Nota inicial da autora:
Olá, leitores!
Antes de começar a história, saibam que:
- É uma one-shot bem leve, dividida em dez partes.
- É um romance sáfico em um universo fantasioso.
- Esta história foi escrita estritamente para o concurso de escrita da Golden Lótus (@goldenlotust no Wattpad e no Twitter) e não possui nenhum fim lucrativo.
- A história é original e minha. Todo e qualquer tipo de cópia não autorizada será considerada plágio.
- Gatilhos: bifobia, ansiedade, alcoolismo e morte. Nenhum deles é aprofundado ou mostrado de forma crua, no entanto estejam cientes de que as personagens os mencionarão em algum momento.Dedicatória
À mamãe, a estrela mais linda
de todo o nosso universo
que continua a brilhar para nós
todos os dias.Prólogo
"Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música."
Antoine de Saint-Exupèry
Interestelar
Parte 01.
Apenas um segredo guardado a cadeado e chave até que
O momento que coletei as estrelas e conectei os pontos
Eu não sei quem eu sou, mas agora sei quem não sou.
Eu sou apenas um grão curioso que se viu dentro da órbita
Como um ímã que chamou os meus metais para perto.Jupiter, Sleeping at Last
O mundo intergaláctico é complexo. A maioria dos terráqueos - ignorantes, egocêntricos e com mente tão fechada quanto um camundongo azul (sim, eles existem) - acreditam que são os únicos seres vivos que habitam toda a Via Láctea. Como se, simplesmente, o universo inteiro estivesse aqui para sua simples disposição - que o sol irradiasse só para iluminá-los; que a lua refletisse só para não deixá-los em escuridão total. Que as estrelas brilhassem apenas para que eles pudessem apreciá-las.
Na verdade, as estrelas eram muito mais do que pontinhos iluminados no extenso azul do céu. Elas são a a maneira de todos aqueles que já partiram se externarem e também apresentam o interno de todos os seres vivos do universo.
Você já olhou para cima e enxergou uma estrela mais chamativa e brilhante que a outra? Uma que, por algum motivo, lhe atraísse a atenção e confortasse tão fortemente seu coração que, no fundo, você sentisse certo receio de piscar e, de repente, perdê-la para sempre. Sua resposta foi sim, caso contrário afirma-se com certeza que você nunca olhou para o céu mais atentamente antes, a fim de observar a escuridão da noite e a calmaria dos cosmos se alinhando em um descanso limitado. De qualquer forma, estas em específico são justamente as que te internizam ou, na realidade, a forma de uma externização espiritual de um ente querido que já foi dessa para melhor na tentativa de mostrar que ele ainda está ali por você.
Phoenix era uma estrela. Mais precisamente, uma interestelar - seres de pele rosada que, no sentido literal da palavra, vivem no universo a fora, entre as estrelas, para tomar conta delas e garantir que continuem com vontade de continuar brilhando. Estrelas são a representação da vontade de viver dos vivos e também da vontade dos falecidos de observar familiares e amigos. E os interestelares cuidavam disso, faziam questão de convencer a estrela a não se apagar e sucumbir na escuridão azul arroxeada que permeia a imensidão em que moram.
A jovem, em específico, era diferente de todos os outros de sua espécie. Não de aparência - ela possuía orelhas pontudas e asas como as de uma das fadas de Tinker Bell como todos os outros. Mas Phoenix era também descendente de um feérico fauno (o que, aliás, explicava o fato de ser a única ali com um sobrenome) e herdara deste sua vontade de viver e de apreciar a vida como a mais bela e pura forma de amor. Era fascinada em conversar com os satélites, estrelas e camundongos azuis (os seus domesticados eram dois, Vee e Satti) e, principalmente, observar os humanos sentindo.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Interestelar
FantasyClarisse é uma universitária que, todos os dias, dedica seu tempo para estudo e observação de constelações e busca nelas refúgio quando se sente tão sozinha e vazia que permite que sua mente flutue em mares fundos de lágrimas doloridas. Ela só não s...