Cúmplices

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...

— E por que eu deveria confiar em você?

— Pois provavelmente eu sou o mais próximo de uma volta pra casa que você tem.

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— Vamos você consegue...

Do Kyungsoo já estava daquele jeito por mais ou menos uma hora e meia. Seus dedos formigam e seu abdômen se contrai volta e meia. Não conseguia acreditar que não possuía seus poderes, era como se alguém houvesse retirado um pedaço importante, aquele vazio o tomava, fazendo se questionar se não era realmente algo físico em seu corpo que gerava seus poderes, e agora aquilo havia se ido de fato.

Quebrado.

Do Kyungsoo era um feiticeiro sem magia, e por mais que ele estivesse se dando bem naquele planeta ele não possuía nada de especial. Por que aquele grupo de pessoas, que agora ele podia considerar como amigos, deveria ter ele por perto? Se um deles se machucasse ele não poderia usar seus poderes de cura para ajudar. Era totalmente inútil, assim como foi para seu pai em Arllor.

Totalmente frustrado ele se ergueu do chão do quarto, suas pernas doíam por ter ficado tanto tempo sentado com as pernas cruzadas. Pegou o copo de vidro que continha água até a metade e o levou em direção ao banheiro. Tentou mexer um pouco da água com sua mente, para treinar, mas nada como era de se esperar, aconteceu. Ele precisava arrumar um jeito de encontrar magia ali. Foi então que algo inesperado aconteceu.

Um pulso de energia invisível atravessou o ambiente, veio pela porta de seu quarto e alcançou o jovem no meio do ladrilho branco e as toalhas penduradas no box. Foi algo extremamente fraco, mas suficiente para chamar sua atenção. Se virou com olhos arregalados, buscando a fonte daquela energia. Não havia nada por ali, só a cortina de sua janela no quarto, a qual ele conseguia ver se mexendo com o vento que entrava pela fresta. Será que ele havia entendido errado? Aquilo não poderia ser só uma brisa suave... Ou poderia?

Céus, estava tão cansado de tanto tentar forçar a magia que era possível não estar vendo a realidade com clareza. Deu de ombros e voltou para o quarto, puxou o pino que prendia o vidro da janela e a deslizou para baixo, selando a realidade da rua barulhenta, olhou por um momento as nuvens entre as outras casas e prédios próximos. O tom era acinzentado, pelo jeito uma tempestade se aproximava. Era justo, já que Kyungsoo se sentia assim sobre a segurança deles neste planeta.

Enquanto estava se questionando sentiu novamente aquela onda leve o atravessar.

— Mas o que pode ser isso? — Franziu o cenho se questionando, contudo suas duvidas foram afastadas por um alvoroço vindo da sala de estar.

— Você não pode ficar se metendo nesses lugares!

Era a voz da pessoa que gostava, Park Chanyeol, o que instantaneamente fez com que um sorriso se instalasse no canto de seus lábios, todavia só até lembrar que não daria certo entre eles. Sua expressão sendo desfeita e seu peito se retesando ao ponto de arder. Suspirou frustrado e foi ver o que estava acontecendo.

Jungkook tinha uma expressão séria e andava a passos largos até o próprio quarto, passando ao lado de Kyungsoo, que pela primeira vez na vida o pequeno ex-feiticeiro esticou a mão e segurou o braço do mais alto. Nunca era ousado daquela maneira, mas algo emanava do moreno, aquela energia que sentira antes, parecia emanar do assassino.

— O-O que aconteceu? — perguntou confuso.

Jeon não respondeu, o olhou de cima a baixo furioso e puxou o braço, seguindo seu caminhar pelo corredor. Tentando buscar respostas o pequeno se virou para os oficiais que estavam parados em sua sala, a porta de entrada ainda escancarada atrás de Oh Sehun, que diferente de seu parceiro tinha uma expressão triste, contradizendo com o sorriso sarcástico nos lábios do mais alto.

Por Trás Da CoroaOnde histórias criam vida. Descubra agora