Encantado - Todas as irritações de Park Jimin

10. Uma dose de amor

Quando vi Jimin apanhar um pequeno embrulho do berço foi como se meu coração tivesse parado por poucos segundos, toda aquela ansiedade corroendo pelo meu corpo e ânsia em abraça-lo.. como se apenas estar perto dele não fosse o suficiente. Ele era a coisa mais adorável do mundo com um bebê nos braços, e suas bochechas rosadas e saltadas enquanto sorria para a pequena criança. Ele era como uma dose de morfina.. apenas olhar para Jimin era como se toda minha dor sumisse embora não fosse o ideal para nossa relação. Sorri pequeno, sentindo meu rabo se embrenhar em minhas calças e suspirei, me aproximando dele e do bebê. Se em algum momento da minha vida eu não suportei a presença dele, agora eu estava me afundando em meu próprio orgulho. Eu amava ele. Somos jovens e inconsequentes mas eu queria ele na minha vida até o meu último dia, até o último suspiro, não éramos perfeitos e o "sempre" chegava ao fim, contudo o aperto em meu peito e a chamas que ele acendia era uma prova do que eu realmente sentia, mesmo que a gente nunca possa ter filhos do próprio sangue e nossa linhagem terminasse ali, só o ato de poder o amar e viver com ele era o que importava.

Se eu puder apenas viver um pouco com ele seria o suficiente, mesmo que não durasse a eternidade.

— De repente você se tornou quieto.. — Ele comenta, balançando o pacote nos braços e me observando com aqueles lumes castanhas e curiosas. Sorri pequeno, se Jimin ao menos soubesse o quanto minha cabeça trabalhava arduamente a cada segundo, e tudo terminava com ele. Biologicamente homens e mulheres são os pares perfeitos, entretanto para mim nunca existirá uma combinação tão certa como eu e Jimin.. no fim o que realmente importaria é o que a gente sente, eu não tinha genes totalmente humanos e agia de forma distinta a ele, mas ele conseguia me entender como ninguém.

— Não pense muito, este é o híbrido — Disse, apresentando menino e abaixei a cabeça, vendo um tufo de fios negros e ralos emaranhados nas orelhas escuras da criança. — Híbrido de gato, seu priminho — Falou com a voz animada. Gargalhei e abracei o corpo de Jimin e passei meus braços por seus ombros, me sentindo feliz.

— Qual é o nome dele? — Perguntei, encostando meu rosto no ombro do ruivo.

— Ele não tem um ainda — Respondeu.

— Humm — Murmurei pensativo. Jimin se afastou e colocou o bebê no berço novamente, em seguida esticou os braços com uma careta.

— Este pequeno é muito pesado, quase esmaga meu ossos — Brincou, se encostando no móvel e cruzando os braços enquanto me analisava. — Você tá meio esquisito, eu gosto disso — Disse sorridente.

Coloquei as mãos nos bolsos do casaco e sorri enquanto lambia meus lábios. Caminhei até ele e toquei em sua franja caída em seus olhos, mantendo minha mão em sua face.

— Eu sempre fui esquisito — Revirei os olhos e me pus ao seu lado, não conseguindo desviar o meu olhar do seu rosto tão perto.

— Não fala assim, eu até que gostava de você — Retruca tentando prender um riso e solto uma risada baixa e dou de ombros.

— Agora você me ama, certo? — Argumento e ele cora e desvia o olhar envergonhado. Então Jimin deixa um tapa em meu peito e sorri com os lábios.

— Você me conhece tão bem, Jun — Decide admitir e joga a cabeça para trás enquanto arruma o cabelo. Ouço uma risada infantil e vejo o híbrido balançar as pernas gordinhas e levantar as mãos em animação, estico minha mão para o bebê e ele agarra meu dedo com uma força impressionante.

— Você deveria escolher um nome para ele sabia? — Ele diz acariciando a orelha do bebê. — Ambos são híbridos, ele ficaria feliz — sugere sorrindo curto.

— Se isso ficasse por minha conta ele seria zoado a vida toda, eu provavelmente colocaria o nome de algum personagem de jogo ou anime — Conto tentando não gargalhar. — Eu sou babaca demais para isso — Brinquei, desviando o olhar do híbrido para o ruivo ao meu lado que revirou os olhos. Arqueio a sombrancelha e ele me empurra parecendo emburrado.