Chocolate Quente

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Enquanto caminhávamos até o estacionamento avistei Sangwoo me olhando de longe em questão de segundos meu celular apitou.

Sangwoo 🏺

* Não sabia que você era do grupo matadores de aula... Hahaha

Apenas ri olhando para ele enquanto ele fazia sinal com os dedos de que estava de olho em mim. Quando voltei minha atenção para o Carlos já estávamos em frente ao seu carro, nunca tinha notado ele ficava estacionado em um lugar meio reservado do restante da escola quase junto de mais com o dos professores na verdade nunca procurei saber se ele tinha ou não um carro..., seu carro era um Porsche Cayenne prata, os bancos eram de couro em tom caramelo escuro que casava perfeitamente com o painel preto fosco, tinha um cheiro de lavanda antes de ser colhida e chocolate quente, avistei um copo do Starbucks no porta copos do carro o que explicava o cheiro de chocolate mas era o único "impecilio" que meus olhos podiam encontrar era como se tivesse acabado de retirar da fábrica, coloquei o cinto e me ajeitei no banco enquanto Carlos tomava seu lugar no banco do motorista.

- Bem legal né? - comentou enquanto manobrava o carro para sair do estacionamento, o que por sinal fez sem dificuldade alguma.

- Sim..deve ter sido caro né?

- Na verdade não sei, eu ganhei de aniversário de 17 anos do meu pai, era o antigo carro dele, só precisei polir bem algumas partes e ficou novinho em folha haha.

Sorri para ele mas não me parecia normal um pai dar um carro daqueles para um adolescente de 17 anos que nem poderia ser habilitado ainda, fomos em silêncio apenas ouvindo algumas músicas melosas até uma cafeteria próxima a um jardim botânico acredito que ambos os comércios eram de um dono apenas, a cafeteria era toda enfeitada de flores e decorações de abelhas, haviam pequenas abelhas desenhadas pelas paredes em tom amarelo pastel e nos aventais pretos dos funcionários exceto pelos enormes pilares brancos que sustentavam todo aquele lugar , enquanto eu olhava ao redor e me maravilhava com aquele local delicado e sofisticado ao mesmo tempo Carlos me guiava até uma mesa no segundo andar  aonde sentariamos.

- Senta, eu vou até o balcão e já volto.

Ele saiu meio apressado, parecia  meio ansioso com toda a situação, dei uma checada nas mensagens aguardando a volta de Carlos, respondi o Robert apenas com um " tudo bem, te aguardo no mesmo local de  sempre. obrigada ❤" e notei que Alex havia apagado a mensagem que enviou antes da aula, não fiquei preocupada porque ele sempre fazia isso com as mensagens que eu não tinha lido, mas não tive tempo de se quer pensar que podia haver algo de errado, quando menos espero volta Carlos com 2 copos grandes e alguns bolinhos.

-Aqui está, você gosta desses né? - Carlos disse tão despretenciosamente que mal notei que era intencional ele saber dos meus gostos.

- Como sabia que eu gosto desses bolinhos? E de cappuccino... - Desconfiei enquanto comia, a aula havia me deixado faminta.

- Você não percebe mas estou sempre de olhos em você...

- É mesmo? E porque em mim, não acredito que tenha analisado algo de imprecionante haha.

- Se te passar os relatórios você ficará espantada haha. - era notório seu tom de sarcasmo mas ainda assim sentia uma pitada de verdade em cada palavra dele, até mesmo porque Carlos não era uma pessoa de mentiras.

- Enfim viemos para falar de seu namoradinho nao é? Haha - completou ele.

- Sim... digo, ele não é meu namorado e nós viemos falar de vocês, não me envolva nisso haha....

Carlos tomou alguns goles de seu chocolate quente e respirou fundo, pigarreou a voz enquanto arrumava seus longos cabelos castanhos que estavam caindo sob os olhos e iniciou.

- Bom... por onde eu começo, a rivalidade entre Alex e eu existe por inúmeros motivos, nossos pais não eram muito chegados dês de o começo mas nossas mães  sempre tiveram um laço inexplicável, não só nos negócios mas era como se fossem parentes, e como no fim das contas as mães sempre mandam em tudo, nossos pais deram uma trégua e acabou que crescemos juntos como primos, ou até como irmãos pela influência das duas é claro, mas sempre competimos muito em tudo, jogos, corridas, estudos,  amizades.......mulheres - ele me contava tudo passando o dedo indicador na borda do copo grande que havia comprado até que na última palavra estava olhando para mim e sorrindo de forma maldosa-- Mas depois fomos crescendo e de umas desavenças entre nossos pais fomos nos distanciando e nossa rivalidade tinha acabado.... pelomenos por mim... mas a uns tempos, quando ele entrou pra essa escola e deu de cara comigo acredito que seu ódio por nunca ter me vencido em nada até agora voltou a tona, ele sempre tentava me prejudicar de alguma forma na escola, não vou dizer que sou santo.... Eu também espalhei uns boatos sobre ele e tudo ficou bem mal no final, meio que saiu do nosso controle então seguimos nossas vidas até hoje... Não nos falamos sem ser estritamente necessário, e meio que demos uma trégua de espalhar boatos para os outros.......

Carlos me contava toda essa história com os olhos baixos e a voz calma, era notório que ele estava divagando no mais profundo de suas memórias, ele precionava seus dedos contra a palma da mão e franzida a sobrancelha, ele era com o um livro aberto, muito fácil de ler suas expressões e de decifrar seus sentimentos. Tudo o que ele me disse se encaixava lentamente com as peças que eu já tinha, assim que cheguei na escola Alex achava que Carlos havia me mandado na biblioteca para irrita-lo e não porque eu havia pedido, Alex evitava de se comunicar com o grêmio pra não ter que cruzar o caminho de Carlos mais do que necessário, tudo fazia sentido mas ainda assim Alex era um quadro branco com uma interrogação para minha mente, enquanto eu computava tudo isso Carlos finalizava o assunto.

- então resumidamente é isso que nós temos ... É claro que te poupei de muitos detalhes mas você não precisa saber disso haha. - Ele parecia meio envergonhado após explicar tudo.

- Pra ser sincera achei que fosse um motivo bem pior, mas cada um sabe oque doi mais né, espero que um dia vocês possam se entender... - Usei minhas palavras mais sinceras que tinha naquele momento.

- Também espero... Mas pelo que me parece a previsão é de piorar... enfim, há algo mais que queira saber ?

- Bom... você disse que se conhecem dês de criança... você sabe muito do passado dele não??

- Sim... Mas infelizmente isso eu não posso te contar, quando decidimos fazer as pazes meio que fez parte do acordo não comentar sobre essas coisas com ninguém... se ele decidir te contar vai ser um milagre, ele odeia falar sobre isso, mas ao que me parece você deve ter algum dom ou algo do tipo..

- Dom? Sobre oque?.

- Não sei, se fosse pra chutar algo fantasioso eu diria..... bruxaria - disse ele se aproximando de mim enquanto apoiava seus cotovelos na pequena mesa redonda que separava-nos -- quando você fala... sorri... se expressa algo encanta não sei explicar... Mas eu gosto... -  antes de me dar conta ele já estava com uma das mãos em meu rosto, enquanto dizia a última frase olhava fixamente para meus olhos, sua mão desceu de minha orelha esquerda  acariciando minha bochecha até os lábios rosados pelo hidratante labial de cereja que havia passado anteriormente, ele observava seu dedo precionar meu lábio inferior enquanto sorria suave e delicamente retornando ao seu lugar como se nada houvesse acontecido.

Continua.........

Quackity's girlOnde histórias criam vida. Descubra agora