As horas se arrastaram. Lan Zhan e Yanli não suportavam mais tanta espera, até que finalmente viram-se diante do médico de Wei. As notícias não eram nada boas.
O paciente apresentava um inchaço cerebral por conta da violência dos golpes que recebeu. Mas já havia sinais de que iria gradativamente retroceder. No entanto, as sequelas eram algo com que eles teriam que lidar.
Sua audição foi afetada, mas havia tratamento. Longo, mas eficaz se levado a sério. A visão também apresentava problemas. A gravidade das lesões só poderia ser avaliada com exatidão quando Wei acordasse.
Yanli foi amparada por Lan Zhan, seu choro era sôfrego e contínuo. Ela estava inconformada com a situação, repetindo sem parar que Wei não merecia aquilo. Ele compartilhava do mesmo sentimento que ela, seriam dias difíceis e tristes. A luta estava apenas começando, mas já decidira. Faria o que fosse necessário para dar a Wei tudo o que ele precisasse.
Foi solicitado por Lan Zhan a transferência do paciente para o Hospital Geral de Pequim. Como seu estado era regular após 24h acreditavam que não haveria empecilho para tal procedimento.
Em silêncio, cada um perdido em seus pensamentos eles aguardavam pela transferência do menor que permanecia inconsciente. Uma enfermeira entrou no quarto e solicitou que o responsável pelo paciente fosse até a secretaria. Sabiam muito bem qual era a questão, a conta do hospital.
Yanli suspirou preocupada. Não sabia como conseguiria pagar aquela dívida, mas venderia seu carro se preciso fosse. Porém, se surpreendeu ao ver Lan Zhan tomando a dianteira.
"Deixe isso comigo!"
"Você é rico por acaso?"
"Não! Tenho minhas economias e trabalho, vou dar meu jeito." falou caminhando em direção a porta.
Na tesouraria do hospital ele assinou como responsável. Um valor foi repassado por alto, lhe dando noção de quanto ficaria a conta. Nada que desse fim as suas economias, mas tinha noção que os gastos estavam apenas começando.
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Já em Pequim, Wei permanecia a maior parte do tempo inconsciente devido às fortes medicações. Nos breves momentos de consciência ouvia vozes familiares, todavia, não era possível identificá-las com clareza. Algumas vezes lhe dava a impressão de ouvir alguém chorando e segurando sua mão. Aquela sensação era familiar, mas a sonolência acabava o dominando novamente.
Lan Zhan era incansável, ficava o máximo que conseguia no hospital. Passava as noites ao lado da cama de Wei, mas não podia se dar ao luxo em perder o emprego naquela altura dos acontecimentos.
Fazia quatro dias que o menor permanecia naquele estado. Infelizmente os pesadelos eram constantes, sempre amparado por Lan Zhan acabava se acalmando.
Yanli ficava encantada com os cuidados e o carinho que aquele homem tinha por seu irmão, lhe doía ver os dois naquela situação.
"A-Xin vai ficar feliz ao acordar e te ver ao lado dele!"
"Por favor, não quero que o Wei saiba que estou aqui!"
"Por que motivo?" Yanli perguntou perplexa.
"Já foi suficiente todo mal que causei! Vou cuidar de tudo até ele estar completamente curado, porém, não irei mais interferir em sua vida. Wei tem que me esquecer, assim será melhor!"
A garota quis questionar aquela loucura, mas seu irmão se moveu lentamente e gemendo baixinho, chamou sua atenção. Yanli se aproximou da cama e segurou a mão de Wei. Lan Zhan dirigiu-se à porta para chamar a enfermeira, mas não sem antes fazer um sinal que a lembrasse de seu pedido.
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Na escuridão dos teus olhos
FanfictionAs ilusões obscurecem nossa lucidez, distorcem situações, invertem valores, nos arrastam para o círculo do sofrimento que queríamos evitar. Wei Wuxian encontra nos braços de Lan Zhan um sentimento novo intenso que entorpece seus sentidos, mas velhas...