Desacato

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 Kim Jongin sentia que ao respirar milhões de agulhas entravam em seu corpo, principalmente no lado esquerdo. Aquelas correntes que o prenderam na batalha esgotaram com as forças do rapaz. Por sorte quando o carro foi estacionado ambos os oficiais desceram para lhe ajudar a chegar no determinado hospital. Passaram por portas de vidro com bordas brancas e entraram no ambiente imaculado de tons neutros. Não que ele estivesse conseguindo prestar muita atenção nas coisas ao seu redor, identificou alguns borrões que depois veio a notar serem pessoas sentadas em cadeiras perfeitamente alinhadas, um balcão cinza onde o policial Chanyeol passou algumas informações para um atendente vestido com um casaco fino e branco.

— Por aqui — o atendente se levantou para indicar portas duplas com cor de madeira.

Ao passarem por ali o homem do casaco fino informou que os amigos de Jongin teriam que permanecer na sala de espera. Depois de alguns protestos o policial Sehun falou que não sairia do lado do príncipe de Tínuva em nenhum momento. O que fez o moreno e seus amigos ficarem mais tranquilos, mas isso não foi a única alegria para o moreno, ao cruzarem a porta seu corpo exausto foi colocado em uma espécie de cadeira móvel, em sua lateral havia duas rodas grandes e duas pequenas na frente, relaxando enquanto sentia a estrutura firme do tecido escuro que ela era feita. Aquilo era realmente uma grande invenção.

— O que aconteceu com ele? — Mais uma pessoa com o casaco fino e branco surgiu em seu campo de visão. Dessa vez Jongin pode ler na lapela esquerda escrito com letras bonitas um nome.

Byun Baekhyun.

— Então...

— Um luta — Jongin cortou o policial que provavelmente tentava criar uma explicação decente. — Um senhor tentava tomar algo que não era dele e eu estava lá para tentar impedir.

— Oh... — o homem que o príncipe concluiu ser um curandeiro fez uma cara confusa mas então começou seu trabalho. — Vamos para a salinha no final deste corredor a direita.

O policial guiou sua cadeira de rodas até lá, o ambiente possuía mais cores que o resto que Jongin havia visto, mas só graças a uns cartazes coloridos nas paredes. O jovem foi colocado ao lado de uma estrutura, no caso a cama alta com lençóis brancos do consultório, ao longo do pano tinha dizeres com o nome do lugar. Wooridul inúmeras vezes. O médico de cabelos castanho claro indicou o colchão.

— Vamos fazer alguns exames simples. — ele se pôs a ajudar o príncipe.

Antes de aceitar a mão estendida para si Jongin olhou para o policial, esperando uma confirmação de que estava tudo bem. Após um aceno de cabeça e um sorrisinho ele partiu para a missão de se sentar na cama alta, o que foi algo bem doloroso, contudo com a ajuda dos outros dois logo ele estava apoiado na beirada do colchão duro, com a camiseta puxada para cima e um objeto gelado e circular em suas costas.

— Inspira — o médico pediu. — Expira...

Ele o fez, sentindo automaticamente uma cravada em sua lateral.

— Ai...

— Onde dói? — o médico pendurou aquele objeto que se dividia em forma de Y na volta de seu pescoço. — Aqui?

Ele apoiou dois dedos sobre suas costelas, fazendo Jongin se afastar um pouco, ao revelar aquele lado o policial produziu um assobio de surpresa.

— Eita... Isso aí não tá nada bom...

O médico Byun por sua vez franziu o cenho.

— Vou te encaminhar para a radiografia — ele se afastou para dedilhar seus dedos esguios sobre uma superfície com várias pecinhas letradas. — Mas só de ver que está roxo nesta região, sensibilidade e sua dificuldade de respirar você fraturou alguma das costelas.

— Você pode fazer alguma magia para curar isso logo? — Jongin perguntou automaticamente, acostumado com seu mundo.

Baekhyun inclinou a cabeça para a esquerda, antes de se virar para o oficial Sehun, totalmente confuso.

— Ele bateu com a cabeça? — o curandeiro perguntou. — Vocês disseram que foi uma... Luta, certo? Ele foi atingido com algo.

— Não, não — Sehun falou apressadamente. — Anh.. Em realidade ainda estamos investigando.

Jongin olhou para o oficial que apenas retribuiu com um desviar dos olhos.

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Horas mais tarde ou o que pareceu horas mais tarde o oficial Sehun e Jongin saíram pelas mesmas portas duplas de onde haviam entrado, deixando o grupo na sala de espera bem aliviados.

— Não se esqueça de tomar os remédios no horário indicado — uma figura com cabelos alinhados saiu junto com eles, empurrando a cadeira com rodas. — E aquele terceiro comprimido conforme as dores.

— Está bem — Jongin falou dando um leve sorriso, parecia bem melhor do que quando chegou. — Obrigado curand... Doutor. Aprendi!

O homem de cabelos castanhos parou de empurrar o enfermo e riu.

— Isso aí, cara.

Sehun seguiu com a tarefa de empurrá-lo até os meninos, o primeiro a se pronunciar foi Jimin, que se colocou agachado na frente do moreno.

— Está tudo bem?

— Muito bem — Jongin estava com um sorriso bobo. — Me furaram o braço mas depois disso tudo ficou muito bem.

— Morfina? — Dessa vez foi o outro policial, que estava ao lado de Kyungsoo nas poltronas, com uma perna cruzada na altura do joelho ele falou meio desinteressado.

— Uhum — Sehun concordou. — Vamos comer alguma coisa? Eu ainda não almocei...

— Do jeito que estamos a gente poderia jantar direto — Chanyeol se levantou, esticando as costas.

Todos ali estavam bem cansados, falando pouco mas seguiram os dois policiais até os carros estacionados.

— Para onde vamos levar eles? — Sehun falou, parando a cadeira do príncipe bem ao lado do carro de polícia.

— Sua casa? — Chanyeol franziu o cenho para pensar. — Minha irmã vai dormir na minha hoje, ela odeia quando eu levo alguém pra ela, quem dirá todos eles.

— Podemos dar um jeito — Taehyung falou impaciente. — Vocês já fizeram muito.

O policial Park soltou um suspiro, olhando-o de cima.

— Tem que comprar os remédios dele — ele ergueu um molho de chaves, apertando um botãozinho, fazendo com que luzes e um apito soasse do carro à sua frente. — E ainda precisamos descobrir como fazer vocês voltarem para casa.

Kim taehyung rodeou o carro, parando ao lado do moreno. Tinha que erguer a vista devido a altura do outro. Não gostava que discordassem dele, havia sido criado em um castelo cheio de mimos, onde poucas coisas lhe eram negadas. E neste específico caso que envolvia seus amigos ele queria decidir o que era melhor, se ficassem dependendo daqueles dois policiais não teriam muita liberdade para investigar um jeito de voltar.

— Vocês já fizeram o suficiente — repetiu.

Chanyeol soltou um risinho, deixando todos tensos, principalmente Jungkook que já estava se dirigindo para o lado de Tae. O policial se aproximou do príncipe, o encarando de cima. Com um sorriso de canto ele comentou:

— É melhor ter cuidado, nada de desacato a autoridade — o mais alto colocou o indicador na testa do príncipe o dando um leve empurrão.

Não prestou, Taehyung bufou nervosamente antes de tomar uma atitude.

...


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Muito obrigada pelo apoio com esse retorno, fico feliz que estejam gostando e nos vemos nos comentários! 

 ~A autora.

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Por Trás Da CoroaOnde histórias criam vida. Descubra agora