Criminal mom (Choni)

34- Grey

Cheryl Blossom Point Of View

Ando mais uma vez de um lado para o outro na recepção do hospital. As pessoas ali já estão incomodadas com a minha inquietação assim como Matthew.

Mas meu coração está dividido em dois países diferentes onde em um eu tenho Toni e o bebê e do outro, onde eu me encontro, temos nosso pequeno planeta.

-Se ela precisar de choque mais uma vez ela não vai suportar. -Matthew me acorda dos meus próprios desvaneios.

-E você acha que eu não sei, sabichão? -Pergunto com a sobrancelha arqueada.

-Você tem a minha proteção, Cheryl. -Ele diz após um longo tempo em silêncio. -Depois que a cirurgia acabar, pegue sua mulher e seus filhos e se manda de Miami. Eu dou minha cara a tapa por essa situação.

Nego com a cabeça e espero que uma gargalhada saia de Matthew, mas isso não acontece.

-Qual é, Cheryl. Todos nós, criminosos, temos uma história de infância pra contar! Ou nossa mãe era agredida, ou passávamos fome ou então coisa pior. Você sabe disso e agora os seus filhos também sabem. Eu não desejo que o conto de fadas de nenhuma criança se torne coletânea de terror, sei o quanto é ruim. Eu não tenho filhos, nem vou ter um dia. Sou sujo, nojento, já fiz muito mal para as crianças, para as mulheres... Para todos. Eu sou doente, Cheryl. Já você? Você é normal. Só matou por justiça e é uma ótima mãe. Você passou por cima dos seus princípios para de juntar a mim para defender os seus filhos. Acho que já sabemos quem vale mais.

-Tudo vem com um preço, não adianta tentar me enganar com esse seu papo furado. -Reviro os olhos. -Eis oque vai acontecer: quando eu tiver a primeira notícia da minha filha, você vai querer fugir porque a polícia vai estar aqui e ela vai nos interrogar. A polícia não sabe que eu sou Killer Queen, mas eles conhecem muito bem seu rosto. Se você for pego, vai direto para o corredor da morte.

-Cheryl, eu estou falando sério. Sua filha está em uma sala por pessoas como a gente. Eu quero que você saia disso porém a minha mente é fraca e eu sou altamente viciado nesse mundo. Eu cansei.

Olho para o homem e procuro qualquer resquício de mentira, mas mesmo depois de olhá-lo por minutos, fui incapaz de sentir. A interna se aproximou de mim com um leve sorriso.

-Responsável por Venus Topaz? -Ela se certifica mais uma vez e eu faço um movimento leve com a cabeça. -Tivemos muitas complicações, mas Venus sobreviveu.

Sinto um peso enorme deixar meus ombros.

-Contudo, vamos contatar as autoridades sobre o caso e precisaremos confirmar seu parentesco com a mãe biológica.

-Mas eu sou mãe dela! -Falo indignada.

-Desculpe, mas não é mãe dela legalmente. Venus está desaparecida nos EUA e pelo que me passaram, o nome da mãe dela é Antoinette Topaz. Precisamos mantê-la nas mãos das autoridades.

Suspiro. Ótimo, não posso ver minha própria filha.

-Ela está no hospital, acabou de ter bebê. -Suspiro. -A situação dela é de risco pelo amor de Deus façam um exame, liguem para a mãe dela... Qualquer coisa, só não falem nada pra ela.

-Infelizmente isso está fora do meu alcance, resolva com as autoridades - ela olha para os homens uniformizados quem vêm em nossa direção.

Suspiro e olho para Matthew. Ele continua no mesmo lugar.

-Boa tarde, senhores. Recebemos o caso em nossas mãos e precisamos saber os mínimos detalhes, assim como a polícia de Miami. -O homem se sentou ao nosso lado.