Na televisão da sala o mesmo filme de todos os domingos passava, Velozes e Furiosos.
Ele percebeu que ela não estava nada confortável.
"Está tudo bem?" Ele perguntou
"Não" Ela respondeu com um tom de voz baixo "estou enjoada"
" Você está de estômago vazio, né?" Ele perguntou já sabendo a resposta, na mesmo assim recebeu um sim da amada "Deve ser por isso, lembra que a médica disse que você ficaria enjoada se estivesse com o estômago vazio?"
" Enjoada com o estômago vazio, enjoada com estômago cheio, pobre de mim." Jakelyne respondeu com uma voz de dengo. " Sua filha está me dando muito trabalho."
"Preciso ter uma conversa séria com ela." Ele disse com a mão na barriga da noiva "Vamos fazer o seguinte, você vai deita na cama, dorme pouco, descansa e eu vou fazer o jantar. Quando estiver pronto, eu te chamo."
Ela foi em direção ao quarto enquanto ele ia para a cozinha preparar o jantar.
"Vamos descansar um pouco enquanto o papai cozinha, vamos meu amor?" Sua mão pousava sobre a barriga. " Tomara que esse enjoo passe rápido." Ela estava se sentindo enjoada o dia inteiro, mas decidiu não contar para ele para não deixá-lo preocupado.
A atenção na comida foi interrompida pelos sons que vinham do quarto, eram gemidos de dor. Ele não esperou ela chamar ele e rapidamente foi em direção ao quarto. Quando adentrou o quarto, a cena que via lhe assustava, ela estava sentada com a mão na barriga e os olhos cheios de lágrimas.
" Amor, o que foi?" Ele perguntou preocupado enquanto se aproximava da cama. " Jake, vocês estão bem?"
"Eu não sei" As lágrimas a impediam de falar tudo "Eu dormi e acordei com muita dor."
"Vamos para o hospital" Ele já estava pronto para ajudar ela a se levantar, mas foi interrompido.'
"Liga para ela primeiro?" Ela dizia com os olhos marejados "Vai que não é nada."
"Como assim nada?" Ele tentava se mostrar mais forte do que ela, mas também estava assustado "Vocês estão com dor."
"Ricardo, por favor, liga para ela."
O olhar dela para ele o convenceu de ligar para a médica, sabia que aquilo era ela negando que pudesse ser algo ruim acontecendo. As lágrimas que escorriam, deixavam isso bem claro.
"Ta bom amor." Ele depositou um beijo terno na cabeça dela e foi pegar o celular para ligar. "Vou ligar."
Rapidamente encontrou o número da médica e ligou sem êxito. A médica que atendeu em poucos segundos, ouvia agora um pai de primeira viagem intermediar a conversa entre médica e paciente. Pelo o que era descrito as dores bem algo comum na gravidez, era apenas dores do útero se expandido, nada que os levassem a ir ao hospital com urgência, somente se a dos não passasse após tomar paracetamol, a doutora aproveitou para marcar uma consulta no dia seguinte.
"Obrigado, nos vemos amanhã." Mariano disse antes de desligar o celular e colocar sobre a mesa de cabeceira "Então, ela disse que são dores normais, e que o nível de dor depende de mulher para mulher. "
"Ela disse mais alguma coisa?" Uma Jakelyne mais tranquila perguntava
"Marcou uma consulta para amanhã" Ele respondeu se levantando "E disse para você comer algo, mesmo que seja pouco, e tomar paracetamol se a dor estiver muito forte."
Após depositar um beijo na testa da amada, aproximou a face da barriga da mesma
"Prendinha, você pode deixar a mamãe sem enjoos e sem dores até o papai esquentar a canja que a tia Lara mandou e dar um remédio para a mamãe não ter mais dor?" O som do estômago reclamando de fome serviu como resposta "filha, eu sei que não foi vocês, mas vai servir como um sim. Deita de novo, eu já volto"
"Nós gostamos muito da canja da tia Lara né meu amorzinho?" Ela dizia com a mão na barriga. A canja da amiga era uma das poucas refeições que paravam no estômago.
Mariano rapidamente esquentou a canja e levou para Jakelyne no quarto, sabia que ela não comeria muito com medo de passar mal, e assim que terminou de comer, tomou o remédio que a médica disse.
"Vou lavar essa cumbuca e já volto" ele disse se retirando do quarto.
Poucos minutos se passaram e quando retornou ao quarto encontrou ela dormindo. Com cuidado a arrumou na cama e deitou do seu lado, a preocupação era maior que seu sono. Lentamente se aproximou da barriga da noiva e começou a conversar com o bebê.
"Você precisa parar de assustar a mamãe e de fazer ela passar mal, prendinha. Ela fica muito assustada com qualquer coisa que envolve você, até de Ricardo ela me chamou." Ele falava em tom de voz baixo, tentando não acordar ela "A gente precisa fazer um combinado. Os shows do papai vão voltar, claro que vocês irão à maioria, mas em alguns, a mamãe não vai poder ir, você tem que prometer para o papai que vai ficar comportada e sem assustar a mamãe quando eu estiver longe."
O papo foi interrompido, pois, Jakelyne se mexeu na cama, mas logo foi retomado.
"Sabe de uma coisa, prendinha, sua mãe é uma das mulheres mais fortes que eu conheço, então quando você estiver maior, eu vou te ensinar a tratar ela da melhor maneira possível, viu? Nada de brigar com ela, ou desobedecer ela. Eu sei que quando você crescer, você vai querer brincar com as coroas dela, mas eu prometo te comprar um monte, vamos deixar as dela guardadas. Eu espero muito que você seja igual a ela, não são fisicamente, mas tomara que você seja doce com ela é." A conversa se estendeu por mais algum tempo. Mariano sabia que não dormiria durante a noite. Após finalizar o bate-papo, pegou o celular, afim de encontrar algo que lhe fizesse companhia durante o tempo que velaria o sono de suas prendas.
A manhã chegou rapidamente, Jakelyne já se sentia melhor, tinha um pouco de enjoos mas nada além disso, porém da dor que tinha lhe assustado no dia anterior não estava mais presente. Depois de um leve café da manhã, já estavam dentro da sala da médica.
A médica pacientemente havia explicado novamente que as dores eram algo normal e agora se preparava para realizar uma ultrassom. Mariano se encontrava ao lado de Jakelyne, segurando uma das mãos da morena, Antes que a médica pudesse apontar onde o bebê estava, ele se antecipou, e com lágrimas nos olhos apontou para a tela.
"Olha a prendinha ali, meu amor." Seus olhos estavam marejados. Enquanto a médica olhava surpresa, Jakelyne segurava uma risada.
"Amor, das outras vezes você não encontrou." Ela dizia sorrindo
"Jake, dessa vez ele achou em cheio. Acho que temos um bebê do papai aqui." A médica disse, e foi neste momento que os olhos de Jakelyne se encheram de lágrimas.
A consulta foi encerrada e o casal já se encontrava dentro do carro retomando para casa.
"Ta, como você achou a bebê tão rápido na ultrassom." Jakelyne perguntava olhando para Mariano. "Hein, senhor Ricardo Mariano Bijos Gomes?"
"Foi fácil, enquanto você dormia, eu fiquei pesquisando fotos de ultrassom." Mariano respondeu com um sorriso sínico no rosto.
"AMOOOOOR" Jakelyne disse em meio de uma gargalhada .
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In The Middle of The Night
FanfictionNo meio de uma noite chuvosa, tudo pode mudar. Baseada em fatos reais, um alguns detalhes que não.