Chakra🌸

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Mesmo quando as solas de seus calçados finalmente pisaram no chão do aeroporto, sentiu um tíbio tomando o estômago causado pela emoção da aterrissagem. Daiki nunca pensou que sua amiga ficaria tão agitada durante a viagem no avião.

Ouve uma parte em que até considerou estar irritado, quando se aconchegava desleixadamente na cadeira aveludada no intuito de cochilar, era impedido de até mesmo fechar as pálpebras, pois a amiga sempre o chamava quando o avião passava perto de alguma nuvem ou de algum pássaro, mas logo compreendeu que aquela era sua primeira viagem, e toda aquele incômodo passava assim que seus olhos caiam no rosto da amiga, sua expressão tão inocente era de adimirar qualquer um.

Sakura, por sua vez, não pensou na possibilidade de estar incomodando o amigo. Talvez por estar tão dedicada a apreciar cada divergência dos azuis diversificando o céu, não notou o quão demorado fora o percuso. Rumaram até a rodoviária subindo no táxi que tinha sua parada mais próxima ao templo. Sakura reparou em como quase que totalmente o lugar era voltado ao turismo.

Todas as vitrines lhe chamavam a atenção, logo, seus pensamentos vagaram até Aizawa. O moreno mesmo que não adimitindo, adorava levá-la ao centro da cidade sabendo do cansativo trabalho que seria ser puxado para andar por toda à área comercial de Musutafu, se divertia bastante. Gostavam de realizar o passeio uma vez no mês ou até mais, chegaram até a pensar que se tratava da vigilância sanitária pois Sakura fazia questão de analizar cada produto das lojas que entrava.

No começo ele se recusava a comprar qualquer coisa que saísse muito para fora de um orçamento planejado, quase enlouqueceu quando Sakura recebeu seu primeiro salário e gastou certa quantia nas malditas vitaminas nas quais ela usava para "envenenar" sua sopa mesmo sabendo que algumas lhe davam uma certa disposição extra para levantar no dia seguinte, o gosto daquilo devia ser considerado crime.

Mesmo preucupada em tê-lo abandonado, sabia que tudo ficaria bem já que agora ele tinha algo para distrair a cabeça. Estava quase cochilando no ombro de Daiki quando o carro parou em uma área desértica sendo cercada por uma floresta. O motorista olhou em estranheza para Daiki que incentivou Sakura a sair do carro sendo acompanhada por ele não antes de pagar o senhor de idade que parecia desconfiado, mas saiu dalí o mais rápido que pode quando os dois tiraram suas bagagens do porta malas.

— Velho doido, deve achar que estou sequestrando você! — Brincou seguindo rumo por um estreito caminho entre a vegetação.

— Estou começando a concordar com ele! que tipo de lugar é esse? — Reclamou quando sentia a grama alta penicando o calcanhar de seu pé — Sei que gosta da natureza, mas se não me engano, disse que só sentia todo esse apreço desde que você não estivesse nela — E ele caiu na gargalhada.

— E é verdade, mas não chegou nem na pior parte, logo mais você vai descobrir o motivo de eu odiar visitar o Velhote — Parecia convicto.

Ora, mas o que seria pior do que aquela estrada rala e que parecia sem fim? Talvez os insetos que nela se escondiam, e de certeza, Sakura odiava-os.

Caminharam por mais alguns minutos até o cientista finalmente apontar para um portão de aparência duvidosa que pareceu ranger antes mesmo do Satsu fazer mensão de empurrá-lo. Isso serviu de aviso para que o arroxeado colocasse uma luva antes de realizar tal façanha.

— Agora imagine que essa experiência irá valer por todos os pecados que já cometeu — Resmungou — Depois disso pode até virar freira se quiser!

— Não seja dramático! O que tem de tão ruim que você vêm reclamando o caminho todo sem me dizer o que é e... — Ela, que tinha sua atenção voltada a ele, suspirou quando o mesmo apontou para frente — Puta merda!

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