Capítulo II - Spanish Sahara.

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Sasuke, 15 anos – antes do primeiro beijo.

A febre tinha tomado conta de todo o meu corpo. Meu corpo não conseguia parar de tremer mesmo com a quantidade de cobertores, e minha mãe segurava minha mão, um pouco ansiosa.

Estávamos no hospital, esperando os resultados de um exame.

— Ei, eu vou ficar bem – tentei acalmar minha mãe, mesmo sabendo que eu podia estar errado. A anemia fez com que eu parecesse cada vez mais pálido, quase perto da morte, e isso assustou meus pais muito depressa.

Ela parecia muito preocupada e apreensiva.

Nas últimas semanas, eu tive crise de febre. Fui parecendo muito mais magro do que era, não só pela perda de apetite. Umas manchas no corpo e suor noturno, ou até ínguas foram o suficiente para que a minha mãe me levasse de rapidez pro hospital.

Parecia que meu caso era... delicado. Eu estava preocupado, admito, mas eu acho que não podia ser tão ruim. Acreditava numa virose.

— Srtª. Mikoto, pode me acompanhar, por favor? – enquanto minha mãe segurava minha mão trêmula, se alertou quando ouviu seu nome e assentiu, olhando novamente para mim.

— Eu já volto, amor. – disse, com um sorriso em sua face cansada, seguido de um selar em minha testa. Concordei e vi a mesma sair da minha sala.

O hospital não era um lugar ruim em si: eu estava sempre deitado, não precisava lavar a louça e nem fazer comida!

Em compensação, não tinha videogame.

E, o pior de tudo, não tinha o Naruto.

Eu não via o garoto há duas semanas. Como eu estava doente, não quis que me visitasse em casa. Ontem, recebi uma ligação sua, mas ignorei. Eu não queria ter que mostrar ao garoto as minhas fraquezas.

Então, semana passada minha mãe resolveu me trazer pro hospital e acabei internado, pra exames. Ainda não sei o resultado de nada, mas ainda não me sinto tão bem.

Por não atender suas chamadas, Naruto deixava recados.

"E aí, bobão... é chato jogar videogame sozinho, cê sabe, né? Vê se melhora! Tenho saudade de te ver perder." (1 semana atrás)

"Oi, Sasuke... você tá bem? A tia Mikoto me disse que te levou pro hospital... e que você tá internado. Eu tô ficando preocupado, sabia? Sei lá, você é chato pra cacete mas eu gosto de você, né, você é meu melhor amigo [pausa] enfim, me liga quando se sentir melhor." (3 dias atrás)

"Baka, você não vai acreditar! Eu comprei um presente pra você, e vou pedir pra tia Mikoto te entregar. Não é nada demais, mas espero que goste. Acho que vou parar de implicar contigo, tô ficando com medo de te perder [risada] até mais, se cuida" (ontem)

Eu gostava de ouvir. Ouvia mais de cinco vezes por dia, mas nunca o liguei de volta. Ele com certeza já pediu pros pais dele e pra minha mãe para que me visitasse aqui, mas eu nunca vou deixar isso acontecer.

Minha mãe voltou depois de um tempo. Seus olhos inchados me fizeram ficar preocupado. Ergui minimamente o corpo, enquanto a mesma fechava a porta. Meu pai olhava do lado de fora.

— O que aconteceu? – a olhei confuso, vendo que a morena se esforçava muito para manter as lágrimas dentro dos olhos.

— Meu filho... – seu olhar sobre mim foi o motivo para que minha mãe começasse a chorar quase que desesperadamente. Se aproximou para me abraçar apertado, e eu senti um revirar no estômago. O que diabos tinha no resultado daquele exame? — Meu deus, filho, eu não quero te perder...

MEDICINE - NARUSASUOnde histórias criam vida. Descubra agora