Lembre de mim

Vai uma ajudinha?

Katsuki ficou em choque, o que estava acontecendo? Isso era uma brincadeira de mau gosto com sua pessoa? Seu maior medo agora era descobrir que isso era a mais pura verdade, que a pessoa mais importante para ele tinha esquecido de si, ele torcia para ser uma brincadeira boba de vingança, preferiria ser odiado do que esquecido

Katsuki- o que? Como assim? Deku não brinca comigo, sei que falou para fingirmos que nunca nos conhecemos, mas isso já é demais

Izuku- olha cara, eu não sei do que está falando, mas não vá chamando os outros dessa forma, é falta de educação, Aizawa-sensei, quem é esse?

Aizawa- você não se lembra mesmo dele?

Izuku- como assim não me lembro? Eu nunca o vi, vocês devem estar loucos

Katsuki- I-Izuku, sou eu o Kacchan, nós nos conhecemos desde pequenos, nós estávamos na mesma pracinha onde brincávamos, você foi atingido e eu te trouxe para cá, você se esqueceu mesmo de mim?

Izuku- se eu te conhecia, me desculpe, mas não me lembro de nada, mas afinal, como fui atingido por um raio?

Aizawa- isso não vem ao caso agora, apenas descanse, a Recovery vai fazer um check-up em você para verificar se está mesmo bem, agora quem não precisa estar aqui vai se retirar, vamos Bakugou

Izuku- Bakugou-san, por favor, me diga seu nome

Katsuki- me chamo Katsuki Bakugou

Izuku- muito prazer, apesar de você já me conhecer hehehe, obrigado por me ajudar, devemos ser bons amigos

Katsuki não dera nem mesmo um sorriso, ele estava arrasado, como ele poderá pedir desculpas se o amigo nem sequer se lembrava de nada? As palavras de Midoriya o atingiram em cheio, eles não eram bons amigos, pelo menos o loiro não era, pelo contrário, a relação deles era péssima, mas Katsuki sabe que se remoer agora não resolverá nada, então ele está decidido a deixar o pequeno esverdeado em paz e seguir sua vida sem ele

Aizawa- Bakugou, não vou dizer para não se chatear com isso, mas Midoriya irá conseguir recuperar suas memórias, dê tempo a ele

Katsuki- não fale asneiras, eu não estou interessado no Deku, aquilo não foi nada, isso não é mais da minha conta

Aizawa estava chocado, ou Bakugou não tinha sentimentos, ou tinha sentimentos demais, ele não aceitando isso segura o braço de seu aluno, o mesmo tentava se soltar enquanto proferia xingamentos ao professor

Aizawa- pare de se esconder Bakugou, eu vi você naquele quarto, como pode negar seus sentimentos? Isso só irá te fazer mal

Katsuki- ME DEIXA EM PAZ – Aizawa se assustou, quando encarou os olhos rubi de seu aluno ele entrou em choque, Katsuki estava segurando lágrimas que teimavam em descer, o moreno imediatamente largou seu braço e deixou com que voltasse ao dormitório, lugar onde ele supôs que voltaria

A chuva intensa transformou-se em uma garoa, possibilitando transitar melhor pelos campos da escola, Katsuki não havia voltado para o dormitório, ele foi para um dos locais de treinamento em uma cidade falsa, entrou em um prédio qualquer e parou no meio do pátio, ele simplesmente caiu de joelhos e gritou, gritou tudo o que ele tem guardado por todos esses anos, na sua cabeça vinha imagens de suas maldades com Midoriya, se lembrava das vezes que o humilhou e pisou em seus sonhos, lembrava-se também de quando eram crianças, onde Katsuki ainda não era um monstro, imagens dos dois se divertindo genuinamente, lembrou-se do dia em que o pequeno Izuku havia ralado seu joelho, Katsuki sempre carregava consigo curativos para os machucados do amigo desastrado, ele abaixou-se e com um pano limpo tirou toda a terra de seu machucado, colocou o curativo e depois depositou um beijo na testa do pequeno, logo o vendo abrir um largo sorriso, Izuku pulou encima do loiro e disse para ele,"você é o melhor amigo que eu poderia ter, Kacchan" , Katsuki chorava pois sentia falta daquela época que nunca irá voltar, ficou se perguntando como seria se tivesse feito as coisas diferentes, ele arranhava os próprios braços como uma forma de punir a si mesmo, seus arranhados foram tão fortes que estavam sangrando, ele se deitou no chão e o silêncio se instalou no local, seu choro foi dando lugar a pequenos soluços que mal passavam de sussurros, seus olhos foram pesando, ele não havia reparado que as horas se passaram, ele chutava que era uma 18h por causa do sol que se punha, com seus olhos finalmente fechados, ele adormeceu ali mesmo