8.

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Chifuyu encarava as lápides deles lado a lado. [Nome] na esquerda, e Baji na direita. Aquilo doía tanto.

Abraçava ainda as próprias pernas, pensando se teria conseguido salvar pelo menos um deles. Assim não sofreria tanto... Talvez.

Ficou em silêncio ao ouvir alguém se sentar ao seu lado, não ligou muito. Mas quando a voz falou algo, reconheceu.

—Baji?

Virando sua cabeça para o lado, arregalou os olhos ao ver quem era.

—Hanma...

Ele encarou o meio loiro ao seu lado, olhando para a lápide onde estava em sua frente, mais afastada.

—Kisaki?

Hanma concordou com a cabeça, voltando a direção de seu olhar para a lápide, com um cigarro entre os lábios.

Os dois ficaram lado a lado, em silêncio.

Até Hanma decidir falar.

—Se passou só um ano, e parece que faz mais tempo que isso...

Ele tirou o cigarro dos lábios, assombrando a fumaça e encarando o loiro mais adiante.

—Quem era [Nome]?

Chifuyu encarou o outro por um tempo, pensando se falava ou não.

Respirou fundo, olhando o nome da garota da qual amou, na sua frente, em uma lápide.

—Eu conheci ela no Hospital... Era muda, mas muito feliz com as demonstrações que fazia. — Ele respirou fundo, segurando as lágrimas. — Tinha uma doença terminal que envolvia os pulmões. E o pior... Foi que ela morreu ao meu lado...

O outro ao seu lado encarou o loiro cobrir a região dos olhos com uma das mãos, enquanto tentava controlar o choro.

Hanma não era uma pessoa que sabia muito sobre esse sentimento de amor. Mas viu o quão o loiro estava destruído.

Apagou o cigarro, abaixou a cabeça e colocou uma mão no ombro do loiro.

Chifuyu parou por um momento, tentando entender o que o outro iria fazer.

—Eu não sei se isso vai parecer estranho vindo de mim, mas... Você pensa que não consegue ser feliz sem ela...

O loiro virou o rosto na direção dele, encarando o mesmo tirar a mão de seu ombro.

—Você não consegue fazer nada sem ela. Olhar pra algo, faz você se lembrar de poucas memórias, que quando foram feitas, eram alegres, mas viraram tristes... Só que ela morreu... Você precisa aceitar isso...

O mesmo se levantou, colocou as mãos nos bolsos do casaco, começando a se afastar.

Chifuyu ficou algum tempo ali. Lembrando de uma carta que achou em um dos chaveiros que deu a garota.

"—"Olha que fofo esse chaveiro..."

—Eu posso comprar se você quiser. — Falou encarando a garota, que tinha seus olhos brilhando.

—"Eu aceito..." "

Ele olhou o bolso de seu casaco, sentindo o papel que não tirou de lá, porque não conseguia.

Encarou o pequeno desenho de um girassol e de um garoto de costas no envelope, pensando se era ele. Sorriu fracamente, abrindo o envelope em seguida.

"Esta carta é para o meu melhor amigo, Chifuyu.

Eu acho que já devo estar descansando pra sempre quando estiver lendo esta carta.

Eu quero que não chore quando eu não estiver mais aí, ao seu lado.

Mas eu quero dizer que eu amei ter te conhecido antes de partir.

Pelo menos, eu não fiquei sozinha nos meus últimos dois meses de vida. E eu sou extremamente grata por isso.

Obrigada pelo passeios, pelos chaveiros, por ter assistido as séries que eu assistia. Eu agradeço por tudo. Principalmente por ter permanecido ao meu lado, quando estava bem na cara que eu não viveria muito...

Eu sei que eu vou ir embora, mas... Eu espero ser sua garota de novo, nem que seja em uma outra vida.

A lua me disse que gostou muito de você inclusive. Converse com ela quando precisar. Ela estará lá para lhe ouvir.

Me esqueça aos poucos com o passar dos anos. Quero você feliz sem mim, não triste.

Obrigada por tudo novamente.

De: [Nome]
Para: Meu loirinho."

Ele apertou a carta em suas mãos, abaixou a cabeça e apoiava os braços perto de si.

—Eu não consigo ser feliz sem você... — Falou apertando mais a carta, sentindo aquele sentimento novamente. — E eu não quero te esquecer, nunca, nunca, nunca, nunca...

11 anos depois

—Nunca pensei que chegaria o dia, onde posso ter você apenas em meus sonhos... — Falou olhando a lua, com um girassol em mãos.

Chifuyu estava deitado sobre a mesma grama que esteve ao lado dela. Com a mesma flor favorita dela, e sua melhor amiga.

Ele colocou a flor na frente de seu corpo, olhando em como ela escondia um pouco o brilho da lua.

Sentou-se no chão. Cruzando as pernas e olhando ainda o girassol em uma das mãos, apoiando seu corpo no outro braço.

—Eu não sei o que pensar... apenas que eu ainda me lembro do seu sorriso. — Falou girando a flor entre seus dedos. — Ele fazia você ficar mais linda do que já era.

Colocou a flor ao lado de sua perna, apoiando o braço atrás de seu corpo.

—E ainda venho ao nosso lugar. Ver as estrelas. E falar com a lua. Sobre o quão feliz eu era ao seu lado...

Chifuyu tinha um sorriso sincero em seus lábios. Olhava a lua e pensava na garota.

—Chifuyu?

O mesmo congelou no lugar ao ouvir a voz feminina presente.

Virou a cabeça um pouco para o lado. Arregalando os olhos ao ver quem era.

—Você está muito bonito. — Falou sorrindo com os olhos fechados.

O rapaz sentiu uma lágrima escorrer por sua bochecha, pensando se era realmente o que ele via era real.

—[Nome]?

Ele sentiu seus olhos marejarem.

A garota ao seu lado vestia a roupa de sempre, só que parecia brilhar perante a luz da lua.

Ela criou um sorriso fraco em seus lábios, vendo o loiro a olhar com seus olhos cheios de lágrimas.

—Nos encontramos de novo...

𝐁𝐞𝐟𝐨𝐫𝐞 𝐘𝐨𝐮 𝐆𝐨, Chifuyu MatsunoOnde histórias criam vida. Descubra agora