O Menino do Café - part 2

Capítulo 1

    "Cuidado com o que você deseja", é o conselho mais bobo que eu já ouvi. Entretanto com o passar do tempo eu entendi a mensagem que ele queria me passar.

    O Arthur veio para minha casa, para passar um tempo, mas todos os dias eu queria que esse tempo nunca acabasse. Nós fizemos muitas coisas nesses dias, olhamos milhares de filmes e até iniciamos uma série: modern family.
O estilo de filme do Arthur era diversificado e ele aceitava olhar tudo que eu queria. Eu, no entanto, gosto muito de romance e comédia.
Jogamos futebol na rua, olhamos o pôr do sol, e conversamos até ele nascer novamente.

    Os dias foram passando e cada vez a rotina de ter o Arthur se tornava mais agradável, e mais eu deseja tê-lo por muito mais tempo. E assim foram 7 viagens de volta adiadas. Visitamos tantos lugares, desfrutamos o mundo juntos, e ele me ensinou várias coisas. Mas também aprendeu.
Se eu pudesse descrever, diria que a sensação de ama-lo me deixava mais viva.

   Porém, com o passar dos dias, eu senti falta de estar a sós comigo. Senti falta de conversar comigo mesma e aproveitar minha companhia. E foi em um desses dias que eu esperei o Arthur dormir e fui para o telhado de madrugada, sozinha, aproveitar a mim mesma.

E foi nesse momento, que avistei o Coff, em frente a sua casa. Ele também me avistou.
Logo me mandou mensagem pedindo se eu gostaria de companhia e eu achei que seria uma boa ideia. Incrivelmente ele sabia exatamente como subir no meu telhado.

    - Quanto tempo que não te vejo. - Eu disse lhe emprestando um pouco da minha coberta.

     -Eu sumi um pouco...Precisava de um tempo pra mim...
      
     -Te entendo muito bem...

   Conversamos a madrugada toda sobre quase todos os assuntos possíveis, e minha barriga doía de tanto rir. Era bom ter o Coff de volta.

Mas algo dentro de mim dizia que ainda existia uma faísca de amor entre a gente. Algo ainda estava vivo dentro de mim.
E quando a luz dos meus olhos encontraram a luz dos olhos dele, eu sei que ele também sentiu.
E tudo foi silêncio.

   -Eu escrevi muito pra você...no início...- Ele disse quebrando o silêncio.

    -Nunca recebi nada. Mas adoraria.

    -Eu nunca enviei. Era algo muito particular.
  
     -Gostaria de saber o que você estava sentindo naquele momento.

      -Você sempre soube Gabbi...Sempre foi diferente das outras pessoas....

      -Te entendo muito bem...Sinto o mesmo....

Nesse momento, o sol nascia entre a gente, enquanto nos olhávamos nos olhos. 
Então eu lembrei do Arthur e de tudo que havia acontecido. Coff agora era só um amigo.

   Cortei o assunto e disse que precisava ir dormir. Eu acho que ele entendeu.

Nos demais dias, eu não vi ele...
Ele sumiu novamente.

No 8° dia sem saber nem se quer onde ele estava, decidi procurar seus pais para descobrir o que havia acontecido.

Ele havia saído para passar uns dias fora do país. Sem data de retorno. E também sem saber se haveria um retorno.

Eu senti um aperto no peito...

   E esse aperto, o Arthur não pôde curar...