02: finale

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Sem paciência, sem ânimo e sem o seu homem por perto. Jimin já poderia considerar aquela a pior semana de todas apenas de pensar na hipótese de passar ela longe do seu amado, este que fora resolver assuntos de extrema urgência com seu melhor amigo para além do continente, ou seja, do outro lado do mundo.

Apesar das ligações diárias e mensagens incessantes por parte do pequeno, era muito pouco já que o marido vivia ocupado em seu trabalho. Não obteve detalhes sobre o que ocorreria na viagem, mas sabia que o vampiro não contaria nada para o assustar, mesmo o Park já tendo dito que nada o assustaria por seu amor ser grande demais para isso.

Duas semanas de silêncio pela casa, já que tiveram que adiar a viagem de retorno do mais velho por conta de imprevistos, Jimin já havia pintado o cabelo de loiro, limpado a casa de cima a baixo, lavado os carros, fora no mercado cinco vezes e em lojas, pois se ficasse em casa sozinho apenas com as paredes e nada do moreno lindo do seu marido ali, para o atormentar e encher de carinho, com certeza surtaria. Cogitou aulas de yoga, mas era um anjo tão preguiçoso que se não tivesse sido expulso do céu por conta de sua paixão, seria expulso pelo pecado da preguiça. Uma vergonha, mas não tinha muito o que fazer quanto a isso.

Queria ligar para seu amor, mas houve o receio de atrapalhar algo importante e acabar ferrando tudo para ele, então apenas desgrudou a bundinha do sofá e caminhou para fora de casa, mesmo usando pijama.

Precisava pegar sol depois de dias chovendo sem parar, e não se importou com os vizinhos olhando com desgosto o seu pijama de gatinhos roxos, seu marido o achava fofo e ele se sentia confortável, só isso importava. E enquanto fechava os olhinhos no meio do seu quintal, se deu o direito de sentir o sol bater em sua pele exposta e ficar triste de verdade pela ausência do marido. Nunca haviam ficado longe por tanto tempo sem se falarem a todo instante, não queria ser dependente de Yoongi mas não conseguia conter o ímpeto querer ele a todo instante ali, o abraçando e o chamando de chato por ser tão grudento. Estava sufocando de saudade do seu homem, e aquela solidão cercada pelo calor e pelo céu azul o fez lembrar do casamento de ambos a quase um ano.

O pedido foi feito pelo Min, se casaram no civil e logo ao ar livre, um campo lindo e cheirando ao ar puro, uma tarde ensolarada e somente as pessoas que amavam participando daquela troca de votos eternos e alianças que nunca se quebrariam. O pedido venho após nove meses de namoro e muitos chamariam de precipitado, mas toda vez que os corações batiam em sincronia como um só, já sabiam que era pra ser eles, somente eles. O "nós" eterno que nunca se encerraria. Casamento não era um mar de rosas, entretanto, brigavam e se desculpavam, coisas bobas aconteciam e a tristeza era inevitável em alguns casos, mas o amor de ambos estava lá para lembrar que a conexão das almas não era apenas uma teoria fictícia, discussões não desmanchariam aquilo tudo construído a quase dois anos, mas fortaleceriam tudo que sentiam a casa dia.

Mesmo longe conseguia o sentir; sentir os toques quentes e atrevidos, os carinhosos e cheios de amor, os beijos sinceros e afoitos, os abraços de reconciliação e consolo, ou aqueles apenas pelo gosto de ter o outro perto. O sentia todo instante, ele era seu éter, seu guia.

A perdição e o encontro, o caos e a paz, era tudo em um só corpo, e o loirinho não podia se sentir ainda mais sortudo.

Mal notou quando o sol já estava a se esconder para dar espaço à lua, só acordou de seu transe ao não sentir mais o calor agradável. Olhou para os lados da rua vazia e silenciosa, esperando seu marido aparecer magicamente e por um momento quis que fosse real o verso daquela canção;

Se for preciso, eu giro a Terra inteira,
até que o tempo se esqueça de ir pra
frente e volte atrás milhões de anos
Quando todos continentes se encontravam;
'pra que eu possa caminhar até você.

Infelizmente, não tinha poder para voltar no tempo e nem como criar uma máquina como em Vingadores: Ultimato, não era nenhum Tony Stark, mas aguardaria ansioso e carente seu homem passar pela porta, esta que o menor adentrou e se encaminhou para o banheiro do seu quarto. Nem procurou roupas, estava em um cansaço tão grande pela faxina que fez durante a manhã que mal teve cabeça para pensar em algo verdadeiramente coerente. Se despiu e adentrou o box onde o chuveiro já se encontrava ligado. O serafim tomou um banho tão longo que as rugas surgiram em seus dedos gordinhos, só então saiu do banheiro, limpo e cheiroso. Já descia as escadas para a sala com o celular na mão e apenas uma cueca de ursinhos com uma camiseta enorme do marido no corpo, queria sentir o cheirinho dele enquanto comia coisas gordurosas e assistia alguma série bem deprimente, talvez Arqueiro, já que drama familiar e decepção amorosa não faltava, sem falar que como já dito antes; adorava essas coisas de herói.

