Annmarie White
Eu só conseguia pensar em como as coisas sempre acabavam dando errado para mim. Na minha conta há 1000 dólares, dinheiro esse que eu irei pagar uma conta que não fui eu quem fiz, mas está em meu nome e preciso pagar.
Girei o pequeno copo na minha mão, que ainda estava com vodca barata até a metade. Eu precisava enrolar toda a madrugada com apenas essa bebida, porque tenho apenas 10 dólares na minha carteira para gastar, e não tenho como pagar um quarto para dormir a noite, então ficar em uma boate até o amanhecer foi a maneira mais segura que encontrei para ficar em Las Vegas.
Um homem sentou ao meu lado no bar, eu estava pronta para expulsa-lo, mas pela sua vestimenta, e um Rolex reluzente em seu pulso, pensei que não seria o tipo de cara que tentaria alguma coisa comigo.
O homem parecia puto com alguma coisa, já que bufava pela décima vez em menos de um minuto. Me atrevi a olhá-lo, e minha nossa. É um gato. Ri sozinha, provavelmente parecendo uma maluca, mas é que homens bonitos fazem isso comigo. Ele pediu um uísque sem gelo, geralmente fazem isso quando querem algo forte, o bartender vendo suas roupas, provavelmente pensou como eu, esse homem grita dinheiro, e pegou a garrafa mais sofisticada da bebida de cor âmbar. Eu conheço, pois já trabalhei assim, e trabalho ainda, servindo bebidas.
Olhei o relógio em meu pulso, tendo a consciência de que iria demorar muito até que o transporte público voltasse a funcionar. Suspirei frustrada, querendo que a hora voasse.
— Dia difícil? — Ouvi a voz forte do meu lado. O mesmo lado onde o homem mais gostoso estava.
Olhei para o outro lado, confusa, porque ele simplesmente não pode estar querendo puxar assunto comigo. Notando a minha expressão de babaca, ele sorriu. E meu Deus!
— Sempre dias difíceis. — Tentei sorrir, ainda incrédula do que estava acontecendo.
Ele assentiu com a cabeça e fez sinal para o bartender, tem seu copo cheio mais uma vez e vira a dose de uísque sem dó alguma. Só conseguia pensar em como a garganta dele devia estar pegando fogo pela quantidade de álcool.
— Quer sentar em outro lugar? — O olhei surpresa, mais uma vez. Isso não pode estar acontecendo. A vida deve estar de sacanagem com a minha cara.
— Sim, é claro. — Respondi, afinal, não posso desperdiçar a oportunidade que a vida está me dando.
O homem, ainda sem um nome, jogou algumas notas sobre o balcão. Provavelmente pagando a minha dose de vodca também. Nos levantamos e ele segurou a minha mão, me pegando de surpresa. Eu nem sei o nome dele e já estamos segurando na mão um do outro, e por sinal, que mão.
Por onde anda, ele chama a atenção, é claro. Alto, a pele de quem nasceu para brilhar no sol e o cabelo preto bem penteado, realmente é uma visão a parte de se ver.
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Uma Noite com o CEO - CONTO
Chick-LitA vida deles não será mais a mesma depois dessa noite. Conto do livro Um Filho Para o CEO.