Tell me about the stars, babe || l.s

1.

• 1879 •
Harry, 11 anos

Já te contaram que o universo esconde muito mais do que ele aparenta esconder? Bom, se não te contaram, estou te contando agora. O universo é infinito. Imagine os segredos que ele guarda entre suas inúmeras estrelas e planetas. Estranho pensar nisso, não é? O fato da Terra ser gigante na nossa perspectiva mas que, comparado a nós, sem esforço algum ele nos engoliria de tão pequenos que somos em relação a sua imensidão.

Harry gostava de pensar nisso, e em toda a sua forma poética e filosófica. Ele amava pensar em como uma das coisas mais belas se encontrava à cima de sua cabeça, à quilômetros, e não ao seu alcance como uma bela margarida. Gostava de dizer que as melhores coisas são impossíveis de se admirar de perto por muito tempo, por isso são tão preciosas e raras. A noite não dura para sempre, e por essa razão o garoto de olhos verdes a aprecia com muito entusiasmo. Assim como olhar o céu salpicado de estrelas, um hábito que ele desenvolveu com o tempo, desde o dia que viu, pela janela de seu quarto, uma estrela cadente cortando toda a imensidão azul.

O garoto, embora sempre estivesse mais quieto em seu canto, adorava falar, principalmente quando se tratava de algum assunto que chamava certa atenção dele ou quando tinha intimidade com alguém. Porém, sempre que Styles abria a boca para comentar sobre tais assuntos cortavam-o dizendo que eram baboseiras ou que não lhes interessavam nem um pouco, e isto ficou gravado para sempre com ele. Ele tentou dizer ao Niall, em um dia qualquer, como as estrelas pareciam brilhar em direção à Lua como se ela fosse a verdadeira estrela da noite, mas no instante seguinte se lembrou de quando diziam-lhe que não era algo agradável de se fazer. Então ele abriu e fechou a boca sem dizer uma só palavra, apenas continuando a caminhar ao lado do loiro que estava contando como tinha sido sua primeira experiência de montar em um cavalo pela primeira vez "como um adulto", em suas palavras.

O cacheado estava com a atenção dividida no que o irlandês tagarelava, sobre cavalos e botas de couro estilosas para equitação, e em contar quantas pedras bonitas achava no chão, afinal, ele nunca foi de conversar muito e era novo nisso de amizade, mas estava se esforçando para ser um bom amigo para Niall.

― Certo, e então eu perguntei: Por que não posso sair da cerca? ― continuou, Niall ― E ele disse: Você ainda não tem idade suficiente ― falou com uma voz grossa, imitando seu tio. ― Dá para acreditar? Foi só meu pai sair por 1 segundo que meu tio já veio acabar com minha alegria ― concluiu cruzando os braços.

Harry riu, com a mão tampando sua boca, da encenação do amigo.

― Ei! Não ria! ― pediu, embora tenha sido em vão já que Styles riu ainda mais ― Isso é preocupante. Eu sou tão homem quanto todos de lá, eu deveria pelo menos ter algum tipo de moral!

― Niall, você só tem 12 anos, eles tem o quê? 30, 40 anos? ― Harry falou tentando acalmar seu riso ― Acho que eles têm mais experiência nisso. Você começou, literalmente, agora. Mal tem suas próprias botas de couro ― falou enquanto gesticulava com as mãos e revirava os olhos.

― Você só fala isso porque nunca passou por alguma situação dessas. Você só desenha e tira notas boas. Todos te amam, Haz

'Claro, todos me amam', pensou o garoto, de forma irônica.

― Falando nisso, ainda estou esperando o ilustre momento em que serei agraciado com um de seus lindos desenhos com o rosto da pessoa mais bonita e altruísta do mundo. Eu, obviamente. ― falou em tom confiante apontando para si mesmo e estufando levemente seu peito.

― Quem sabe um dia. Mas antes de tudo você precisaria ser só um pouco humilde.

― Quem sabe um dia. ― o loiro repetiu as mesmas palavras que o amigo disse antes, fazendo com que os dois caíssem na gargalhada em divertimento com a situação.