1. Encontro do destino

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Gajeel era um desertor da maldade. Ele que antes era um vilão de toda essa história, teve seu momento de redenção. Sua antiga guilda agora já não passava de destroços. E do mesmo modo, o coração do pobre homem também estava destroçado e estraçalhado em tristezas e angústias que não cabiam em seu peito.

Em seus velhos tempos de maldade ele agiu da forma mais cruel possível, com todos ao seu redor, e inclusive com a pessoa que, mais tarde, viria a roubar seu coração e suas noites de sono. Levy, uma doce, porém poderosa, menina, integrante da guilda Fairy Tail, a qual Gajeel tanto odiou no passado, mas que agora no presente o estava acolhendo e o tratando tão bem.

O homem não entendia direito como aquelas pessoas podiam estar sendo tão bondosas com ele que já havia lhes feito tanto mal. Mas o maior mistério era Levy, aquela garota tão maravilhosa que já sofrera tanto por sua culpa, mas que agora o tratava com doçura.

A cada vez que via Levy, com seus lindos cabelos azuis, seus grandes olhos, sua alva pele que parecia ser tão macia, Gajeel sentia como se seu coração fosse se romper e explodir em sangue pulando para fora de seu peito. E mais do que tudo, sua alma doía e chorava de amargura e arrependimento pelo passado.

Depois de muito pensar, ele resolveu que escreveria uma carta confessando tudo, desde os arrependimentos que o dilaceravam por dentro até o amor que sentia tão forte por ela. Mas claro, ele nunca iria entregar a carta, apenas iria escrever para tentar aliviar um pouco de seu angustiante fardo.

O que ele não imaginava era que o destino tinha outros planos...

*** 

Tarde da noite, Levy, que não estava conseguindo dormir, vai até a biblioteca. A pobre menina era sempre tão alegre, tão sorridente, por isso ninguém imaginava o peso que ela carregava em seu íntimo. Ela se sentia culpada, afinal estivera desde sempre apaixonada pelo inimigo.

Ela ainda se lembrava em todos os detalhes a primeira vez em que havia olhado para os olhos de Gajeel. Foi um instante tão curto de tempo, mas que enfeitiçou completamente a pura alma da jovem maga. Aquele olhar foi sua total perdição, e bem ali, no campo de batalha, ela se apaixonou.

Na época Levy sentiu-se a menina mais tonta do universo, mas não conseguiu controlar seu corpo, seus hormônios, ou seja lá o que de fato faz as pessoas sentirem atração. Não. Era completamente impossível olhar para aquele homem sem sentir o corpo tremer com os hormônios pipocando em seu ser. Ele era completamente lindo, alto, forte, grande, com aquele enorme cabelo preto caindo-lhe por sobre o corpo.

A batalha foi horrível e sanguinolenta, Gajeel parecia um demônio assassino.

Mas o tempo passou, e as coisas mudaram. Gajeel mudou, e Levy sabia muito bem disso, caso contrário ele nunca teria sido aceito e tão bem acolhido ali em sua guilda. Isso confortava um pouco o coração da jovem, mas não aliviava a vontade louca que ela sentia de poder lhe confessar todo seu amor e então poder estar em seus braços.

Com esse último pensamento quente, Levy quase tropeçou em algo que estava no chão, meio escondido no fundo da biblioteca. Forçando a vista na fraca iluminação, percebeu que era uma perna. Assustada a menina chegou mais perto e olhou por detrás da enorme prateleira que cobria o dono da misteriosa perna. Gajeel estava bem ali, adormecido de mal jeito, ainda com uma caneta na mão, e muitas páginas escritas jogadas no chão bem na sua frente.

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Ao seu lado (GaLe)Onde histórias criam vida. Descubra agora