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𝐍𝐀𝐑𝐑𝐀𝐃𝐎𝐑𝐀

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𝐍𝐀𝐑𝐑𝐀𝐃𝐎𝐑𝐀

Não era fácil ser uma jovem de dezesseis que perdeu os pais em um acidente de carro. Amara estava prestes a se mudar para a Mansão Fairchild onde sua vida ficaria ainda mais fodida. A mansão se localizava no interior da Inglaterra, em Éssex para ser mais exata. O lugar parecia o mais longe possível do resto do mundo, quase que propositalmente.

𝐚𝐦𝐚𝐫𝐚 𝐩𝐨𝐢𝐧𝐭 𝐨𝐟 𝐯𝐢𝐞𝐰

—Falta muito? —encaro minhas próprias pernas.

—Amara por favor! —eu pude ouvir o ranger de dentes da minha irmã, sei que eu a irrito as vezes, mas dessa vez não foi a intenção.

—O que? —eu a encarei. —Eu só quero saber se falta muito pra chegar. —esfreguei as mãos em minhas pernas para acalmar a ansiedade.

E cá estou eu, em 1989. Indo para um lugar que eu não conheço, com pessoas que eu também não conheço, e provavelmente não vou gostar. Mas tenho escolha? A resposta para essa pergunta é não. Minha irmã precisa desse emprego, e eu preciso dela. É o que acontece quando se vira órfã, você tem que seguir sua irmã para todos os lugares que te ofereçam o mínimo para sobreviver.

—Fique tranquila Amara. — disse o cara que não me lembro o nome. —Já estamos chegando.

Assenti, mesmo sabendo que ele não veria por estar prestando atenção na estrada.

—Cansada? —questiona olhando pelo retrovisor. Eu balanço a cabeça positivamente afirmando meu cansaço. Foram quase três horas de viagem ora, esperavam que eu estivesse como? —Esses hotéis não são muito confortáveis mesmo.

Se refere ao hotel que estávamos hospedadas antes de virmos para cá. E realmente, não eram nada confortáveis. Os espelhos estavam tão cheios de poeira que quando passávamos o dedo neles, um bolo de pó cinza vinha junto. Os colchões de cama nem se fala, eram duros igual pedra, juro que em alguns momentos questionei-me se estava deitada em uma tábua de passar roupa. Bom, isso também explica um pouco do cansaço.

—Nem me fale. —Deni suspira observando as árvores pela janela do carro.

—Irá gostar da tranquilidade daqui. —avisa o homem. —É apaixonante.

—Tenho certeza disso. Aqui é lindo. —continua admirando a paisagem.

—Ah, você acha? — pigarreou.

—O que? —Deni franziu o cenho. —Não acha aqui bonito?

—Na verdade, eu nunca gostei dessa cidade, o povo que nasce aqui, morre aqui. A cidade toda é um grande buraco negro, e é fácil ficar preso.

𝐒𝐎𝐂𝐈𝐎𝐏𝐀𝐓𝐇 | 𝙈𝙞𝙡𝙚𝙨 𝙁𝙖𝙞𝙧𝙘𝙝𝙞𝙡𝙙Onde histórias criam vida. Descubra agora