4. 3-10-24

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3-10-24

Castiel nunca sabe quanto tempo ele se vai. Não que ele realmente saiba para onde vai - só que quando ele volta, o tempo passou e ele nunca tem ideia de quanto.

Desta vez, quando ele pisca de volta à existência no mundo dos vivos (para a maioria das pessoas, pelo menos), o sol está prestes a se pôr.

Ele se sente muito melhor do que antes de tirar sua soneca fantasma, ou o que quer que aconteça. Ele está recarregado e pronto para lidar com o que quer que tenha acontecido em sua ausência - ou ainda possa acontecer.

Pelo que Castiel pode sentir, seu cemitério está razoavelmente silencioso. Não há muitas pessoas por perto, e ele fecha os olhos para fazer um inventário rápido: duas perto do mirante, uma perto da cerca norte, um grupo saindo do estacionamento.

E então há uma única pessoa, perto da igreja.

Castiel poderia arriscar um palpite sobre quem poderia ser. É interessante que Dean ainda esteja por aqui, considerando como ele agiu na... noite passada? Duas noites atrás? Castiel não tem certeza.

Mas ele ainda está aqui. E isso deve significar que ele se preocupa - com Mary, com seu comportamento, sua atitude. Com Cas.

Não há como dizer exatamente qual motivo, ou mistura de motivos, que o está mantendo aqui, mas Castiel espera - mais do que um pouco - que o último motivo seja por algum peso na mente de Dean. Não que lhe faça bem pensar nisso, mas ele é apenas humano. Bem, principalmente.

Veja só, ele encontra Dean ao lado do túmulo mais uma vez. Desta vez, porém, a cena é muito diferente.

Dean está de joelhos ao lado do túmulo de Castiel. Ele está vestindo uma calça jeans velha e uma camiseta desbotada que claramente já viu dias melhores, e há sujeira sob suas unhas. Não é Dean que chama sua atenção, embora - bem, não tanto.

Não, é o túmulo dele.

Onde antes tinha sido negligenciado e coberto de vegetação, ervas daninhas arranhando a lápide desbotada e as bordas de seu túmulo perdidas na grama, agora parece completamente diferente. As ervas daninhas foram arrancadas, a grama de crescimento selvagem aparada, a lápide esfregada até que os cem anos de sujeira tenham desaparecido. Há uma linha elegante de pedras ao redor da borda da sepultura, onde a borda de madeira há muito apodreceu e foi plantada bem ao pé da sepultura...

Existe uma planta de asfódelo.

— Dean. — ele respira, enquanto olha para seu próprio túmulo. É tão bonito e bem cuidado, se não mais, como era quando ele habitou o cemitério pela primeira vez. — Você... você fez tudo isso para mim?

Dean se assusta, como se não tivesse percebido que Castiel estava lá. Ele olha por cima do ombro para Castiel, os olhos arregalados e os dedos manchados de sujeira flexionando nervosamente contra suas coxas. — Sim. — ele diz baixinho, em seguida, limpa a garganta. — Eu, uh. Eu queria fazer algo para mostrar a você que sinto muito. Lamento ter acreditado no meu pai quando ele disse que você era ruim e lamento ter te machucado. — Os olhos de Castiel seguem o movimento dos dedos de Dean enquanto ele esfrega sua nuca. — Eu sei que provavelmente não compensa, mas... eu queria tentar.

Castiel nunca gostou das memórias presas ao seu túmulo, mas agora... agora que Dean o refez, aparou e o tornou lindo e amado mais uma vez, assim como todos os outros neste cemitério que Castiel e os outros humanos cuidam…

A Loneny Vigil || DestielOnde histórias criam vida. Descubra agora