Capitulo 03 - Primeiro toque

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-O combinado foi só te trazer.

-Não vou deixar você esperar o táxi aqui fora. – Disse pegando meu braço e me levando pra dentro.

Era impossível falar com aquele homem. Ele não deixava. Antes mesmo de eu abrir a boca já estava dentro da sua casa.

 Paralisei tanto glamour. Alem de incrivelmente lindo ele era maravilhosamente rico, se bem que não me importava com isso. Namorei um empregado do meu pai por três anos, ele nunca aceitou, mas eu não me importava. Gostava de verdade do Lucas e só acabou porque ele pediu demissão pra fazer faculdade. Não teve como o namoro continuar a distancia e sem nos vermos.

Enquanto entrava na casa, analisei bem o perfil do Henrique e imaginei estar sonhando. Senti uma ligação muito forte com aquele homem, e o jeito que ele me olhava não ajudava muito. Sorri varias vezes no bar feito uma criança quando vê uma bala sem ao menos disfarçar, e agora estava dentro da casa dele. Aquele jeito autoritário escondia algo e eu me sentia presa a ele, queria descobrir o que era. Quem ele era.

 A sala era enorme, e tinha quatro ambientes abertos, a primeira coisa que vi foi um piano preto do lado de uma parede de vidro que dava para a área externa da casa, com uma piscina grande iluminada e quiosques espalhados entre a bela plantação.

-Fique a vontade – soltou minha mão e subiu os degraus – Já volto.
 Então ele sumiu.

 Dentro da sala, o sofá era de couro preto, tapete bege, uma TV imensa no centro de uma parede rústica de tijolos. Um espaço grande e moderno. Acima, do outro lado, tinha uma mesa enorme de doze lugares com estofados de couro marrom escuro, um arranjo de hortênsias e um lustre lindo centrado acima. O papel de parede de toda a extensão da sala de jantar era divino! Em um bege com desenhos de brasão em dourado, bem claro e delicado.

Na parte superior da sala de estar, havia algumas poltronas estampadas em tons de cinza e preta, mesinha de centro cheia de revistas, uma parede tomada por inteira de um quadro aquarela que achei perfeito e alegrava o ambiente, a outra parede tinha livros de cima ate em baixo.

Era tudo muito grande. Girei o corpo e vi um hall, havia outro lustre no meio, um aparador de madeira, com um vaso de cerâmica azul branco e azul de flores frescas brancas e amarelas em cima, um espelho atrás cobria toda a parede do hall. Deixando o lugar maior.

 Fui em frente e vi um jardim de inverno embaixo da escadaria que deveria dar aos quartos, e lá na frente uma cozinha enorme de inox, tinha dois balcões, duas geladeiras e tudo muito moderno. Detalhes em azul marinho e bege davam um ar Real ao ambiente da cozinha.

Não era possível que ele morasse nessa casa tão grande sozinho. Como ele mantinha as flores frescas? Nenhum homem fazia isso, teria que existir uma mulher ali. Nunca vi uma casa masculina tão bem decorada e cuidada assim. A casa, ou melhor, a mansão, estava muito limpa, cheirosa e organizada.

Reparei que tinha quadros rústicos iguais aos meus, e nenhuma foto. Eu tinha varias fotos espalhadas na minha casa. “Adoro lembranças”, boas claro. Ouvi um latido e assustei, ainda mais quando vi um Husky Siberiano quase do meu tamanho, lindo de olhos muito azuis. Tinha a parte de baixo branca e em cima era preto. Veio e me cheirou, me rondou e então sentou ao lado da escada. “Você é um cavalheiro mocinho, parabéns” Era lindo, muito lindo.

-Esse é o Argus. – Henrique descia as escadas, vestido calças jeans, blusa branca e descalço. Percebi que tomou banho, pois o cabelo caía molhado. Que visão.

-Ele é lindo – Disse olhando pra ele, mas falava do cachorro... E dele também – Maravilhoso!

Henrique notou o duplo sentido. Mas continuou serio e não fez comentários.

Cor a Primeira Vista - Volume I da Série Dê-me AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora