, sem problemas e sem divergências. As famílias aprovavam e parecia perfeito para o casal, cada qual com seus próprios interesses.

Durante dez anos Diana viu seu sonho do casamento perfeito desmoronar. Tentativas de herdeiros de tamanha fortuna sem sucesso, sem maiores emoções, sem carinho.

Foi quando a morte dos pais de Tom o tornaram o único proprietário das indústrias Hiddleston. O que esperar? Um marido mais presente e uma vida de ainda mais luxo, como se aquele que já tinham não bastasse? Um conforto inimaginável para muitos nesse mundo onde os menores jamais serão dignos do mínimo?

Bom, a parte do amor, não. Era o que Diana esperava, é claro, mas não teria. Não com Tom. Na verdade, ele, que já era um marido ignorante, mas que ao menos se preocupava em se deitar com ela, agora se tornou um marido de enfeite. Nada atraía a atenção de Tom, nem se sua própria esposa aparecesse nua em sua frente. Se contentava apenas com putas do cabaré da cidade, enquanto cheirava alguns pinos de cocaína.

O desprezo de Tom fazia de suas noites mares de lágrimas em um travesseiro confortável, porém pesado demais para suportar.

Ensinada como mulheres de 29 — o ano e a idade — deveriam se portar, Diana não tinha muita opção a não ser tentar convencer Tom de uma ideia que estava tendo já há algum tempo. Há quilômetros dali, havia uma vila, há alguns quilômetros da vila, uma enorme mansão isolada por uma vasta e densa floresta, e o melhor é que aquela casa era propriedade de sua família.

O ar do campo, o fato de que a casa era isolada e a possibilidade de viver apenas os dois era uma nova chance para Diana e Tom, uma tentativa de reaproximação. Quem sabe assim Tom veria a esposa que tinha e enxergaria algum valor nela?

Mas convencê-lo de largar a cidade não era uma tarefa fácil. A princípio, Diana gostaria de mudar de vez para lá, pois assim além de tudo jamais teria que dar satisfações sobre sua fertilidade novamente para os olhares maldosos da sociedade da época. Depois, viu que não seria possível se não abrisse mão de algumas coisas.

— Lembre-se, apenas dois meses, Diana, e depois disso retornaremos. Não posso largar tudo assim. — Tom disse relutante à ideia, mas apesar de bruto e egoísta, Tom bem sabia que precisava fazer algum agrado à esposa, ou ela em breve poderia acabar tirando a própria vida, mesmo longe de ser perfeito, Tom não queria ser responsável por algo assim.

— Dois meses é o que preciso, querido. — Diana concordou, satisfeita por uma vez em dez anos seu marido ter feito sua vontade e não a dele.

Quando chegaram até à casa da Floresta, o casal brilhava os olhos, Tom, pela beleza da casa da família da esposa ainda desconhecida por ele, Diana, pela ideia de finalmente ter o casamento perfeito.