Prólogo: Quando o Ódio se Torna Necessidade

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⚠️ Gatilhos do capítulo: casamento arranjado; conflito familiar; rivalidade; conflito emocional. ⚠️

É melhor você ir pegar sua armadura. Nós podemos fingir que somos amigos esta noite, e pela manhã nós acordaremos e tudo estará certo. Porque baby, nós não precisamos brigar, e eu não quero esse amor para sentir — Battlefield (Jordin Sparks).

Hermione Riddle

Dizem que amor e ódio andam juntos. Sinceramente? Isso é a maior besteira que já ouvi. Tudo baboseira. Amor? Não era algo que cabia nessa equação. Se havia algo entre nós, certamente não era amor. Eu o odiava, e não tinha um pingo de vergonha em admitir. E se assassinato não fosse crime, eu já teria me livrado dele sem pensar duas vezes.

Olhei novamente para o loiro à minha frente, assistindo ao maior desastre da minha vida se desenrolar diante dos meus olhos, sem poder fazer nada. E não é como se eu fosse mudar de ideia agora, né? Ah, Hermione, mas por que você está se casando com alguém que odeia? Por quê? Bom, situações drásticas exigem medidas drásticas. E, naquele momento, ele era a única pessoa que podia me ajudar. Além disso, duvido muito que Draco Malfoy perderia a chance de me atormentar pelo resto da vida. O prazer que ele tira disso é praticamente a razão de sua existência.

E tem também o maldito do meu pai. Ele planejou isso a vida inteira. Tudo o que importava para ele era aquela empresa maldita e as ações que ele tanto cobiçava para se encher ainda mais de dinheiro às custas dos Malfoy. Não importava o quanto eu desprezava o Draco, eu sabia que ainda teria que seguir com aquilo.

O grande senhor Tom Riddle acreditava que Draco era apenas um moleque incapaz de comandar uma empresa sozinho, e esperava que o meu casamento com ele trouxesse algum benefício. Mas adivinha só? Ninguém passa a perna em um advogado e, menos ainda se esse tal advogado for eu, Hermione Jean Granger Riddle, quase Malfoy.

— Você, Draco Lucius Malfoy, aceita esta mulher como sua legítima esposa, para amá-la e respeitá-la, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte os separe? — o juiz de paz perguntou.

Opa, pera aí! Ninguém me avisou que eu teria que aguentar esse babaca até a morte. Esse não era o plano. E antes que vocês perguntem, sim, estou no meu próprio casamento, e sim, é ainda pior do que vocês imaginam. Eu vou ter que jurar lealdade a esse energúmeno.

Tá, eu sei, fui eu que aceitei participar dessa maluquice, mas fala sério, dizer "sim" no altar é praticamente uma tortura.

— Aceito — ele disse, com um sorriso cafajeste, me olhando na maior cara de pau.

Eu juro que vou quebrar esses dentes perfeitos e deixar ele banguela. Quase grunhi de raiva, mas só revirei os olhos e tratei de dizer o maldito "sim" ao juiz.

— Pelo poder investido em mim pelos Estados Unidos da América e pelo estado de Nova Iorque, eu os declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva.

Assim que o juiz terminou a frase, Draco me puxou pela cintura, riu e colou os lábios nos meus. Foram os cinco segundos mais longos da minha vida. E não de uma forma boa. Eu só queria me afastar e lavar a boca para tirar a sensação repugnante de ter beijado Draco Malfoy.

A cerimônia foi curta, mas para mim pareceu durar uma eternidade. Fiquei me concentrando nas flores ao nosso redor, tentando ignorar todo o resto. Saindo dali, fomos direto para o local da festa. Todos os parceiros de negócios dos Riddle e dos Malfoy estavam lá, além de alguns amigos íntimos. Eu odiava fingir qualquer coisa além de puro desprezo por Draco.

— Mione — uma voz suave me chamou, me fazendo grunhir. Virei para o moreno e estendi o braço, fazendo minha melhor cara de coitada.

Ele riu do meu teatro e me puxou para um abraço, esfregando minhas costas enquanto eu suspirava, aproveitando o carinho. Ele era o único homem que me fazia sentir minimamente confortável naquele inferno de casamento.

Between Love and Hate | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora