15* Tear

64 10 0
                                    

Eu queria poder ir para casa, trocar de roupa e refazer minha maquiagem, mas nada disso seria possível agora.

Respirei fundo, enchendo meus pulmões de ar, e disquei o numero da Nari.

_" Nina, onde você se meteu?" - Perguntou aparentemente preocupada.

_ Eu tive que vir aqui fora, mas acabei encharcada - Expliquei rapidamente. - Mas não posso ir para casa, por que estou com o celular do senhor Park - Continuei, puxando meus cabelos para trás, tirando os fios molhados do meu rosto.

_ Tudo bem, eu estou indo - Ela desligou antes que eu pudesse agradecer, mordi a unha do meu polegar ansiosa, meu pé batendo de forma ritmada no chão, encostei minha cabeça na parede e fechei os olhos.

_ O que aconteceu? - Perguntou, abri os olhos assustada. - Você está bem? - Wheein agachada a minha frente, um olhar preocupado, fiquei sem reação por alguns segundos.

_ Não é nada, eu estou bem - Falei com a voz falha e rouca, minha garganta doeu com as palavras, forcei um sorriso. - Obrigada pela preocupação - Agradeci formalmente, ela se levantou e estendeu a mão para de ajudar a fazer o mesmo.

Aceitei a ajuda, mesmo que eu só quisesse permanecer no chão até me sentir melhor.

_ Você não parece bem, mas não irei insistir - Ela disse gentilmente. - O hotel é longe daqui? Precisa se trocar antes de pegar um resfriado. - Explicou, essa mulher é um anjo?

_ Não fica longe, só estou esperando minha amiga vir buscar o celular - Murmurei e Wheein assentiu.

_ Todos nós passamos por problemas... Só não podemos deixar que eles sejam nossa prioridade, eu não sei o que está acontecendo e não te conheço, mas não gosto de ver as pessoas chorando - A voz dela soou calma e reconfortante. - Não desista, uma hora as coisas iram melhorar - Segurou meu ombro apertando levemente.

Contive minhas lágrimas, deixando minha visão embaçada olhei para os meus tênis.

_ Nina? Wheein? - Ergui a cabeça... Quando eu penso que não pode piorar, piora. - O que disse pra ela? - Perguntou baixo segurando meus ombros, me assustei com o contato repentino e o encarei, os olhos escuros um pouco borrados graças a minha visão estavam preocupados, os lábios cheios prensados e a testa franzida, enquanto inclinava a cabeça como um cachorrinho.

Ele deslizou as mãos até minhas bochechas segurando meu rosto entre as mãos gordinhas, senti minha pele formigar pelo contato inesperado.

_ Ela já estava assim quando sai - Falou baixo, os olhos indo do meu rosto para o dele repetidamente.

Pigarreei me afastando das mãos dele, deveria ser desconfortável ver o namorado tão perto assim de outra pessoa.

Jimin me olhou confuso, mordendo os lábio inferior.

_ Eu estou bem Só preciso ir me trocar- Esclareci, devolvendo o celular para ele que pegou em tirar os olhos de mim. - Volto em cinco minutos. Senhor Park, Senhorita Jung - Me curvei em despedida, antes de me virar e ir para o hotel e passos longos, sentindo meu nariz arder, e minhas mãos tremerem, eu mal consegui respirar, todos esses sentimentos estavam me sufocando, eu podia sentir minha respiração rápida e inconstante, meu coração acelerado os barulhos da rua nunca pareceram tão altos quanto nesse instante.

Meu corpo inteiro tremia quando eu finalmente cheguei ao meu quarto, joguei meu celular na cama correndo para o banheiro, ligando o chuveiro na temperatura mais quente e me sentando em baixo dele, arranquei minha blusa sentindo a água fervente tocar minha pele.

Cocei meu pulso com força, tentando tirar toda essa ansiedade de mim.

O que eu estou fazendo? Por que estou fazendo isso... Eu deveria ligar para a policia e colocar um ponto final nisso, eu deveria ser justa e altruísta.

House of cardsOnde histórias criam vida. Descubra agora