Capítulo único

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– Hazz... - a voz rouca de sono me chama.

– hum... Que foi?

– Seu celular...

– Só deixa tocar depois eu vejo - me aconchego mais perto do seu corpo.

– Já é a terceira vez que tá chamando - sua voz cansada mostra impaciência.

São literalmente seis horas da manhã de um domingo.

Se não for sobre nada importante eu vou matar o ser que está me ligando.

Me levanto relutante para pegar meu celular.

É um número desconhecido. Recuso a chamada e volto a me deitar com o Dray.

O  interfone começa a tocar.

MAS QUE MERDA.

– Que inferno. Deixa que eu vou - Draco levanta cambaleando por ter levantado de uma vez e ainda estar com sono.

Me acomodo melhor debaixo do edredom tentando voltar a dormir.

– O QUE? NÃO É PRA DEIXAR ELE SUBIR! CHAMA A POLÍCIA... SEI LÁ. NÃO QUERO NEM VER A CARA DELE – a voz do Draco me chama atenção, quem que quer subir? Por que ele tá gritando com o porteiro?

Eu só queria dormir, que porra.

Me levanto procurando as roupas que estava usando ontem que estão jogadas pelo quarto. Acho minha blusa e o short, visto e vou até a cozinha saber o que aconteceu.

Nosso apartamento não é tão grande, dois quartos, uma suíte, um banheiro, sala e cozinha integradas. Então não é muito difícil ver Draco encostado de costas no balcão com o telefone do interfone na orelha.

Ele está vestido com uma boxer preta que colocou antes de ir dormir, seus ombros estão tensos. Ele ainda não notou minha presença.

– COMO ASSIM ELE NÃO QUER IR?

Ele está com muita raiva, a única vez que vi ele assim foi no terceiro ano do ensino médio quando um cara me assediou. Ele quebrou o nariz do cara, e desde então não tinha acontecido alguma coisa que o deixasse tão estressado.

– Draco. O que foi? - pergunto com a voz baixa ainda meio desnorteado pelo sono. Ele se vira pra mim rapidamente, nervoso como se nem soubesse responder.

– Eu te acordei? - diz colocando o telefone no lugar, aceno confirmado com a cabeça - Desculpa, não percebi que estava falando alto.

– O que aconteceu?

– Nada de mais, o porteiro deve ter confundido os apartamentos - disse dando os ombros.

Eu sei que ele está mentindo.

Mas está muito cedo e eu não tô com paciência pra falatório.

Então quando ele entrelaça nossas mãos me guiando de volta para o quarto eu vou de bom grado.

Nos deitamos e me aconchego nele que abraça minha cintura me puxando pra mais perto. Quando estou quase pegando no sono o celular volta a tocar.

– Mas que INFERNO - levanto e atendo o infeliz que está querendo falar comigo as SEIS HORAS DE UM DOMINGO.

– Finalmente - ele dá uma risadinha - pensei que nunca ia me atender.

Essa voz...

Como...

Meu coração gela, como ele conseguiu meu número?

– Como conseguiu meu número?

– Nossa, que grosso. Eu só queria conversar com você - sua voz me dá nojo, o tom de vítima dele me dá nojo -  Sabe... Estou com saudades. Você simplesmente sumiu não me atende, não conseguia te achar em lugar nenhum.

Happie than everOnde histórias criam vida. Descubra agora