DESTROY ME

O animal selvagem

Aria
Alguém colocou algo na minha água e eu não percebi... Não é possível que aquele animal selvagem quer um encontro comigo.
Pisque os olhos algumas vezes tentando assimilar a situação, então aqueles olhos me encararam e ele disse:
- E aí? Qual vai ser?
- É sério que você precisa de uma aposta para ter coragem de me chamar para sair? - respondi e pude ver seus olhos brilharem de adrenalina.
- É porque ele sabe que um cara como ele,  jamais chamaria sua atenção, Ari. - Tyler respondeu com uma postura sarcástica.
- Seja qual for o rolo de vocês, me deixe fora dessa.
Sai andando em direção ao meu quarto e deixei aqueles palhaços brigarem entre si.
Todo mundo deve ter pensando que fiz uma saída triunfal, mas a verdade era uma só: eu precisava estudar para uma prova importantíssima.
Mas ninguém precisava saber disso, deixa eles pensarem que eu tinha algo mais legal para fazer do que me sujeitar a um encontro com aquele cara.
Mas pensando, até que ele não era tão mal assim... era bonito de chegar a doer se olhar a tanto tempo, enfim o que eu estou falando? Vou estudar porque mais tarde vai rolar festa de início dos jogos e eu não posso perder.

JAX
Subi na minha Harley e fui direto ao clube. Era óbvio que aquela mulher não daria a mínima para mim, mas não custava tentar.
- É Jax, você é feio demais cara você não teria a mínima chance diante daquele anjo - Juice disse rindo e abrindo uma cerveja.
- Do que vocês estão falando? - Clay perguntou.
- Jax tentou se dar bem com uma das líderes de torcida e tomou um fora.- Juice respondeu de supetão.
- Você arruma outra para se divertir Jax.- Clay passou por mim dando um tapinha nas minhas costas.
Eles não entenderiam, tinha algo nela, a forma como ela andava, se movia ao falar, olhava... eu só não estava preparado para encontrar aquilo.
- Hoje é dia de festa caralhoo, é hoje que o Juice perde a virgindade- Tig disse subindo na mesa e apontando pro Juice que o respondeu com um xingamento qualquer.
Será que ela iria nessa festa? Ela parece sofisticada demais, como se ninguém aqui fosse digno da presença dela. Mas só há uma forma de descobrir... eu teria que ir a essa droga de festa.
As horas se arrastavam mas finalmente o relógio bateu no ponto e marcou 22 horas.
Passei a mão pelo meu colete e coloquei sobre minhas costas, peguei a chave da minha harley e fui encontrar os meninos lá fora.
Chegamos ao bar e já estava lotado de jovens bebados, o cheiro de cerveja misturado com cigarro denunciava que ali seria uma das festas das boas.
Encostei no bar e pedi uma dose para aquecer.
Tig e Juice estavam em uma roda cheio de mulheres contando várias histórias de como era ser parte de um clube de motoqueiros e as aventures que eles já viveram. E as mulheres em voltam riam e se fingiam de surpresa a cada mentira que saia da boca daqueles dois. De um lado eles contando mentiras e do outros elas fingindo que acreditam só para dormir com eles e contar vantagem para as amigas da cidade depois...
Olhei o relógio, deu 23 horas, meia noite e nada da menina do laço azul aparecer. Não que a festa não tivesse boa, mas eu vim com o intuito de encontrá-la e estava me sentindo frustrado.
Até que então, a porta se abre e eu a vejo entrar e foi cena de filme, todos os olhares se voltavam a ela.
Era algo absurdo de se ver, chegava a enjoar ficar olhando pra ela por muito tempo seguido. Chegava a ser uma beleza enjoativa e não era justo com ninguém ter que conviver com alguém assim.
Mas o que mais me deixava impressionado era que as meninas não a olhavam com inveja, e sim comemoravam a presença dela. Ela tinha aquele tipo de áurea que seduzia todos ao seu redor de uma forma contagiosa. Tudo se acendia quando ela chegava.
Depois de falar com todo mundo ela simplesmente estava caminhando em minha direção. Caralho ela está vindo em minha direção, porra Jax! Faz alguma coisa, finge costume, olha pro lado, vira um copo de bebida faz algo porra.
Ela simplesmente chegou perto, me comprimento e se sentou ao meu lado cruzando as pernas.
Que porra que ela está fazendo sentada do meu lado?
E então ela sorriu e me perguntou:
- Tá curtindo a festa?
Porque raios ela está falando comigo?
- Sim.- respondi seco e pedi mais uma dose com um gesto.
Ela não teria o gostinho de ter uma aventura para poder contar vantagem depois. Comigo não, já saquei qual era a dela, ela simplesmente veio falar comigo para provar que pode.
Ela só sorriu e continuou com papinho furado, tentando puxar assunto e eu cada vez menos interessado em cair nessa armadilha.
Me levantei e sem me despedir comecei a andar para fora do bar, pude observar seu semblante com uma mistura de confusão.
Ela me perguntou porque eu estava com pressa e eu pensei duas vezes antes de responder e voltei a sentar. Pedi mais duas doses e virei.
Olhei para ela e falei:
- Aria seu nome né? Seguinte, você quer que eu te foda? Pode cortar toda essa encenação de simpatia e subir na garupa da minha moto que eu te fodo ali mesmo como um animal selvagem.- disse olhando pra ela já bem bebado.
Ela engoliu a seco e eu acho que eu vi seus olhos azuis se encherem de lágrimas.