capítulo 2

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Ayla narrando

Eu tô no hospital, minha cabeça dói, e meu corpo também. Estou me sentindo zonza e com muita vontade de vomitar. Um médico acabou de me contar o que aconteceu com meus pais.

Isso não pode estar acontecendo, dói tanto, não consigo parar de chorar, então eu nunca mais vou vê-los de novo ? Nada mais tem sentido, eu me sinto tão horrível, como se tivesse um buraco em mim, eu só queria ter morrido com eles, isso não é justo. Mas que merda.

Médico- Ayla fica calma, você precisa descansar, vou te dar um calmante.

Estou parecendo uma criancinha chorando, em outras situações eu até sentiria vergonha de estar assim, mas agora eu não me importo com isso, não me importo com mais nada, só queria meus pais de volta, queria q fosse tudo uma mentira, um pesadelo eu não sei.

Eu- Eu não quero dormir, eu quero meus pais de volta.

O médico se aproximou e injetou algo na minha veia enquanto eu estava chorando descontroladamente.

Eu- Por que isso tá acontecendo ? Por que eles tinham que morrer ? Por favor diz que isso é tudo mentira.

Médico- você vai ficar bem Ayla, só precisa descansar, vai se sentir melhor amanhã. Eu sei o quanto isso é difícil, mas vai ficar tudo bem.

Meus olhos estavam ficando pesados e meu corpo não se mexia mais, é como se eu estivesse totalmente paralisada.

Eu- eu não... Eu...Eu não posso dormir.

Médico- Apenas descanse Ayla, não lute contra seu cansaço.

Não conseguia mais falar ou pensar, eu tô tão cansada, mas eu não posso dormir eu não quero.  A voz dele soou tão esclarecedora e calma, então eu simplesmente apaguei.

Quebra de tempo

Médico- Bom dia Ayla, como estamos hoje ?

Eu- eu não sei.

Médico narrando

Queria saber o que falar pra ela, mas eu não tenho ideia. Já passei por isso e sei o quanto é difícil e independente do que eu disser nada vai mudar. É tão torturante ver uma garota perder os pais tão cedo. Queria q houvesse um jeito de ajudá-la.

Eu- Bem, vc vai melhorar e...

Ayla- Eu não quero melhorar.

Ayla narrando

Eu- desculpa.

Médico- Tudo bem, eu sei que é um momento complicado, mas não deixa isso te vencer, tá bom ?

Eu- eu vou tentar.

Médico- como eu estava dizendo, você terá alta hoje mesmo.

Eu- O que vai acontecer comigo ?  Pra onde eu vou agora ?

Médico- Eu não sei, mas tinha uma moça perguntando sobre você, ela disse que é do conselho e que queria ter uma conversa, mas você estava dormindo.

Eu- Hum, entendi.

Médico- Tente não chorar na frente dela, se não ela vai querer que você fique aqui mais tempo, tendo acompanhamento psicológico.

Eu- Obrigada.

Ele saiu e uma mulher entrou no quarto, ela é alta e bem magra, tinha a pele branca e os cabelos pretos, ela tem olhos verdes, estava usando uma roupa muito formal.

∆∆∆- olá Ayla, como você está?

Eu- Bem, eu acho.

Falei revirando os olhos. Como ela pode me perguntar isso, é meio óbvio que não estou bem.

∆∆∆- Bom, agora que sua mãe e seu padrasto morreram você terá q ir morar com seu pai e seu avô,  eles já me comunicaram que vão ficar com a sua guarda e estão dispostos a cuidar de você.

Como assim ? Meu pai ? Como ela espera que eu vá morar com o homem que nunca me quis e que abandonou a minha mãe, isso só pode ser brincadeira, a única coisa que sinto por ele é raiva, ele merece pagar por ter abandonado minha mãe e a mim. Quem ele pensa q é? E agora quer dar uma de bom pai.

Eu- E se eu não quiser ir?

∆∆∆- Nesse caso, você vai pra algum orfanato.

Eu- onde eles moram?

∆∆∆- Uma cidadezinha no Texas. Você vai gostar com certeza.

Logo no Texas, tão longe daqui, longe dos meus pais.

∆∆∆- seu avô decidiu que vai enterrar seus pais no Texas, pra eles ficarem mais perto de você. Agora você vai pra sua casa pegar algumas coisas suas, certo ?

Eu- Tá bem.

∆∆∆- ótimo, estarei esperando no aeroporto, vou te acompanhar até o avião, esteja lá às seis horas em ponto, seu vôo vai sair às sete.

Ela saiu, então... É isso ? Tudo isso é verdade, mas como serão as coisas agora? Eu não sei oq fazer, não quero voltar pra casa, eu não sei se vou conseguir entrar lá, sozinha. Sinto como se eu fosse quebrar.

Me vesti, agora estou em um carro indo pra casa, tentando não chorar. Obviamente sem sucesso. Minha barriga começou a doer, estou com tanta fome, mas não tenho tempo para comer. Quando me dei conta já havíamos chegado, o carro parou em frente a minha casa.

Eu- Quanto deu moço ?

Motorista- Sua corrida já foi paga patroa.

Eu- Mas quem pagou ?

Motorista- Foi um médico que tava lá na frente do hospital.

Eu- Tá bem, obrigada.

Motorista- De nada patroa.

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⏰ Última atualização: Jul 17, 2021 ⏰

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