Os Pontes são, de longe, a família mais fértil da região. Essa qualidade da Senhora Violeta e do falecido Senhor Pontes é admirável, embora se possa dizer que suas escolhas de nomes para os filhos sejam bastante infelizes. Antônio, Benedito, Carlos, Dora, Eloisa, Francisca, Gregório e Hermínia. É claro que a organização é sempre algo benéfico, mas seria de esperar que pais inteligentes fossem capazes de manter os filhos na linha sem precisar escolher seus nomes em ordem alfabética.
Sussurros da Sociedade
Violeta Pontes amassou o jornaleco em uma pequena bola e o atirou pela janela da sala de estar do casarão da fazenda.
Dora não fez nenhum comentário. A mãe estava indignada com o que diziam sobre sua família. A moça nem tinha achado tão ruim. O que disseram sobre a família Ferreira de Alencar na semana anterior havia sido bem pior.
Violeta aproveitou a chance para dizer que Dora não conseguiria um bom marido depois daquelas palavras rudes. A filha queria se casar, é claro, nem precisava ser por amor, mas estava difícil. Seria muito desejar alguém por quem ao menos tivesse um pouco de afeição?
Quatro homens na região já haviam se interessado por ela, mas pensar em passar o resto de seus dias com qualquer um deles lhe dava arrepios. Por mais que houvesse alguns dignos de sua estima, estes não viam nada nela além de uma boa amiga. E isso a deixava cada dia mais incomodada.
De qualquer maneira, não era culpa do jornal de fofocas. Ele só aparecera há três meses e ela já havia debutado fazia um bom tempo. Ninguém sabia quem era por trás daquelas palavras, mas provavelmente era alguém que frequentava o mesmo círculo social.
O primeiro exemplar havia sido gratuito, entregue nas casas mais abastadas da região. Depois disso, passou a custar 10 réis, mesmo assim, todo mundo comprava.
No daquela semana, além de falar de sua família, também comentava o fato de o filho do antigo Governador do Estado ter sido visto pelos arredores da cidade depois de passar anos no Rio de Janeiro cursando Direito. O jornal se perguntava se seria coincidência ele haver retornado apenas depois da morte de seu pai.
O tal Simão Bastos, filho do ex-Governador, havia sido colega do irmão mais velho, Antônio, quando mais jovens, e ainda era amigos, que Dora soubesse.
Pelo que o jornal dizia, Simão era avesso ao casamento e um conquistador barato. O melhor seria ficar bem longe dele.
...
Naquele momento, Simão Bastos estava no Clube Caxeiral justamente com Antônio Pontes. Os dois lembravam momentos ímpares na infância, quando estudavam juntos na escola elementar.
Simão não era dado a festas da sociedade, mas um convite de Dona Damiana, a matrona mais importante da região, não podia ser ignorado. Além disso, ela era amiga de sua mãe e sempre o tratara muito bem. Precisaria comparecer.
Antônio, aproveitando-se da situação, não pode deixar de comentar que, mesmo que não quisesse se casar, as mães o encontrariam de qualquer maneira. Ele mesmo só ia por causa da mãe e da irmã, Dora, a única que já havia deputado até então.
Sem mais delongas, Antônio, como bom amigo, convidou Simão para que fosse até a fazenda com ele. Senhor Bastos achou estranho, mas Pontes afirmou não estar tentando juntá-lo com sua própria irmã. Afinal, conhecia bem sua fama.
Assim combinaram de primeiro se encontrarem na festa de Dona Damiana e depois irem para a fazenda.
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O Filho do Governador e Eu - Fanfic Bridgertons Gaúchos
FanfictionSimão Bastos, o irresistível filho do governador, acaba de retornar do Rio de Janeiro depois de anos estudando. Rico, bonito e solteiro, ele é o melhor partido da cidade, porém não tem nenhum interesse em se casar. Para se livrar das matronas, ele s...