Pensa comigo: você ja sentiu que tudo que podia dar errado na sua vida dava? Eu achava que sim, até descobrir que era uma meio-sangue. E depois desse momento eu percebi que não existe nada tão ruim que não possa piorar.
Tudo começou quando eu acordei para ir a Tritan High School como de costume. A manhã estava fria e chuvosa e tudo que eu mais queria no mundo era dormir mais um pouco, mas eu não podia.
O aluno novo, Leo Valdez, filho do novo professor de história Sr. Brunner, precisava de mim para o trabalho em dupla de álgebra. Ou melhor, eu precisava dele. Minhas notas em algebra eram terriveis! Por algum motivo, a Sra Dodds pegava no meu pé, porém, Leo estava sempre lá para me passar a resposta dos exercícios ou então me defender indiretamente com seus argumentos sarcásticos.
Ele havia se mudado junto do pai para a cidade no último mês. Eu me identifiquei imediatamente com o garoto: também não era de la e sabia como as pessoas podiam ser más com forasteiros. As semelhanças entre nós, porém, acabaram por aí: aparentemente, apesar de ter descendência latina ele era americano, Leo vivia no Texas antes de ser adotado por Sr. Brunner. Já eu havia nascido no Brasil, vindo para os Estados Unidos apenas quando fui acolhida pelos Brown aos 12 anos.
Leo tinha cabelos castanhos encaracolados e a pele bronzeada, era magro mas esguio e ágil, não zombava de meu sotaque português, pois ele também tinha o dele. Não posso fingir que não me sentia atraída pelo rapaz, mas não queria admitir, ele ficaria convencido demais.
No primeiro dia de aula, Sr Brunner, o pai de Leo, havia pedido para eu ser a dupla dele durante as aulas e guia do garoto num tour pela escola. No começo foi constrangedor, não me habituei rapidamente aos comentários sem sentido e frequentes de Leo, mas um tempo depois estava rindo sem perceber, e agora somos praticamente inseparáveis.
-S/N? -chamou Pietra Brown, minha mãe, no andar de baixo -Não vá se atrasar, meu bem. O café está na mesa!
Me vesti da forma mais rápida que pude, colocando meu material depressa na mochila e descendo para o café da manhã.
-Bom dia, mãe. Bom dia, pai.
-S/n, você aprontou algo na escola? -diz meu pai, desviando o olhar do jornal e erguendo a sobrancelha- aquele professor Brunner acaba de me ligar e dizer que precisa falar conosco.
- Eu... Não, não fiz não. Eu acho.
O sanduíche que estava comendo parecia ser feito de pedra quente enquanto eu revirava minha mente a procura de comportamentos puníveis da minha parte. Não me lembro de nada, apenas de algo estranho que aconteceu semana passada. Eu podia jurar que por um segundo, a pele da Sra. Dodds havia ficado cinzenta e os dentes pontudos e perigosos. Mais ninguém parecia ter visto, porém comentei com Leo, que disse que eu devia estar apenas cansad(a/o/e) demais. Será que ele havia contado algo para o pai e agora ele achava que eu estava fumando maconha?
-Tudo bem, meu bem. Acreditamos em você. Pronta pra sair?
Ao chegar na escola, Leo vem correndo ao meu encontro.
-S/N! Oi! -ele parecia nervoso, enquanto andávamos nos corredores, lançava olhares ao redor, como se estivesse sendo seguido- o que acha de matarmos a aula hoje?
-O que? Tá maluco? Se nós matarmos a aula a Sra Dodds vai nos matar!
O garoto sorriu, mas podia ver que seus olhos assumiram uma expressão de pânico e preocupação.
-Leo tá tudo bem?
-S/n, você vai entender tudo quando meu pai falar com os seus hoje, mas nós precisamos sair daqui.
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Uma História de Fogo e Sangue
FanfictionCom 15 anos eu conheci Leo Valdez. Com 15 anos eu descobri ser uma meio sangue. Com 15 anos minha vida e de todos a minha volta mudou. Essa é a história que você já conhece mas de um jeito diferente: eu sou a oitava na profecia dos sete.