.Where the stars kiss the ocean.

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"Você não acabará se achando um lixo porque os outros veem você como um. O acharão um lixo, apenas se você mesmo enxergar-se dessa forma." - Autora.

Neve.
Fria, branca, e silenciosa em sua queda.
Mas, o mais importante; bela.

Os flocos brancos como flores de algodão dançavam com violência até o chão, rodopiando múltiplas vezes antes de atingir a camada já espessa formada no solo.

Ele estivera prestando mais atenção nela do que normalmente prestaria a alguém qualquer.

No entanto, era quase um insulto comparara-la a uma pessoa qualquer.

Não poderia faze-lo. Não depois de observar como seus pés nem sequer afundavam na neve, como se temesse machucar os cristais delicados, que se precipitavam do céu e forravam o chão feito um futon. Depois de notar o modo como o cabelo azul marinho ondulava graciosamente quando ela corria, como os flocos de neve assumiam aparência de estrelas conforme deslizavam com leniência pelas mechas de seda escura.

Percebeu que já a olhava por tempo demais para ser considerado um olhar amigável. Mesmo assim, esse fato, que normalmente o faria desviar seus olhos imediatamente, deixou de ter qualquer importância quando os olhos forjados da mais pura prata encontraram os seus.

Seu olhar era... indescritível, como sempre. Mas ela sorria. Seus cílios longos - da mesma cor dos cabelos - emolduravam as orbes cinza-metálicas e faziam parecer que a mulher em sua frente possuía duas miniaturas de lua, onde deveriam estar olhos talvez um pouco mais modestos.

Mas qualquer coisa que fizesse parte dela seria estonteantemente linda. E não única e exclusivamente para ele, é claro.

De fato, Tomioka Giyuu nunca sequer pensara nela como alguém comum, mas como uma presença serena, seria quase uma entidade espectadora, se não interagisse tanto e tão gentilmente com todos à sua volta.

Talvez até pudesse compreender o sofrimento dos onis que decapitava, como uma caçadora de demônios.

Mas mais precisamente, como uma Hashira.

Sua mão apertou a bainha da espada à medida em que eles aproximavam-se do local onde realizariam sua missão.

Por que seriam necessários dois Pilares para uma missão?

Se apenas uma garotinha havia se transformado em oni, então um Mizunoto ou Mizunoe deveria ser perfeitamente capaz de acabar com a ameaça, sim.

Mas ele atacara outra vez.

- Vou assumir daqui. - Ele disse simplista.

Miyakō Hoshigāne assentiu, e começou a subir a montanha nevada, em busca da residência que pertencera, até não muitas horas antes, a família que foi massacrada por aquele homem.

Fechou os olhos a medida que a aura ficava mais pesada, mais densa.

Uma aura de morte.

Ainda assim, aproximou-se sem hesitar do lar destruído, e sentiu seus olhos arderem. Era uma casa japonesa tradicional da era atual - a Taisho. Mas suas paredes estavam rasgadas e manchadas de sangue, as portas de correr fora do lugar, como se alguém tivesse tentado fecha-las rápido demais. E também haviam corpos.

Cinco corpos. Cinco vidas humanas, tiradas como se fossem apenas números.

E uma que nunca mais seria a mesma.

Aquilo fora cruel, cruel demais.

Hoshigāne observou cada um dos rostos inexpressivos, orando silenciosamente para que descansassem em paz.

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⏰ Última atualização: Jun 06 ⏰

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𝐀 𝐦𝐞𝐥𝐨𝐝𝐢𝐚 𝐝𝐨 𝐯𝐞𝐧𝐭𝐨 ✻ 𝐆𝐢𝐲𝐮𝐮 𝐓𝐨𝐦𝐢𝐨𝐤𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora