A hora chegou

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Midoriya

Já me arrumando para a aula depois de um longo surto existencial, fui ao banheiro fazer minhas higienes pessoais e me deparei com meu reflexo no espelho, minhas orelhas e cauda ainda estavam ali

- vamos! vocês precisam sumir, como que posso ir para a aula assim? Esconder cauda é até fácil, mas e isso? – solto um suspiro de derrota, minha única e falha opção é uma blusa de capuz por debaixo da camiseta, assim poderei me esconder caso algo aconteça, continuo meus afazeres e nada de me acalmar, juro que estou tentando com todas as minhas forças, mas eu estou sem controle da transformação, isso nunca aconteceu antes, visto meu uniforme junto do casaco de frio, espero que ninguém desconfie, pois nem está no inverno, coloco o capuz e pego minha mochila saindo do quarto, trombo com Todoroki no corredor e o mesmo me pede desculpa, meu capuz quase caiu da minha cabeça, por sorte o agarrei a tempo, continuo meu caminho saindo do dormitório e indo para a escola, não estou a fim de tomar café da manhã, ao que parecia, o café da manhã exalava um cheiro extremamente doce e isso estava me dando náuseas

Andando por uns 15 minutos eu chego à minha sala e me sento na cadeira, outros alunos já estavam por aqui, um sono forte estava começando a me afetar, por ser um felino tenho hábitos noturnos, acho que dormir só um pouquinho não faz mal...

Acordei com um movimento estranho no meu capuz como se alguém estivesse tentando puxá-lo, levanto rapidamente minha cabeça pelo susto e agarro seja lá de quem pertença o pulso que tentava me desmascarar

Aizawa- argh, Midoriya está me machucando, solte-me

- Aizawa-sensei? M-me desculpe – solto seu pulso vendo-o recuar imediatamente, o vejo esfregar o local tentando aliviar a dor enquanto me olhava incrédulo, mas para começo de conversa ele que veio sem avisar, toda a sala agora tinha sua atenção voltada para mim e isso me deixa extremamente desconfortável – o q-que aconteceu? Eu dormi? – meu professor tenta recuperar a postura

Aizawa- você está dormindo há 10 minutos, se não está se sentindo bem, sugiro que vá ver a Recovery, mas se está apenas matando minha aula então eu terei que tomar providências – tudo a minha volta parecia estar absurdamente alto, coloco as mãos na cabeça tapando minhas orelhas na tentativa de aliviar, isso acaba me deixando estressado

- ah cale a boca, fale mais baixo

Aizawa- como é?

- a-ah eu acho que não estou me sentindo bem, posso ir à enfermaria? – ele apoia sua mão na cavidade nasal e suspira meio irritado

Aizawa- vá logo, e espero que volte ao normal – agradeço e saio pela porta, começo a correr para o banheiro mais próximo, adentro o local e me aproximo da pia, retiro do bolso aquele frasco que minha mãe sempre me dava ao sair de casa, e coloco duas gotas na boca, sinto meu corpo relaxar, meus batimentos antes acelerados estavam ritmando aos poucos, mas levo um susto quando uma voz se faz presente

Shinsou- Midoriya? O que faz ai na pia? – vejo seu olhar recair em minhas mãos – por acaso está se drogando?

- que susto, o que você está fazendo aqui?

Shinsou- bom... é um banheiro, não?

- ah c-claro que sim, bom... acho que já vou – quando eu ia sair ele me agarra pelo braço – p-pode me soltar por favor?

Shinsou- você ainda não respondeu a minha pergunta – não sou de brigar, mas Shinsou, por favor, não se meta na minha vida, puxo meu braço de volta e lanço um olhar mortal para ele, saio do banheiro e volto para a sala, toda a calma conquistada tinha ido para o ralo, minha mãe disse que não é aconselhável passar de duas gotas... sinto que minhas aulas até o intervalo serão difíceis de lidar

Meu maior segredoOnde histórias criam vida. Descubra agora