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Ela estava sentada em um dos bancos do lado de fora do Hospital. Aproveitado o vento que passava, fazendo seus cabelos se bagunçarem um pouco. 

Passou a mão sobre os fios arrepiados, abaixando eles.

[Nome] se sentia bem, nas vezes em que saia um pouco do Hospital.

Sua rotina era sempre a mesma. Ser vigiada por enfermeiras, para certificarem de que ela estava bem. Exames e mais exames.

Realmente. Sua mãe deve a odiar por estar fazendo ela gastar dinheiro com um nada.

Viveu praticamente sua vida ali. O Hospital era mais sua casa, do que a casa da mulher que dizia ser sua mãe.

A garota começou a mexer nas próprias mãos. Segurando o sangue que deveria colocar para fora. Apenas colocou um pano na boca. Na tentativa de forçar o sangue a voltar.

Demorou um pouco. Mas ele voltou.

Guardou o pano branco no bolso de seu casaco. Voltando a olhar para sua frente.

[Nome] prestou atenção em uma cabeleira loira familiar, mais a diante. Sorrindo fraco, se lembrando do garoto que pareceu incomodado de ter perguntado se era muda ou não.

Ela sorriu um pouco mais. Notando que o sol que a iluminava, já não era presente.

O que estava a sua frente, era a sombra de sua mãe.

ㅡComo ousa piorar? Eles disseram que você sairia daqui nova em folha. E olha só pra você. ㅡ Falou apontando para a garota. ㅡ Você esta morrendo [Nome]. Sabia que o que eu gastei com esses dois últimos anos, eu poderia ter comprado uma Tv, uma casa e um carro se dependesse? ㅡPerguntou vendo a garota a ignorar. ㅡ Olhe pra mim quando estiver falando! ㅡ Gritou puxando o rosto da mais nova.

[Nome] fechou os olhos. Segurando o sangue que queria passar pela sua boca.

Aquela mulher gritava e gritava.

Se ela era tão infeliz. A culpa não deveria ser de [Nome].

Ah... certo.

Sim. A culpa era sua.

Sentia o ardido do tapa que levou da mais velha.

Levanto um pouco a cabeça. Limpando um pouco do sangue que saía de sua boca. Sentia um tipo de maré dentro de si, como se aquele sangue não aguentasse mais. Tinha dificuldade em respirar. Quando recebeu o tapa, o pequeno tubinho que ligava o ar emprestado, saiu do seu nariz.

Começou a procurar desesperadamente pelo tubinho. Não conseguiria respirar sem ele. 

Ela parou de se mexer ao sentir alguém colocando um pano em sua boca.

Olhando para cima. Via o garoto loiro com o pano em mãos. Atrás dele estava o seu médico e os seguranças como sempre.

Olhou para o seu outro lado. Vendo um outro loiro com o tubinho em mãos. Ele parecia querer fazer o favor de a ajudar. Ergueu um pouco o rosto, deixando mais fácil para o mesmo colocar uma parte do tubo atrás de sua orelha.

Levantou um pouco tonta. Tendo seus ombros segurados pelo loiro conhecido, impedindo que caísse ou algo do tipo.

O médico foi rapidamente até ela. Vendo a quantidade de sangue que havia saído de sua boca.

 ㅡ[Nome], está bem? ㅡ Perguntou olhando um pouco de sangue escorrer novamente de sua boca. ㅡ Eu falei para não sair do quarto... ㅡ Falou pegando um lenço do jaleco branco, pressionando sobre o lábio dela.

Daichi era o seu médico desde que chegou ao Hospital. Ele era residente naquela época, fazendo com que fosse a primeira paciente dele.

ㅡVem... Eu vou cuidar do resto. ㅡ Falou calmamente, levando ela até Harumi.

A garota não brigou para permanecer. Realmente se sentia aliviada por estar longe daquela mulher.

Seguia o caminho pelo corredor, ao lado de Harumi.

ㅡEi! 

Se virando um pouco. Viu o garoto loiro correndo em sua direção. Parou de andar, esperando ele se aproximar.

ㅡNão pode correr pelos corredor Chifuyu-San! ㅡ Harumi o repreendeu.

ㅡDesculpe Harumi-San.

Espera. Eles se conhecem?

O garoto parou na frente das duas. Harumi falou algo a ele, saindo de perto em seguida.

Ela disse para ele a acompanhar até seu quarto. E se fossem amigos, ele poderia ficar um pouco ao seu lado.

Andavam pelo corredor iluminado pelas luzes que passavam das grandes janelas. Elas eram transparentes, podendo ver as árvores e pássaros pousando um uma parte delas.

[Nome] sorriu ao ver a cerejeira de Sakura, começando a nascer novamente.

Parando o passo, fez o loiro ficar confuso. O mesmo parou de andar também. Ficando ao seu lado, olhando suas expressões ao ver a vista da janela.

ㅡGosta de Sakuras?

Ela assentiu, sem tirar os olhos da janela.

ㅡElas são bonitas, realmente... ㅡ Falou olhando a vista também. ㅡ Meu nome é Chifuyu Matsuno. 

Ele se virou na direção dela, vendo ela fazer o mesmo.

Pensava em mil e uma formas de como poderia responder. Mas ele poderia não saber libras, e não tinha um bloco em mãos.

Parou com os seus pensamentos, ao ver o mesmo estendendo um celular em sua direção.

Olhando para ele, viu um pequeno sorriso desajeitado.

Ela pegou o aparelho. Digitando no bloco de notas que ele havia deixado aberto.

" [Nome] Haitani. "

ㅡHe!? Você conhece os irmãos Haitani? ㅡ Perguntou um pouco surpreso e assutado.

Ela riu um pouco, digitando algo novamente.

" São meus primos. "

O garoto ficou encarando a mensagem por alguns minutos. Processando a informação que acabará que receber.

ㅡEu vou morrer se eles me verem com você?

Ela começou a rir muito. Mas o que o deixava agoniado. Era que sua risada não obtinha som.

"Não se preocupe. Eles quase não me visitam. "

O loiro soltou um longo suspiro em alívio.

Arrumando a postura. Encarou um pouco a garota.

ㅡPosso ser seu amigo? ㅡ Perguntou vendo a mesma ficar surpresa.

[Nome] pensou um pouco no assunto.

Não tinha nenhum amigo além de seus primos.

Que tal um agora?

Ela abriu um largo sorriso em seus lábios. Balançando a cabeça em um "sim".

𝐁𝐞𝐟𝐨𝐫𝐞 𝐘𝐨𝐮 𝐆𝐨, Chifuyu MatsunoOnde histórias criam vida. Descubra agora