Capítulo 2

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5 dias para o fim do mundo!

Eu estava decidida a ir atrás dele, talvez fosse loucura, mas nossos dias estão contados, então tenho que conseguir seu perdão e talvez passar os últimos dias juntos.

Calculei todo o tempo que tinha para não ter erros e poder passar o máximo de tempo com Noah e minha mãe, por isso saí de casa na mesma noite em que foi anunciado o fim do mundo. Os voos estavam um caos mais consegui um voo fretado graças a minha influência como advogada.

Eu estaria em Hill City, a cidade pacata do interior da Dakota do Sul, em algumas horas, antes mesmo do nascer do sol e meu nervosismo era aparente, eu nunca me imaginei nessa situação.

Indo atrás do meu antigo amor porque o mundo está prestes a acabar, quão irônico isso soa?

Algumas horas mais tarde...

Respirei fundo sentindo a brisa do vento bater em meu rosto e o cheiro do campo entrar em minhas narinas, eu nunca esqueceria essa cheiro mesmo que se passasse uma vida, eu sempre me lembraria.

- Mãe? Você esta aí? - pergunto entrando na casa onde passei boa parte da minha vida.

- Sabina, oh meu Deus você está mesmo aqui? - vejo sua expressão chocada e me apresso para abraçá-la, faz muito tempo que não vejo ela. - olha só como está diferente. - diz tocando meu rosto e analisando.

- pintou o cabelo, você está linda! - diz limpando as lágrimas que escorreram por todo o meu rosto, eu e ela nem sempre tivéssemos a melhor relação, mas ela é minha mãe e a amo tanto.

- você também está diferente, já tem algumas rugas espalhadas por aí. - falo e gragalho e ela me olha séria.

- e você continua a mesma engraçadinha de sempre. - me abraça de novo.

- eu senti sua falta mãe, muita mesmo!

- é uma pena que o motivo da sua volta seja esse. - diz afagando meus cabelos, mamãe sussurou palavras de carinho pra mim enquanto eu chorava em seus braços me sentindo a pessoa mais engista do mundo, como pude deixar ela para trás?

- me desculpe mamãe. - falo entre soluços.

- está tudo bem meu amor, você se lembra que foi eu quem te incentivei a ir? Eu entendo a escolha que você fez, não precisa chorar. - mamãe diz me apertando mais a ela, não a palavras que possam descrever o que estou sentindo.

- vá lá em cima lavar seu rosto, você tem que ver o caos que está esse lugar, as pessoas estão atrás de abrigo, da pra acreditar? Abrigo com um meteoro caindo sobre a terra. - diz fazendo gestos com as mãos me arrancando uma risada alta.

- seu senso de humor continua o mesmo. - digo ainda rindo, mamãe é do tipo que faz piada em todas as situações.

- vá lavar seu rosto vai, tenho certeza que vamos encontrar o senhor ranzinza no caminho. - diz e eu suspiro.

- não faça essa carinha, tenho certeza que você está doida pra pular nos braços dele! - eu faço uma careta.

- não é assim mamãe. - murmuro.

- ué e o que você planeja fazer? Ficar longe dele que não é! - diz e pra fugir do assunto eu subo as escadas correndo a deixando sozinha.

- você pode correr de mim, mas não pode correr dos seus sentimentos! - grita.

Mamãe estava certa, essa cidade nunca esteve tão movimentada, a pessoas correndo para todos os lados nas lojas de conveniência e os postos de gasolina estão com mais fila do que quando a promoção nas lojinhas de roupa.

- olha ali sua tia menina, eu disse a ela que não adianta procurar abrigo, ainda mais subterrâneo. Carmem minha filha saia daí, essas pessoas vão pisar em você mulher! - mamãe diz indo atrás da minha tia e eu sorrio com seu jeito.

- ótimo ela me deixou sozinha! - falo ao ver mamãe tentado arrastar tia Carmem do meio da multidão.

- ela continua a mesma pessoa não é? - escuto a voz que a tempos não escutava e me arrepio, ele ainda tem o mesmo efeito sobre mim.

- Noah... - sussuro.

- achei que você não viria ficar com sua mãe! - diz ríspido, meu olhar vacila um pouco mais o encaro.

- porque você achou isso? - pergunto e ele sorri irônico.

- devo sitar a quantidade de vezes que você tinha que ter vindo visitar ela e não veio? - diz se aproximando e eu recuo um pouco. - quantos aniversário da sua mãe você perdeu Sabina? - diz e eu engulo em seco.

- não fale o que você não sabe! - digo rude. - você não é ninguém para jogar nada na minha cara. - falo e seu sorriso some.

- eu não sou ninguém, é bom saber que você pensa assim, mas já era de se imaginar já que você me abandonou não só uma mais duas vezes! - isso me acertou em cheio, eu já não continha as lágrimas, era óbvio que seria difícil, mas não imaginei que seria tanto.

- eu não queria fazer isso Noah, mais eu tinha que fazer, eu não quis te deixar minha intenção nunca foi magoar você! - falo tentado me aproximar mais ele me da as costas andando pela multidão, a dor que eu sinto é tão grande. Noah está certo em tudo o que disse, no fim das contas eu sou só uma pessoa egoísta.

— vi o senhor ranzinza aqui, ele já foi embora? — mamãe pergunta ao se aproximar com tia Carmem pendurada nela.

— sim ele já foi. — digo tentando parecer indiferente.

— oh o que é esse rostinho tristonho? Ele magoou seu coração? — tia Carmem pergunta de um jeito... estranho?

— não, eu magoei o coração dele, agora está tudo voltando pra mim. — digo simples.

— então vá atrás dele e tente conversar até que ele te escute, porque o mundo tá acabando e você não tem muito tempo pra isso, segundo sua mãe um abrigo subterrâneo não vai funcionar. Vá atrás do seu amor antes que seja tarde demais!

Sempre para Você / Urridalgo Onde histórias criam vida. Descubra agora