Cheryl Blossom Point Of View.
Rubatosis (n.): a consciência perturbadora de seu próprio batimento cardíaco.
"Close your eyes and I'll kiss you, tomorow I'll miss you, remember I'll always be true..." a música soava baixinha pelos autofalantes do carro quando, às 10:00am, viramos na Commonwealth Ave, poucas casas distantes da de Toni, na quinta-feira, da primeira semana do ano.
- Eu estaria sendo boba se dissesse que não quero sair desse carro? – Toni falou em um tom manhoso e bobo, poucos segundos antes de eu parar o carro bem na frente de sua casa.
- Eu estaria sendo boba se dissesse que não quero que você saia? – perguntei, desligando a música e virando-me de frente para ela que encostava-se meio de lado no banco do carona, olhando para mim como se suplicasse para que eu não a deixasse sair.
Tomei sua mão e a beijei com carinho.
- Você vai mesmo trabalhar agora? Não vai ter nenhum tempo para descansar? – a garota perguntou, deslizando o polegar por meus lábios enquanto eu afastava meu rosto de sua mão.
- Vou sim. Preciso ir ao escritório, tenho uma reunião às 10h30m com um cliente e depois, prometi que almoçaria com Sophie. E ainda precisarei voltar ao escritório hoje mesmo para uma reunião com minha engenheira. Não tenho hora para sair de lá. – respondi-lhe, ainda segurando sua mão.
- Sua vida é sempre assim? – a garota perguntou com um ar preocupado.
- Normalmente não tenho a sua companhia quando viajo...
- Cheryl! – Toni exclamou levemente. – Você entendeu a pergunta, não mude de assunto.
- É assim sempre. – respondi simplesmente, assentindo.
- Você não cansa? – ela perguntou em um tom misterioso.
- Você cansaria? – respondi-lhe com outra pergunta.
Toni fitou-me por alguns instantes e sorriu, fazendo um movimento de negação com a cabeça.
- Você tem razão... – ela disse e olhou para o lado de fora, em direção à sua casa e eu acompanhei seu olhar.
- Acho que tem gente esperando por você. – falei, constatando a presença de um casal que saía pela porta da casa de Toni.
- Eu acho que preciso ir. – Toni atestou, virando-se rapidamente para mim.
- Quer que eu vá falar com seus pais? – perguntei calmamente.
- Não! – a garota exclamou exasperadamente e logo tratou de recompor-se. – Quer dizer, não precisa, sei que você está atrasada e...
- Está tudo bem, Tee-Tee. – falei, dando-lhe um sorriso compreensivo.
- Você me liga quando tiver um tempo livre...? – ela perguntou timidamente. – É que eu quero saber como estará.
- Eu ligo. – afirmei e inclinei-me rapidamente, dando-lhe um beijo rápido na bochecha. – Vejo você na semana que vem?
A garota de mechas rosas acenou positivamente com a cabeça enquanto abria a porta do carro para sair e antes de virar-se para seus pais que a esperavam sorridentes na porta de sua casa, mandou-me um beijo, lembrando-me em seguida para ligar para ela. Concordei com a cabeça e esperei até que ela estivesse subindo as escadas para poder seguir o caminho rumo ao escritório.
O sorriso de Toni dançava como uma nuvem por minha mente, fazendo-me sorrir enquanto dirigia pelas ruas de Boston. Na rádio sintonizada por Toni enquanto voltávamos de Nova Iorque à Boston, a melodia que se tornara tão familiar para mim nos últimos dois dias, começava sutil e lentamente arrastou minha mente para as memórias dos dias anteriores.
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𝐰𝐨𝐧𝐝𝐞𝐫𝐟𝐚𝐥𝐥 • 𝐜𝐡𝐨𝐧𝐢
Romance"Se a reta é o caminho mais curto entre dois pontos, a curva é o que faz o concreto buscar o infinito." Os amores impossíveis são o caminho mais curto para alcançar o infinito e elas sabiam disso. Cheryl queria alcançar o infinito. Toni queria ser o...