capítulo 2
"Ninguém nos deixa com raiva. Nós mesmos nos deixamos com raiva quando perdemos o controle de nossas ações. O que os outros fazem é irrelevante. Nós escolhemos, não eles. Os outros apenas colocam nossa postura em teste.” - Jim Rohn
— Aí ele pegou aquela tábua de rodas horrível dele e disse: "Você devia olhar por onde anda".
Não fazia sequer vinte e quatro horas desde que eu entrei naquela escola e já saí de lá com a canela fodida.
Eu lembrava de chegar em casa todo dolorido e de ter que colocar uma bolsa de gelo para amenizar o inchaço e o hematoma no local.
E hoje, quase no final do dia seguinte ao acontecimento traumático, eu estou em uma papelaria perto — bem, meu pai disse que era perto, mas acontece que eu tive que andar a distância de cinco voltas no planeta para chegar aqui. — de casa. O motivo de eu ter vindo até aqui? Apenas comprar o material escolar que ainda faltava.
E como a pessoa super responsável que eu sou, também tenho meu celular preso no espaço entre a minha orelha e o meu ombro, contando tudo o que aconteceu no dia anterior para o Kim.
Sim, eu poderia ter contado a fofoca pessoalmente, e ainda mostrar o local onde tudo ocorreu, se eu tivesse ido para o colégio hoje — porque eu não fui, caso não esteja claro —.
Acontece que eu tive que ficar e ajudar meus pais a lavar aquele jardim imundo — não, sério, estava só o pó — da nossa nova casa.
Porém, não era como se eu estivesse triste, não é? Na verdade, era ótimo, porque, bem, sem Jungkook na escola, sem mais canelas ferradas! Eu tenho meus esquemas, confia.
O melhor de tudo era o fato de Namjoon ter percebido minha falta assim que não me viu em uma das nossas aulas em comum daquele dia. Nisso, ele foi até a coordenação pedir o número dos meus pais para poder falar comigo, e, obviamente, quem atendeu foi a minha mãe. Ela ficou tão surpresa e feliz por eu já ter feito um amigo logo no meu primeiro dia, que praticamente obrigou o Kim a ouví-la falar por ininterruptos minutos sobre todos os meus micos de infância, e sobre como eu era gordinho e fofo nessa época, como, segundo suas próprias palavras, verdadeiro bolinho de arroz.
É claro que eu fiquei constrangido por isso na hora, mas passou. Sei lá, talvez eu realmente esteja começando uma amizade.
No fim do belíssimo exposed, inteiramente por conta de minha progenitora, ele conseguiu o meu número, e aqui estamos: fofocando sobre o ex-presidiário idiota do corredor.
— E o que você fez? — Namjoon perguntou, curioso.
— Eu levantei do chão e disse que ele devia ser mais gentil — Mentira — Mas tive pena dele, então o deixei ir embora sem um soco na cara… — Outra mentira.
— Qual é, cara! Tava todo mundo falando hoje sobre como você quase se cagou quando o garoto te encarou — disse, em tom risonho — Mas não julgo. Ele e os amiguinhos dele são tão estranhos que me dão medo.
Eu ri de sua fala, numa concordância implícita, e continuei a caminhar pelos enormes corredores da loja, pegando tudo o que eu precisava e mais algumas coisinhas. Olhei para minha cesta e a vejo quase cheia. Tinha canetas coloridas, marca-textos, lápis de cores, cadernos e pelo menos uns quinze pacotes de figurinhas do Bob Esponja.
Então um barulho soou no outro lado da linha, como um estalo de dedos, daqueles que você aperta onde estão as juntas. Estremeci.
Quem faz isso? Que agonia, meu pai.
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Atlanta • jjk+pjm
RomanceJeongguk não poderia estar melhor do que já estava. Estava feliz por ter feito amigos depois de anos se afastando involuntariamente de todos. Ele amava estar perto de sua família e de poder vê-los todos os dias. Realmente o garoto não tinha do que r...