Meu maior segredo

um cúmplice adicional

Katsuki- o que a JBL ambulante está fazendo aqui? - Bakugou diz enquanto empurrava Jirou para dentro do quarto e fechando a porta em seguida

- Andei reparando que poderíamos estar sendo vigiados por ela, mas não pensei que de fato estivéssemos

Katsuki- e você me diz isso só agora, seu besta?

- foi mal, eu estava ocupado pensando em uma solução para manter minha cabeça grudada no meu corpo - falo meio irritadiço

Katsuki- ah claro, mas ser descoberto tudo bem agora né, Deku?

*respiro fundo*
-essa discussão não vai nos levar a lugar algum, vamos focar no problema, por favor?

Katsuki- e se ela já souber de tudo e tiver contado a alguém? O que você  vai fazer, gênio?

- EU NÃO SEI! - sinto meus olhos queimarem, normalmente acontece com a transformação, devo estar perdendo o controle

Jirou- gente eu ainda estou... Meu Deus, Midoriya o que é isso?

Escondo meus olhos rapidamente mas acho que é tarde demais, entro em desespero pelo meu fracasso em não me revelar, sinto meu coração acelerado e minha respiração irregular, droga estou muito nervoso com tudo isso, levei um tiro, possivelmente estão me caçando e talvez, só talvez tenham me achado e agora mais uma colega de sala me descobriu, eu estou fudido.

Katsuki- Izuku... - sem perder tempo, vejo Katsuki correndo para o canto do quarto

Minha aparência híbrida se revelou, podia reparar no olhar confuso da Jirou-san, eu estava ofegando, caí de joelhos e comecei a arranhar o piso numa tentativa de me aliviar, mas eu estava agitado, sentia meu sangue queimar, isso nunca aconteceu desde antes do meu aniversário de 16 anos. Isso era uma nova atualização no meu pacote? Pois não estou gostando

Katsuki volta com o frasco da essência em mãos e se ajoelha ao meu lado

Katsuki- Vamos Deku, abra a boca, me deixa pingar logo essa merda - faço o que ele mandou, ele pinga duas gotas e fecho olhos assim que sinto descer pela garganta, em 5 segundos tudo começa a se acalmar, minhas batidas se regulam novamente, meus olhos voltam ao normal, meu corpo parou de tremer e minha aparência voltou a ser apenas eu, meramente humano - mas que caralho hein, você me dá muito trabalho, vou pedir à sua mãe por uma remuneração

- obrigado, Kacchan - vejo Katsuki relutar para não soltar um mínimo sorriso de satisfação ao agradecê-lo, que garoto bipolar

Jirou- ok... eu pensei que vocês estivessem suspeitando de um vilão infiltrado dentro do colégio, agora isso... isso é demais até pra mim, o que foi que acabou de acontecer? Midoriya? Isso faz parte da sua individualidade? Você tem dois poderes? Como isso é possível?

- Jirou-san... você não devia estar aqui, vai lhe arranjar mais problemas dos quais não consegue lidar, por favor... esqueça o que viu - me levantei do chão e olhei diretamente em seus olhos - esqueça o que viu e não conte a ninguém o que descobriu, vidas correriam perigo, inclusive a minha e do Katsuki, esse meu segredo é perigoso demais, fique fora dele enquanto ainda pode

Jirou- por que seria perigoso? Você não dará conta disso sozinho, deixe-me ajudar, sou uma aspirante a heroína, seria imoral lhe dar as costas, e você é meu amigo, se está correndo perigo eu-

Katsuki- não há nada que você possa fazer pelo Deku, tem coisas mais importantes do que seu frágil senso de heróina, escute um conselho garota, fique longe e se você contar a alguém...

Jirou- vai fazer o que? Me explodir? Não tenho medo de você

Katsuki- não é de mim que deve ter medo

Jirou- como as-

Coloco ela contra a parede, mostrando meus dentes afiados, meu olhar felino e minhas garras ao lado de sua cabeça lhe cercando

- Jirou-san, me desculpe por tudo isso, é culpa minha você ter descoberto, mas por favor, fique longe de nós, não conte a ninguém, se você contar... eu saberei, e você colocará não só minha vida, mas a de  minha família em perigo, se você fizer isso... serei obrigado a tomar medidas das quais eu não quero tomar, por favor, faça o que lhe pedi enquanto ainda é um pedido

Podia ver lágrimas se formando em seus olhos e o cheiro do medo impregnando o local, ela assente vagarosamente e por fim a solto, deixando-a sair do meu quarto, ela sai correndo e quando a vejo virando outro corredor, fecho a porta e suspiro profundamente

- meu Deus o que foi que acabei de fazer? - me sento no chão da porta enquanto passava a mão pelos meus cabelos - eu nunca ameacei alguém assim na minha vida, e o que eu faço agora? - sou eu agora quem chorava, mãe.... o que eu fiz?

Bakugou se senta ao meu lado e me dá várias batidinhas no meu ombro

Katsuki- uma hora você acostuma

- me acostumo com o que?

Katsuki- em ser mau, ou melhor, a ser meio Bakugou às vezes. Nem sempre podemos fazer do jeito que queremos, mantê-la longe através do medo foi a melhor opção no momento.

- ela vai me odiar para sempre, mas não podia correr o risco, espero que ao menos funcione, agora... o que faremos a respeito do nosso querido professor e possível caçador?

Katsuki- por hora, continuar observando, aquele merda vai deslizar, ninguém é perfeito o tempo todo, e quando essa hora chegar, vamos explodir esse filho da puta e mandá-lo pelos ares

Sorrio um pouco pela descrição do plano de Bakugou, até que ter ele por perto não tem sido tão ruim assim

- pois bem, se assim decidimos, saia do meu quarto, quero dormir, aquele remedinho de mais cedo me deu sono, que ironia.... costumo ser mais agitado a noite - me levanto e estendo a mão para ajudar Katsuki a se levantar, tiro o pó da roupa e me despeço do meu amigo, nunca pensei que o chamaria assim novamente

Katsuki- Oe Deku

-hm?

Katsuki- até que você não é má companhia

Me espanto com essa revelação, Katsuki me devolve com um sorriso e coloca suas mãos no bolso, sai de meu quarto e por fim fecha minha porta, no fim continuamos na estaca zero, Deus nos ajude com essa loucura.