Assim que terminou de fazer o pedido, as batidas na porta foram escutadas, franziu o cenho pois o motoboy do Burger King não chegaria tão rápido e ninguém o visitaria tão tarde, e para não se iludir pensando que era o marido preferiu acreditar que fosse apenas a velhinha resmungona do final da rua.

- Só não mando aquela velha a merda pois ainda tenho um pingo de educação. - falou consigo mesmo, já calçando as pantufas para ir abrir a porta já que não paravam de bater nela. - Já vai!

Assim que tocou a maçaneta, o coração parou por míseros segundos e ele sentiu. Jimin sempre o sentia.

Afoito, abriu a porta quase a batendo na parede e quase se derreteu ao se dar de cara com aquele perfume forte masculino, o corpo grande vestindo apenas preto como um maldito emo dos anos 2000, o cabelo lisinho batendo contra o rosto alvo e a mão grande segurando a mala no chão, não esquecendo do sorriso tão irresistível que teve certeza; se apaixonou de novo e de novo.

- Oi, meu bem.

Ao ouvir a voz dele e constar que não era nenhuma miragem, Jimin pulou sobre ele com tanta força que por pouco ambos não foram ao chão. O mais velho sorria enorme e aliviado por estar vendo seu pequeno de novo, enquanto o segurava em seu colo com tanto afinco por temer não o ver de novo. Park estava quase chorando e enchia o rosto de beijos sem deixar um canto sequer escapar.

- Senti tanta falta de você, pequeno... tanta. - sussurrou contra a orelha do loiro, que se arrepiou todinho antes de olhar naqueles olhinhos escuros e se afundar neles como se estivesse a deriva em um imenso oceano. - Você está tão lindo assim, poderia te admirar minha vida toda sem parar um segundo.

O Park sorriu totalmente apaixonado, corando brevemente pelo elogio e logo mordiscou o lábio inferior para conter sua euforia enquanto o apertava em seus braços. Min o achava tão adorável que nem notou que ainda estavam parados em frente à porta.

- Eu senti muito mais, sabia? Eu já estava ficando louquinho sem você aqui.

- Estava, é? - perguntou baixinho enquanto entrava para a casa, sem se importar com as malas e apenas se sentando no sofá com o pequeno no colo enquanto se assegurava de deixar a boquinha carnuda cheia de selinhos.

- Sim! Você foi muito maldoso de me deixar aqui. - um biquinho se formou nos lábios do menor, esse que foi mordido pelo mais velho e logo desfeito, o loirinho derretido como manteiga em seu colo. - Mas eu te amo muito, e você continua mais lindo que em todas as outras vezes.

O Min sorriu para ele, e cheirou o pescocinho com aroma de sabonete, denunciando o banho recente.

- Eu te amo, bebê e irei colocar em dia todo o carinho e amor que eu não dei essas semanas fora, okay? Uma promessa. - falou confiante, enquanto erguia o mindinho, este que foi segurado pelo do marido, os apertando como uma promessa selada.

E assim passaram as horas. Fizeram novamente o pedido do lanche e logo foram para o quarto encher as barriguinhas, e se jogar na cama juntinhos e sem se levantar para nada. Arqueiro passava na televisão e Jimin sabia que seu marido não gostava muito daquela série, mas o mesmo aceitou de bom grado com a condição que assistissem Outlander logo após.

O vampiro contava tudo que ocorreu na viagem enquanto ajudava seu amigo, mas o anjo notou que alguns detalhes mais pesados foram ocultados para não atiçar seu lado medroso. Passaram uma madrugada inteira de chamego, como se tivessem passado anos longe e só foram dormir satisfeitos após muita conversa, risada, provocação e até mesmo uns amassos para matar a saudade. Se aconchegaram de conchinha na cama enorme, quase se fundindo enquanto o menor sentia o coração do marido bater junto do seu em suas costas.

Se sentia feliz e cheio de amor para oferecer, seu marido que sofresse com seu grude, hoje e para toda a eternidade.

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𝐞𝐢𝐟𝐟𝐞𝐥 𝐭𝐨𝐰𝐞𝐫.Onde histórias criam vida. Descubra agora