Tentativa de adoção

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Eu aproveito para dormir enquanto espero na janela do quarto de Tom. Alguns barulhos como carros passando me incomodam, mas felizmente tenho um sono profundo de certo modo.

O tempo passa e acordo, me espreguiçando. O sol está mais quente que antes, e o céu não possui nenhuma nuvem. Se o sol está nessa exata posição, sei que está na hora dele chegar.

Eu recupero minhas energias e me animo rapidamente.

(Eu quero conversar sobre tanta coisa! Pelo menos... escutar)

A cada segundo que passa parece uma eternidade. Observo a rua e vejo pessoas que geralmente passam por ela depois da chegada de Tom da escola.

(Ele chegou e eu não vi?)

???: Isso não é o suficiente!

Uma gritaria surge de repente na casa. Fico curiosa e a rodeio para achar uma abertura para ver melhor.

(Essa voz é de uma pessoa feminina, certeza!)

No primeiro andar da casa eu vejo uma janela que dá direito para a sala, porém ninguém está lá. Antes que eu possa me retirar, vejo uma movimentação nos fundos, mais especificamente na cozinha.

???: Você tem que se esforçar mais! Essas notas não são o suficiente.

Eu tenho dificuldade para enxergar, mas logo vejo Tom e a provável mãe dele.

Tom: Eu já irei sair do ensino médio com as notas que tenho, não preciso tirar melhores daqui para frente. Já está no final do ano!

Mãe: Você precisa ser o exemplo de uma pessoa inteligente. Você é meu filho, deve tirar boas notas!

Tom fica frustrado e levanta a voz.

Tom: Está de brincadeira? Não é uma nota vermelha!

Ele aponta para o papel que segura.

Tom: Observa bem, mãe! Eu já tirei notas o suficiente para passar! Essa sua pressão sobre mim é uma idiotice, não vou ficar aturando isso!

Mãe: EU dei a luz à você! EU cuidei de você enquanto seu pai trabalhava incansavelmente. Você é ingrato!

Tom: NÃO VEM COM ESSA DE NOVO!

Ele bate a mão na mesa.

Tom: Você sempre vem com esse papo torto... Estou cansado!

S/n:...

A mãe dele ri de ironia, levantando o canto dos lábios em um sorriso.

Mãe: Cansado? Cansado deveria estar EU por ter que obrigar à fazer o mínimo!

Tom: O seu mínimo não é algo necessário em minha vida, mãe!

Mãe: Então por que não sai logo da minha vida!?

Tom fica atordoado com a voz áspera da mãe dele. Eu particularmente, mesmo que eu não entenda muito, consegui sentir o impacto dessas palavras.

Tom: COM PRAZER!

Tom não parece triste, ele sai da cozinha com muita raiva e sobe para o segundo andar.

(Isso é horrível, mas talvez seja comum? Eu não sei direito, mas tenho certeza que não é o certo)

Eu observo a mãe atentamente. Ela não parece ligar para o que aconteceu, porém... Ainda assim, uma lágrima escapa de um dos olhos dela. Ela enxuga rapidamente e mantém sua postura firme. Ele suspira profundamente e entra mais afundo da casa, onde eu não consigo ver.

Observando Seus Passos | ❦ Tom x Sn / Leitora Onde histórias criam vida. Descubra agora