capítulo 1

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"Andrea? O que esta fazendo?" -escuto meu nome de longe e sinto minha pele toda se arrepiar, por anos pensei que tudo estava certo, a voz que tanto me acalmava hoje me da arrepios de terror, Deus até quando?

"nada, querido, apenas o seu jantar, sim?" -termino de mexer os ovos e os coloco dentro de um prato amarelo, o mesmo que ganhei há 2 anos, quando tudo era mais calmo.

Há dois anos:

"Querido se não nos apressarmos iremos perder o trem" -entro no nosso quarto e o vejo enrolado com a gravata, uma coisa tao simples, como não consegue arrumar?.

"Venha, deixe comigo" -o viro e começo arrumar sua gravata, e quando levanto o olhar para ele, ele estava me olhando com aqueles olhos verdes e um sorrisinho que dizia estar feliz.

"Eu estava quase conseguindo"


"E eu estava quase em Paris" -rimos e pegamos as coisas para sairmos de casa, nós já deveríamos estar na estação há dois minutos, mas perdemos tempo.

Logo após a viagem chegamos na casa de campo dos meus pais, estavamos indo comemorar o aniversário do meu pai, seus lindos 56 anos, mamãe e papai estavam muito felizes. Bom não era para menos, sim? Uma filha formada em jornalismo, casada com um homem que eles sempre sonharam, e com casa própria, nada melhor q isso, não acham?

"Mamãe estava com saudades" -abraço minha mãe apertado, e logo em seguida entro na casa

"Eu também querida, como esta bonita" -ela passa a mão na minha cabeça e beja minha testa, assim como fazia quando eu era apenas uma criança. 

"Onde está papai?" -pergunto adentrando aquela enorme casa que hoje habitam apenas duas pessoas.

"Na adega"

Vou em direção a adega e o encontro olhando os vinhos.

"Sabe, eu e sua mãe tomamos um deste quando nos casamos" -ele levanta a garrafa com um rotulo em preto escrito "1960, onde os sonhos nao tem fim"

"És belo papai" -chego mais perto e o abraço assim desejando felicidades.

Saimos da adega, e subimos para a cozinha aonde mamãe e Nate estavam, os dois pareciam muito felizes.

"Andrea, tenho um presente para você" -ela coloca uma caixa com um embrulho amarelo em cima da mesa.

"Oras, o aniversário é do papai, e eu que estou ganhando presente? Me sinto privilegiada" -todos riem e eu chego mais perto da caixa.

Abro a caixa e la dentro esta 12 pratos amarelos com umas flores envolta, meus olhos de imediato se enchem de lágrimas.

"Mamãe.." -digo já com a voz embargada"

"Não recuse, sua avó gostaria que vocês usassem nesta nova jornada de suas vidas" -mamae diz e eu vou correndo para os seus braços.

Vovó Amélia, foi uma senhora muito generosa com todos, ela e meu avó se conheceram ainda jovens, e se casaram logo depois tiveram minha mãe. Vovó ganhou os pratos assim que se casou e depois passou para minha mãe e agora está comigo. 


Hoje:


"Esta demorando, Andrea!" -escuto a voz impaciente de Nate, então arrumo tudo as pressas e levo pra ele.


"Estou aqui" -entro na sala e o vejo sentado no sofá vendo algum jogo que está dando na televisão.


Ele pega o prato, da uma garfada e com nojo joga o prato no chão.


"Esta porcaria está sem sal, sinceramente Andrea, você ja foi muito melhor cozinhando" -ele se levanta e vem chegando perto de mim, a cada passo dele na minha direção eu vou dando passos para trás.


"Eu sinto muito Nate, eu posso fazer outro" -falo ja sabendo o que viria a seguir.


"Acho que a vadia da sua chefe está cozinhando seus miolos, porque agora, nao sabe fazer uma simples comida" -ele fala baixo e me prende na parede, a única coisa que consigo fazer é baixar a cabeça.


"Estou falando com você!" -ele grita e bate com a mão na parede.


"Nate, Miranda não tem nada haver com isto, por favor querido, vamos nos acalmar, sim?" -imploro tocando o seu rosto.


"Não ouse defender aquela velha" -sinto meu rosto arder e então percebo que ele me deu um tapa, e sei que se eu revidar haverão outros.


"Sinto muito, querido." -digo e tento ficar o mais longe possível.


Ele sai de perto de mim e vai para a porta, sei que provavelmente não voltará hoje.


Depois de o ver saindo eu me ajoelho no chão e começo a chorar, sei que não tenho ninguém para correr, ninguém viria se eu gritasse, e nem abririam as portas se eu batesse, então, a única coisa que me resta é chorar, e chorar.

Notas finais:

Olá, sei que quem lia "Burlesque", sabe que o começo não é este, mas muitas coisas mudaram desde a última atualização e eu decidi reescrever essa história, e de um modo melhor, espero que todos gostem. Mais uma coisa, essa história provavelmente terá poucos capítulos, e não haverá hot Mirandy, espero que todos entendam, a autora vulgo eu, não está bem o suficiente para fazer um hot do bom KKKKKKI
Espero de coração que entendam! 💞

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⏰ Última atualização: Jul 27, 2021 ⏰

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