Ritorno a Casa

79 8 0
                                    

Após desvendar toda a Itália durante um ano, resolvi retornar ao Brasil, onde estão todas minhas raízes, família, casa, cachorro e a Pós-Graduação. Essa viagem de fato irá agregar e muito em minhas aulas porque o tema sobre comportamento humano em cada cultura será muito abordado durante o semestre.

Muitas pessoas me enxergam como uma mulher de negócios; desapegada emocionalmente, focada no trabalho, temida e autoritária. Não vou mentir que me encaixo em muitos desses estereótipos, mas, tudo há um porquê. Me tornei uma mulher com muitos patrimônios e investimentos acumulados, muito jovem, então precisei me blindar de muitas pessoas interesseiras e de alguns traumas que vivi no passado. Contudo, eu não sou desapegada emocionalmente com a minha família, sou extremamente apegada, principalmente com minha mãe Beattrice mais conhecida como Bizzy, e meu irmão Archer. Nós sofremos muito nas mãos do Capitão, ele se nomeava assim por ser coronel da marinha.

No início, minha mãe contava que o amor deles era imbatível, todos queriam ser como eles, entretanto, logo que o Capitão se aposentou começou a beber constantemente e ficar agressivo. Fora mais de dez anos com um homem machista, violento e opressor, ele batia em todos nós, principalmente em Bizzy, se ela não fazia o que ele queria na hora que ele queria, ele a machucava na nossa frente, como se a culpa dela não fazer fosse nossa por estar ocupada cuidando de nós, com isso, tive que amadurecer muito rápido.

O pesadelo acabou quando eu estava prestes a completar 16 anos, ele teve uma sobredose sendo encontrado morto. Então finalmente a minha família conseguiu ficar mais tranquila e eu me dediquei aos estudos com alto desempenho e um ano depois fiz meu primeiro investimento, cada vez mais experiente na área me tornei a mulher mais rica do país aos vinte e poucos anos. Tudo para proteger minha família e fornece a melhor qualidade de vida possível.

Contudo, outro entusiasmo e admiração à qual tenho é lecionar e fazer pesquisas científicas para ajudar o próximo. Eu não precisava fazer isso financeiramente, mas, era a minha forma de contribuir para uma sociedade melhor.

O alarme do meu relógio de pulso toca sinalizando 15 horas e faltava apenas quinze minutos para a última chamada do voo de Milão para o Brasil, acabei me envolvendo muito com minhas divagações e o café que estava outrora ao meu lado, tão quente, encontrava-se frio, tomei tudo em um único gole e me dirigi até o embarque.

— Addison Montgomery, o assento da senhora é o A3. A aeromoça avisava para todos se posicionarem em seus lugares para que o avião pudesse decolar.

— Obrigada, sorri gentilmente.

Seria uma longa viagem de volta para casa.

Casa è dov'è il cuoreOnde histórias criam vida. Descubra agora