cinzas avermelhadas

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Oi, meus amores!

Essa é a minha fic para a edição especial do mondesafio de junho/julho cujo tema era: heróis.

Espero que gostem!


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Goyang, julho de 2010

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Ele estava sorrindo de volta e Kihyun não conseguiu conter sua euforia, mordendo o lábio enquanto fingia ter interesse no roteiro que segurava nas mãos.

Era fim de tarde quando os estudantes começaram a se retirar do ensaio, a peça sendo a única atividade com a qual eles realmente se importavam. Dali um mês encenariam Shakespeare no festival anual e os esforços para que tudo desse certo eram contínuos, proporcionando um ambiente divertido em meio a todo o estresse das demais disciplinas.

Assim que o espaço ficou vazio, Kihyun guardou seus pertences na mochila e rumou até a saída, sendo surpreendido pela presença de Jooheon. Ele o viu sorrir de volta mais uma vez e, embora tivessem trocado muitas mensagens durante todo o dia, ainda havia aquele receio bobo permeando o fato de que estavam sozinhos um com o outro.

— Vai direto para casa? — Jooheon quis saber e Kihyun assentiu.

Infelizmente eles moravam em distritos diferentes e seguiam por direções opostas, então não havia a possibilidade de Jooheon se oferecer para acompanhá-lo ou vice e versa. Porém, este acabou se tornando um ponto positivo quando o mais novo dos dois pediu que Kihyun fosse consigo até um dos bancos do jardim, alegando que precisava mostrar-lhe algo antes de permitir que ele fosse embora.

Seguindo o rapaz, Kihyun não soube o que fazer quando o viu sentar-se e bater de leve no lugar ao seu lado no banco de madeira. O céu estava alaranjado e a escuridão da noite já começava a dar as caras, trazendo com ela uma brisa marota que Kihyun jurou ser a causa dos pequenos arrepios que sentia.

Jooheon, na verdade, não tinha nada para mostrar.

Do embaraço pela desculpa esfarrapada até a aproximação de seus rostos, tudo o que seus olhos diziam era algo que Kihyun já sabia: eles gostavam um do outro e tinha sido assim desde a primeira vez em que se falaram, no primeiro encontro da turma de teatro.

Era um sentimento complicado e novo, algo que os uniu aos pouquinhos, primeiro com cumprimentos tímidos seguidos de mensagens banais sobre questões que inventavam apenas para fingir que havia um assunto a ser tratado; um boa noite simples e inesperado ou um bom dia animado até demais; uma estranheza que seus amigos já haviam captado e, inclusive, apoiavam, afinal, era engraçado ver aqueles dois rapazes tão envergonhados na frente um do outro quando claramente queriam algo mais.

Kihyun tinha se apaixonado imediatamente e, quando percebeu que era recíproco, teve medo de tomar uma atitude. Jooheon parecia ser sempre tão perfeito, tão vívido e atraente que o Yoo às vezes achava serem completamente opostos.

E isso amargava seu coração, embora este tentasse, a todo custo, pulsar forte em felicidade.

Naquela tarde, Jooheon confessou o que sentia e disse a Kihyun que ele era o cara mais lindo que ele já havia visto. Ele o beijou em seguida, de modo calmo, porém nervoso, sentindo algo dentro de si se aquecer de uma forma muito prazerosa, as famosas borboletas que nada mais eram do que uma chama trêmula ganhando lenha.

    E Kihyun se sentiu tão feliz que não deteve nenhum avanço, permitindo a Jooheon aprofundar o beijo, seus corpos também se juntando em um abraço desajeitado.

Those Red Ashes | KiHeonOnde histórias criam vida. Descubra agora