𝕦𝕝𝕥𝕚𝕞𝕠 𝕔𝕒𝕡𝕚𝕥𝕦𝕝𝕠

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P.o.v Kara Deverns

Ao ver Lena transtornada daquele jeito, confesso,senti muito medo, muito mesmo, quando me afastei dela na banheira, só vesti o roupão, me sequei e vesti um conjunto moletom bem rápido, sai do quarto que era "Nosso" e fui para o de Sofia,deitei com ela na cama dela e fechei os olhos, silenciosamente comecei a chorar. Ouvi a porta ser aberta, Lena parecia analizar alguma coisa, depois de um tempo a porta foi fechada e seus passos distanciados, depois de pensar sobre o que aconteceu, estava quase pegando no sono quando escuto barulho de vidro quebrar, levantei rápido e tranquei a porta.
Seja o que fosse que estivesse acontecendo lá em baixo, eu não abriria a porta de jeito algum, ainda mais com o medo que estava de Lena? Preferi voltar para a cama e peguei no sono. De manhã, olhei para o meu lado e sorri para Sofia que acariciava meu rosto, ao ver que eu estava acordada ela deu um beijinho em meu nariz.

– Tá machucada por que mamãe? – Falou com sua voz angelical e eu franzi o cenho, levantei e olhei no espelho, haviam marcas.

– Nada meu amor, a mamãe tava tomando banho e caiu no banheiro, nada demais tá bom? – sorrio insegura pra ela e a puxo pelo pé.– Vamos comer alguma coisa, hm? – Falo fazendo cosquinhas nela. – Para mamãe, para, por favor. – Ela falava rindo e quando parei ela correu para ir no banheiro, fui até a porta rezando para que Len não estivesse por lá.

Abro a porta de dou de cara com uma garrafa de bebida no chão, mas como isso veio parar aqui? Resolvi descer as escadas, dei de cara com Lena com um curativo mal feito, e põe mal nisso, na mão e mais duas garrafas de whisky do seu lado, seu estado não era um dos melhores, além da mão, haviam feridas na perna e o chão estava com alguns vidros quebrados, com todo cuidado possível, fui até á cozinha, voltei, varri os cacos de vidro e fui até Lena.

– Lena? Acorda, você dormiu na sala.– Falo mexendo em seu corpo e ela acorda sobresaltada coçando os olhos.

– Kara ?– pergunta confusa e logo se ajoelha gemendo de dor.– oh Kah, me perdoe, eu não queria machuca-la, nem fisicamente, nem psicologicamente, me desculpe, me desculpe.– pede encostando a cabeça em minha perna e chorando bastante.

– Lena levanta daí, não se preste a esse papel ridículo! – A olhei com um pouco de raiva e repreensão, ela levantou do chão com muita dificuldade por causa dos ferimentos e o álcool, ao testar ficar em pé, deu um gemido mais alto, vi que seu pé também estava com curativo.– Porra Lena, por que fez isso?

Reprendo ela e seguro em seu braço colocando ao redor do meu pescoço por trás e ajudo ela a chegar no quarto dela, levo ela ao banheiro e deixo ela de baixo do chuveiro de roupas mesmo e abro na temperatura mais gelada, ela começa a tremer de frio e vejo que seu corpo dá uns pulinhos, só percebo que são soluços quando percebo que está chorando.

– Lena pare com isso já! Seja madura! – falo e ela me olha com dor no olhar.– Cansei! Tome banho sozinha! – saio dali e vou para a cozinha onde Sofia já me esperava, fiz nosso café da manhã e  comemos em silêncio, depois fomos assistir desenhos, olhei a hora e percebi que já haviam se passado 2 horas desde que deixei Lena no banheiro.

Levanto do sofá e subo para o quarto, a encontro de bruços na cama, seu cabelo molhado cobria o rosto, me aproximei e tirei de seu rosto, vi o quão vulnerável Lena estava, precisava saber o que a tinha deixado assim.

– Lena? Acorde, você precisa comer alguma coisa.

– Me deixa em paz, kara.– fala com a voz rouca já que acordou novamente, levanta a cabeça e olha pra mim.– O que ainda faz aqui? Não cansa de mim? Não sente medo desse monstro que me tornei?

A olho com pena.

– Tudo que eu sinto nesse momento, é pena de você.– Falo e me aproximo mais dela, levo uma mão ao seu rosto.– Me conta o que aconteceu, hm? Por que agiu daquela forma? O que gerou aquela agressividade toda?

Ela deixa algumas lágrimas escaparem de seus olhos e deita a cabeça mais perto da minha.

– Foi um episódio da minha vida... eu passei um tempo da minha vida morando com meu tio e minha tia no Canadá, vivenciei cada briga, cada violência, cada acusação... eu não queria ter visto, mas agora busco pro justiça por ela...

– Por que não conversou com um profissional sobre isso? Sabe que existem psicólogos competentes, você tem dinheiro o suficiente para pagar por uma das melhores.
Vejo seu semblante mudando um pouco.

– Ah Kara não sei... eu as vezes acho que não preciso de ajuda sabe? – ela fala e pega em minha mão.– Desculpa pelo que eu te fiz, vou procurar ajuda tá bom?

– Tá bom, Lena.– Faço carinho em sua mão e sorrio para ela.– E eu vou a procura de uma casa.

– Não, por favor, não me deixe, por favor.– Ela fala desesperada e com os olhos arregalados.

– Kris  chega esses dias não é? Você vai ficar bem, eu preciso de um tempo, você precisa de tratamento, mas não se preocupe, continuarei sendo sua, assim como você continuará sendo minha e puta merda precisamos fazer o seu curativo.– Falo olhando sangue em nossas mãos.

(N/A: Sangue do nosso julgamento cai em nossas mãos, não é meu.)

Pego a caixinha de primeiros socorros no banheiro e faço curativo em sua mão e em seu pé, depois olho em seus olhos e deixo um selinho em seus lábios, faço carinho em seu rosto e fico a observando por um tempo.

– Se cuida, Leh.– saio do quarto e pego meu celular procurando por casas, apartamentos ou kitnet's, vejo que tem um apartamento disponível e que estava em meu orçamento, marco com o proprietário uma visita e volto a assistir desenho com Sofia.

•SᴜᴘᴇʀCᴏʀᴘ• ✓ Lᴜᴛʜᴏʀ ~ Iɴᴛᴇʀxᴇsᴜᴀʟ Onde histórias criam vida. Descubra agora